É considerado acidente de trabalho aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. A prevenção é a melhor maneira de evitar esse mal que gera custos e reduz a produtividade.
Os principais fatores que causam os acidentes de trabalho são:
Falta de treinamento: É de fundamental importância que os funcionários conheçam as operações de trabalho, bem como os riscos destas operações. O treinamento dos funcionários evita acidentes e melhora o seu desempenho;
Exibicionismo: Devemos respeitar nossos limites, portanto, qualquer atitude ou comportamento que exceda a nossa atividade, são possíveis fontes geradoras de acidentes. Na fabrica presenciei um funcionário se exibindo com um produto químico, ele segurava soda caustica em pó, sem nenhuma proteção, sedo assim um ato inseguro;
Excesso de autoconfiança: Com o passar do tempo o trabalhador adquire habilidades na atividade desenvolvida no seu dia a dia, sendo às vezes benéficas à produção, porém, com esta habilidade aparece o que chamamos de autoconfiança, ignorando certas medidas de segurança, indispensáveis às suas atividades, aumentando consideravelmente os riscos de sua atividade;
Ritmo de trabalho: Tendo em vista as dificuldades econômicas e operacionais que as empresas atravessam e o aproveitamento maior de mão de obra, dependendo das limitações do trabalhador, com o ritmo acelerado ele se tornará alvo fácil da ocorrência de acidentes do trabalho;
Fator pessoal de insegurança: A falta de concentração no trabalho por problemas financeiros, de saúde em família, monotonia e permanência excessiva do trabalhador desenvolvendo a mesma atividade;
Ambientes insalubres e perigosos: Os ambientes de trabalho ou atividades que geram condições insalubres ou perigosas que dependendo da concentração e tempo de exposição e ausência de sistemas de proteção. A falta de iluminação adequada em alguns pontos da fabrica pode ser causador de doenças.
Como conseqüência dos acidentes e doenças do trabalho tem-se prejuízo para empresa, que quando o trabalhador fica doente, ele se ausente do seu posto de trabalho, causando atraso na produção e, em vez de produzir lucro, ele produz gasto.
Há também os prejuízos para o trabalhador, que afeta a integridade física ou psicológica do trabalhador, incapacidade temporária ou permanente de voltar a trabalhar. E ainda prejuízos para a sociedade, quando o acidentado é encaminhado para o INSS.
Os agentes agressivos que podem trazer ou ocasionar danos à saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho, em função de sua natureza, concentração e tempo de exposição são:
Agentes químicos
Quando a exposição é feita junto a produtos químicos como corrosivos, voláteis, radioativos, entre outros. Temos como exemplo o manuseio de cola, um produto químico forte que exige a devida proteção como máscara e luvas, o que muitas vezes não ocorre na fábrica. Os problemas podem ser causados pelas vias:
Cutânea – Além da absorção o contato com determinados produtos químicos pode provocar o surgimento de irritações, queimaduras e descamações.
Digestiva – A contaminação do organismo ocorre pela ingestão acidental ou não de substancias nocivas, alimentos contaminados, deteriorados ou pela saliva.
Respiratória – As substancias penetram pelo nariz e boca, afetando garganta e os pulmões. Após a penetração pelas vias aéreas vão alojar-se em diferentes órgãos, onde manifestarão seus efeitos tóxicos.
Agentes físicos
Ruído – Máquina e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir níveis excessivos, provocando sérios prejuízos à saúde, como cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da audição, problemas no aparelho digestivo, taquicardia e perigo de infarto, no entanto esses problemas podem ser diminuídos com uma vistoria do uso obrigatório do protetor auricular, que às vezes é ignorado.
Calor – Altas temperaturas podem provocar vários tipos de doenças. Este é um fator bem marcante na fabrica, pois causa irritação, cansaço excessivo, fadigas digestivas, taquicardia, prostração térmica, choque térmico, aumento da pulsação e hipertensão.
Vibrações localizadas – Na indústria é comum o uso de maquinas e equipamentos que produzem vibrações, e podem ser localizadas ou no corpo inteiro. São provocadas por ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas. Seus efeitos são alterações neurovasculares nas mãos, problemas nas articulações de mãos, braços e osteoporose (perda da substancia óssea).
