Os painéis de partículas orientadas, mais conhecidos como OSB, foram dimensionados para suprir uma característica demandada, e não encontrada, tanto na madeira aglomerada tradicional quanto nas chapas MDF – a resistência mecânica exigida para fins estruturais. Os painéis são formados por camadas de partículas com resinas fenólicas, que são orientados em uma mesma direção e então, prensados para sua consolidação. Cada painel consiste de três a cinco camadas, orientadas em ângulo de 90 graus umas com as outras.
A resistência destes painéis à flexão estática é alta, não tanto quanto a da madeira sólida original, mas tão alta quanto a dos compensados estruturais, aos quais substituem perfeitamente. O seu custo é mais baixo devido ao emprego de matéria-prima menos nobre, mas não admitem incorporar resíduos ou “finos”, como no caso dos aglomerados. Os OSB têm a elasticidade da madeira aglomerada convencional mas são mais resistentes mecanicamente.
Os painéis OSB têm tido utilização no exterior, principalmente na construção habitacional. Nos Estados Unidos a construção de casas apresenta características de uso intenso de madeira serrada e de painéis, especialmente em paredes internas e externas, pisos e forros e, nestes usos, os painéis OSB têm tido bom desempenho. Mais recentemente, estes produtos estão encontrando nichos de uso também em aplicações industriais, onde a resistência mecânica, trabalhabilidade, versatilidade e valor fazem deles alternativas atrativas em relação à madeira sólida.
Entre estes usos, estão mobiliário industrial, incluindo estruturas de móveis, embalagens, contêineres e vagões. No Brasil, a produção de OSB é recente e a demanda pelo uso deste produto está aumentando. Na construção civil, já é possível ver sua aplicação em pisos, divisórias (paredes), coberturas (telhados) e obras temporárias (tapumes e alojamentos). O produto nacional é certificado de acordo com as normas americanas, o que permite os usos citados.
O OSB é um material que em conjunto com perfis metálicos, e outras tecnologias integradas já presentes no Brasil, possibilita a execução de um inovador sistema de construção que é aplicado em todo o mundo, tanto para residências de alto padrão quanto para casas populares, bem como para construções comerciais leves.
As principais matérias-primas do MDF são: madeira reflorestada e principalmente espécies florestais de rápido crescimento. Emulsão de parafina, Resina de MUPF (resina fenólica, uréia formol e melamina) e água. Produzido a partir de tiras orientadas de pinus, madeira de reflorestamento, o OSB é um material com baixo impacto ambiental. Os bosques de pinus utilizados em sua produção capturam carbono da atmosfera.
Durante o processo de produção das placas, é possível o melhor aproveitamento das toras de madeira - o OSB utiliza 96% contra 56% do compensado - o que permite otimizar o custo do produto, tornando-o ecologicamente mais eficiente.
Produzido a partir de tiras orientadas de pinus, é um dos poucos materiais que consideram o ciclo de uso completo, da concepção - eliminando sobras de forma industrialmente racionalizada - até a preocupação com sua utilização, feita da maneira mais adequada a cada tipo de uso.
Outro aspecto relevante é a não utilização de árvores adultas na fabricação do OSB. A sua matéria-prima é constituída unicamente por madeira de pequena dimensão, proveniente de florestas geridas de forma sustentável.
Os bosques de pinus utilizados na produção do OSB capturam carbono da atmosfera e a madeira é uma matéria-prima renovável e altamente reciclável, transformando-se em produtos com um efeito altamente positivo em comparação com outros materiais utilizados na construção.
Habitações na Espanha
Uma residência isolada, situada em Begues, pequena cidade da Espanha, próxima a Barcelona, foi à primeira da região a ser construída utilizando-se painel OSB. Os proprietários optaram pela estrutura de madeira por ser a melhor alternativa para o domicílio, que está em um lugar frio no inverno e caloroso no verão, mas com um nível de umidade bastante elevado durante o ano todo. Com isso, alcançou-se qualidade de vida e propiciou-se conforto aos moradores.
A obra, executada com madeira, foi construída com facilidade. Operários vindos dos Estados Unidos trabalharam para que a estrutura do edifício estivesse finalizada em apenas seis semanas, com as janelas já colocadas.
O sistema de construção empregado foi uma estrutura leve de madeira, que possibilitou baratear o custo por metro quadrado em aproximadamente 25% do que o do sistema convencional. Outra vantagem é que foi possível maior flexibilidade no desenho e melhor aproveitamento de espaços, principalmente em todo o telhado da casa.
Por causa do desenho exterior da casa, que tem diferentes níveis, se optou por um revestimento exterior de baixo peso, mas com contrastada resistência às intempéries, como o painel APA Rated Siding de 11mm, colocado diretamente sobre o mural. Ele reduziu notadamente as dimensões dos elementos estruturais, que deviam suportar as cargas dos muros exteriores.
Segundo o arquiteto da APA, Joaquin Beltrán del Corral, a questão do conforto térmico de um edifício é muito importante. Precisa ser pensado se o sistema construtivo a ser empregado atende ao mínimo exigido, proveniente de um bom nível de isolamento. "As características dos materiais de construção, como sua qualidade térmica e suas possibilidade de composição são pontos fundamentais na análise. Dessa forma, a agressão ao meio exterior será menor, se obterá estabilidade ambiental e menor consumo de energia", observa.
Uso do OSB
O painel estrutural OSB é amplamente utilizado nos Estados Unidos e na Europa, em construções residenciais e comerciais por sua rapidez e facilidade de instalação, oferecendo uma grande economia de energia em comparação às construções convencionais. O corte dos painéis permite uma variedade nos desenhos arquitetônicos, antes impraticáveis.
Fabricados mediante ajuntamento, os painéis são prensados com emulsão de poliuretano, o que permite uma aderência que confere uma resistência mecânica ao conjunto, mais sólida que uma estrutura de configuração semelhante de madeira.
Para se ter uma idéia, um painel de 115 mm de espessura equivale à resistência térmica de um muro de ladrilho de 1,26 metros de espessura. Esta resistência permite ao painel de muro um excelente desempenho em qualquer zona geográfica, devido a sua capacidade de isolamento térmico.
Sobre o cimento perfeitamente nivelado, se fixa uma camada inferior de madeira tratada. Recomenda-se usar também uma barreira de umidade abaixo da camada. Dando-se continuidade, se fixa uma sobre camada centra na camada e então se monta os painéis de muro.
Outra sugestão é partir construindo a quina. Logo os demais painéis de muro se unem pressionando um conector de madeira. Ao final, eles se pressionam de ambos os lados da camada. De igual forma se fixa a camada superior.
Podem ser utilizados suspensórios de madeira que permitam manter a linha do muro, mesmo que se instale o restante dos painéis e vigas. Os dois tipos de painéis permitem estabelecer soluções para quinas e reforços para muros muito compridos.
Fonte: Elaborada pela Equipe Jornalística da Revista da Madeira. |