O mercado americano ainda é o principal destino das exportações brasileiras, mas a participação dos Estados Unidos no total das vendas externas vem caindo desde 2003. Em 2007, essa fatia caiu para 15,8%, em 2006 era 18% e, em 2002, representava 25,7%.
A valorização do real em relação ao dólar e o menor dinamismo relativo da economia norte-americana voltaram a reduzir a participação dos Estados Unidos como comprador de produtos brasileiros. Na verdade, o processo de redução da participação norte-americana nas exportações brasileiras vem ocorrendo de forma sistemática nos último seis anos, refletindo a emergência da China, que em 2007 foi o terceiro maior mercado das exportações brasileiras com uma participação de 6,7%, e a desvalorização do dólar frente ao euro.
Por muitos anos os Estados Unidos e a União Européia compravam cada um cerca de um quinto das exportações brasileiras. Atualmente, a participação da União Européia manteve-se em 25%. Depois da União Européia e dos Estados Unidos, a Argentina representa o terceiro maior mercado para as exportações brasileiras, sendo responsável por 9% da pauta.
Nos primeiros quatro meses de 2008, as vendas de produtos do Brasil para os Estados Unidos retrocederam 2% se comparado com o mesmo período do ano passado.
O desempenho é atribuído às conseqüências da crise de crédito imobiliário que se abateu na economia americana. Entre janeiro e abril, as exportações do Brasil para os Estados Unidos somaram US$ 7,607 bilhões, ante US$ 7,764 bilhões no mesmo período do ano passado.
Na avaliação da Funcex (Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior), a tendência é de redução de embarques para os Estados Unidos porque os exportadores brasileiros têm preferido vender para países cujas moedas não estão em processo de desvalorização, como é o caso do dólar americano.
Enquanto as exportações para os Estados Unidos diminuíram no primeiro quadrimestre do ano, no mesmo período aumentaram as vendas para países do Mercosul (35%), países andinos (17,4%) e continente asiático (20,5%).
A redução das importações feitas pelos americanos levou o Ministério do Desenvolvimento a ser mais ativo. O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, esteve em Washington na tentativa de ampliar as relações comerciais do Brasil com os Estados Unidos.
"Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial do Brasil e devemos manter essa posição", disse. Barral afirmou que embora tenha havido diminuição das exportações no início do ano, ele não espera por um resultado negativo dos embarques para os EUA neste ano.
Todavia, a redução proporcional das vendas para os Estados Unidos é considerada positiva, já que significa uma diversificação dos destinos das exportações e uma menor dependência do mercado americano.
Em 2007, os dados mostram um crescimento de 16,6% no total de exportações em relação ao ano anterior, enquanto as vendas para o mercado americano aumentaram apenas 1,3% no mesmo período. O intercâmbio comercial entre os dois países somou US$ 40,4 bilhões neste período.
“A China cresceu muito e ocupou o espaço de outros exportadores. A maioria dos países perdeu participação para a China”, diz o diretor-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho.
Além disso, ele lembra que embora a pauta de exportações brasileiras seja diversificada, as exportações para os Estados Unidos se concentram em produtos manufaturados (cerca de 80%), setor que sofre maior concorrência internacional.
Porém, existem previsões positivas. O Banco Mundial tem previsão que a economia mundial deverá voltar a abrandar em 2008, sendo esperado um crescimento de 3,3%. Estes valores são explicados pelo abrandamento econômico registrado nos países desenvolvidos, nomeadamente os Estados Unidos. As previsões do BM indicam que estes países vão crescer 2,2% em 2008. Já os países em desenvolvimento vão crescer 7,1% no mesmo período.
Desta forma, a crise nos Estados Unidos não fará o governo alterar a meta de US$ 180 bilhões de exportações para 2008, afirma o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Segundo ele, apesar da queda nos preços das commodities, as projeções para as vendas externas estão mantidas.
O ministro, no entanto, afirmou que a nova política industrial será um elemento essencial para que esse valor seja mantido. Segundo ele, o nervosismo na economia mundial aumenta a importância das medidas de estímulo às exportações de produtos elaborados – um dos pilares da política industrial.
“Embora tenhamos reduzido a participação dos Estados Unidos [nas exportações] de 25% para 15,8%, mesmo assim teremos impacto se houver uma redução maior na economia norte-americana”, avaliou o ministro. “Portanto temos de nos preocupar muito em fortalecer a capacidade de exportação da empresa brasileira”.
Estados Unidos da América
Um dos maiores países do mundo, compreendendo a metade sul da América do Norte e ainda o Alasca, na ponta noroeste do continente, o arquipélago do Havaí, no Oceano Pacífico, e numerosos territórios dependentes situados nas Caraíbas e no Pacífico.
Os atuais Estados Unidos da América se originaram de 13 colônias do Reino Unido britânicas estabelecidas na costa atlântica da América do Norte, a partir do século XVII. Em 1776, uma revolta foi organizada pela classe dirigente dos colonos e seguiu-se uma guerra de independência contra os colonizadores. Em 1789, o país adotou uma constituição e assumiu a forma de uma república federativa, com grande autonomia para os estados federados. Durante o século XIX, novos territórios e estados foram sendo incorporados, ampliando as fronteiras até o Oceano Pacífico.