Agentes biológicos
Os agentes biológicos que podem causar acidentes de trabalho são: bacilos, bactérias, fungos, parasitas, vírus, protozoários. Esses microorganismos em contato com o homem podem provoca inúmeras doenças. Como: tuberculose, brucelose, malaria, hepatite, febre amarela, entre outros. As formas de penetração no organismo são: cutânea, digestiva e respiratória.
As medidas preventivas são: controle médico uso de E.P.I.s – equipamentos de proteção individual, higiene rigorosa nos locais de trabalho, banheiros, refeitório, conscientização da importância de hábitos de higiene pessoal, vacinação regular e preventiva, além, também de controle médico.
Agentes ergonômicos
A ergonomia (NR-17) é uma ciência relativamente recente que estuda as relações entre o homem e seu ambiente de trabalho. Os agentes ergonômicos citados a seguir, podem gerar distúrbios físicos e psíquicos, provocando sérios danos à saúde.
Esforço físico intenso;
Levantamento e transporte manual de pesos;
Exigência de postura inadequada;
Controle rígido de produtividade;
Imposição de ritmos excessivos;
Monotonia e repetitividade.
Efeitos ao organismo: esses fatores afetarão a ergonomia do trabalhador, a empresa não pode permitir que os funcionários levantem atados pesados, que venha a prejudicar diretamente a coluna do trabalhador, assim como permitir que as mulheres empurrem carros muito pesados, quando homens podem fazer, essas atividades e outras acarretarão Cansaço, dores musculares, fraqueza, hipertensão arterial, ulcera gástrica, doenças do sistema nervoso, alterações do ritmo normal do sono, acidentes, problemas de coluna, etc.
Repetição de movimentos, posturas inadequadas, excesso de força, ausência de pausas e equipamentos, são também causadores de doenças, tanto no ambiente de trabalho como na vida do trabalhador.
São considerados agentes de acidentes as condições de trabalho que poderão acarretar danos à integridade física dos trabalhadores, como:
Máquinas e equipamentos sem proteção;
Layout inadequado;
Ferramentas inadequadas ou defeituosas;
Iluminação inadequada;
Probabilidade de incêndio ou explosão;
Armazenamento inadequado;
Animais peçonhentos.
Esses riscos podem diminuir com análise dos causadores de acidentes.
Como agentes psicossociais têm a exposição a diversos fatores perturbadores de ordem mental e social ou simultâneo. Os fatores perturbadores de natureza diversificada, que atrapalhe o desempenho do trabalhador.
Formas de manter um bom relacionamento com os funcionários: manter sempre a boa educação, mesmo quando o outro não a mantém; não olhar o outro como inimigo; não ficar passivo, isto é, afirmar suas necessidades e interesses; não ser agressivo, isto é, nunca usar de nenhum tipo de violência (verbal, psicológica) nos relacionamentos; ter sempre 3B: boa vontade, boa educação, boas intenções;
Os fatores psicológicos afetam de forma significativa à vida dos colaboradores na empresa, estabelecerem uma convivência amigável é importante já que passamos a maior parte do nosso tempo no trabalho.
Para maior controle de riscos deve-se identificar o risco por meio de pesquisas e estudos, principalmente através de inspeções de segurança, a fabrica pode ter um funcionário especializado em segurança no trabalho, que entre relatórios a CIPA, ele atuaria diretamente no setor observando todos os agentes causadores de acidentes, prevenindo assim que eles ocorram.
Como primeira opção para eliminação dos riscos deveu analisar a disponibilidade técnica. Na fabrica os lugares de maior circulação, como do posto de trabalho para os banheiros e refeitório, em dias de chuvas os funcionários correm até esses locais, podendo cair devido ao chão molhado e ao grande fluxo de pessoas. A solução para eliminar esse risco é colocar uma cobertura, evitando assim acidentes.
Na impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco, por motivo de ordem técnica ou econômica, implante-se a segunda opção: a neutralização do risco. Quando as medidas de segurança de ordem geral não são deficientes para garantir a proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os EPI\’S, seu é exigido legalmente, pela portaria 3214, de 1978, em sua norma regulamentadora n° 6 cuida minuciosamente das obrigações do empregado e da empresa, com relação ao E.P.I.
A sinalização do risco é o recurso que se usa quando não há alternativas que se apliquem às medidas. No engomado havia ferros com defeitos que vazavam água, é importante colocar placas de sinalização, quando o chão estiver molhado.
Detectar as possíveis causas que propiciem a ocorrência de acidentes, visando propor medidas que eliminem ou neutralizem estes riscos. De acordo com a legislação sobre segurança no trabalho trata sobre inspeção na NR-5 da portaria do ministério do trabalho, na fabrica se faz necessário que tenha um inspetor, que trabalhe no setor para detectar:
Equipamentos velhos e inseguros;
Métodos de trabalho inadequado;
Verificação da eficácia das medidas preventivas em funcionamento;
Agentes agressivos ou riscos ambientais.
CIPA
Essa equipe deve atuar de maneira que os demais não venham a considerar somente a CIPA, responsável pela função segurança. Ela tem de realizar auditorias e estabelecer um padrão específico para os sistemas de controle, que se aplica a qualquer empresa. O monitoramento é essencial para focalizar o ambiente, insumos, produtos e agentes de ruptura.
Nas últimas décadas, com a evolução da tecnologia pela mecanização, informatização e aumento do ritmo de trabalho, as doenças já são a primeira causa de afastamento temporário ou permanente do trabalho no Brasil.
É exigido por lei que toda empresa tenha uma equipe de segurança no trabalho, por outro lado, a Segurança do Trabalho faz com que a empresa se organize, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos, melhorando as relações humanas no trabalho.
A gestão de riscos requer algum tipo de divisão da organização e das atividades, ela pode ser por área geográfica ou funcional de cada área de atuação.
A concentração do técnico de segurança do trabalho no setor produtivo seria uma das medidas que a empresa pode adotar para promover a gestão de acidentes, ele trabalha diretamente no processo produtivo, inspecionando os locais de trabalho, e evitando o sinistro.
Essa iniciativa pode fazer com que o funcionário tenha saúde e trabalhe por mais tempo na sua organização, ele ira orientar junto a CIPA, o uso de equipamentos de proteção individual, caso o trabalhador se recuse a adotar tais medidas ele recebera ate três advertências e conseqüentemente será demitido por descumprimento da regras de segurança, com isso ele não poderá futuramente a empresa terá documentos suficientes, caso esse funcionário venha a recorrer às leis, por motivo de alguma doença adquirida no exercício de sua função, por negligência do trabalhador. Um técnico do trabalho que não anda pela empresa e avalia riscos, não esta cumprindo com sua função plenamente.
Fonte: Senai e Ministério do Trabalho
Responsabilidades do técnico de segurança no trabalho
Inspeciona locais, instalações e equipamentos da empresa, observando as condições de trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes; estabelece normas e dispositivos de segurança, sugerindo eventuais modificações nos equipamentos e instalações e verificando sua observância, para prevenir acidentes;
Inspeciona os postos de combate a incêndios, examinando as mangueiras, hidrantes, extintores e equipamentos de proteção contra incêndios, para certificar-se de suas perfeitas condições de funcionamento;
Comunica os resultados de suas inspeções, elaborando relatórios, para propor a reparação ou renovação do equipamento de extinção de incêndios e outras medidas de segurança;
Investiga acidentes ocorridos, examinando as condições da ocorrência, para identificar suas causas e propor as providências cabíveis;
Mantém contatos com os serviços médico e social da empresa ou de outra instituição, utilizando os meios de comunicação oficiais, para facilitar o atendimento necessário aos acidentados;
Registra irregularidades ocorridas, anotando-as em formulários próprios e elaborando estatísticas de acidentes, para obter subsídios destinados à melhoria das medidas de segurança;
Instrui os funcionários da empresa sobre normas de segurança, combate a incêndios e demais medidas de prevenção de acidentes, ministrando palestras e treinamento, para que possam agir acertadamente em casos de emergência;
Coordena a publicação de matéria sobre segurança no trabalho, preparando instruções e orientando a confecção de cartazes e avisos, para divulgar e desenvolver hábitos de prevenção de acidentes. |