No mundo contemporâneo, os Estados Unidos configuram-se a única superpotência militar e econômica, com influência geopolítica em nível global. Pelos efeitos de sua influência cultural e política, têm sido acusados de imperialismo cultural.
Os Estados Unidos possuem uma das populações mais multiculturais do mundo, que gira em torno de 303 milhões de habitantes, em termos de ascendência étnica e racial. A região que constitui atualmente os Estados Unidos eram inicialmente habitados por povos nativos americanos, como esquimós no Alasca e algonquinos, hurões e iroqueses no nordeste do atual Estados Unidos.
No século XVII e XVIII, o território que atualmente constitui os Estados Unidos foi colonizado por europeus. Imigrantes ingleses, muitos dos quais fugiam de perseguição religiosa na Europa, constituíam a maioria dos colonos. Todavia, colonos escoceses, franceses e neerlandeses também instalaram-se em diversas regiões do atual Estados Unidos. Escravos foram trazidos do continente africano do século XVII ao início do século XIX para serem usados como mão-de-obra e, atualmente, seus descendentes, conhecidos como afro-americanos, constituem uma considerável parcela da população americana, formando 12,9% da população dos Estados Unidos.
A partir de 1850, pessoas de diversas partes do mundo passaram a imigrar para os Estados Unidos. Até o final do século XIX, a maioria dos imigrantes vinham dos países da Europa Ocidental e Setentrional (Alemanha, Irlanda, Inglaterra e Escandinávia). Italianos, poloneses e judeus imigraram em grande quantidade entre o final do século XIX e meados do século XX (até a década de 1970). Os maiores grupos étnicos europeus são alemães (que compõem 15,2% da população americana), irlandeses (10,8%), ingleses (8,7%), italianos (5,6%), escandinavos (3,4%), poloneses (3,2%) e franceses (3%). Brancos constituem no total 77% da população dos Estados Unidos - 69%, excluindo os hispânicos.
Em décadas recentes até os dias atuais, hispânicos e asiáticos são os principais grupos de imigrantes instalando-se no país. Hispânicos constituem uma considerável parcela da população americana, sendo atualmente a maior minoria étnico-racial dentro dos Estados Unidos, compondo cerca de 13,4% da população americana. Dado a alta imigração de hispânicos para os Estados Unidos, espera-se um crescimento drástico desta percentagem nas próximas décadas. Cerca de 64% dos hispânicos são mexicanos. Boa parte desta imigração é ilegal.
Asiáticos constituem um expressivo grupo racial minoritário dos Estados Unidos, constituindo 4,2% da população do país. Expressiva a partir da década de 1860, a imigração de asiáticos aumentou drasticamente durante a década de 1960, mantendo-se em alta até os dias atuais.
Os Estados Unidos são uma República Federal. O poder executivo pertence a um presidente eleito por um colégio eleitoral, o poder legislativo pertence ao Congresso. O Congresso é constituído pela Câmara dos Representantes e pelo Senado. Cada estado tem direito a eleger dois senadores e um número de congressistas proporcionais à sua população. O poder judiciário pertence aos tribunais. Cada estado elege os membros do colégio eleitoral que, por sua vez, elege o presidente.
Os Estados Unidos estão divididos em 50 estados e um distrito federal. Cada estado, por sua vez, está dividido em condados, com exceção da Luisiana, em que as subdivisões se chamam "paróquias".
Sendo a terceira maior nação do mundo, a paisagem dos Estados Unidos varia: florestas temperadas na costa leste, mangais na Flórida, grandes planícies no centro do País, o sistema fluvial do Mississippi-Missouri, as Montanhas Rochosas a oeste das planícies, desertos e zonas costeiras a oeste das Montanhas Rochosas e florestas úmidas temperadas no noroeste da costa do Pacífico. As regiões árticas do Alasca e as ilhas vulcânicas do Havaí aumentam ainda a diversidade geográfica e climática.
O país tem enormes recursos minerais, com grandes depósitos de ouro, petróleo, carvão e urânio. Na agricultura, está entre os maiores produtores mundiais de milho, trigo, açúcar e tabaco, entre outras produções. A indústria americana produz automóveis, aviões e produtos eletrônicos. O maior setor econômico, no entanto, é o dos serviços: cerca de três quartos dos habitantes dos EUA trabalham nesse sector.
O maior parceiro comercial dos Estados Unidos é o seu vizinho do norte, o Canadá. Outros grandes parceiros são o México, a União Européia e nações industrializadas na Ásia, como o Japão, a Índia e a Coréia do Sul. O comércio com a China também é significativo.
Os Estados Unidos são também um grande centro de educação superior, com mais de 1500 universidades, institutos superiores e outras instituições de ensino superior, cujos melhores exemplos estão entre as mais prestigiadas e avançadas instituições do mundo.
Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalística da Revista da Madeira. |