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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°107 - SETEMBRO DE 2007

Plantio

Plantio é operação mais importante na implantação florestal

A adoção do sistema adequado requer uma definição clara de objetivos e usos potenciais dos produtos e subprodutos que se espera da floresta. O sucesso de um plantio e a obtenção de povoamentos produtivos e com madeira de qualidade deve ser pautado por práticas silviculturais como: a escolha e limpeza da área, controle de pragas e doenças, definição do método de plantio e tratos culturais.

O plantio se caracteriza pela colocação da muda no campo. Pode ser mecanizado, manual ou semi mecanizado, dependendo da topografia, recursos financeiros e disponibilidade de mão de obra e/ou equipamentos.

O plantio mecanizado ou semi mecanizado aplica-se onde a topografia e plana possibilitando o uso de plantadoras traquinadas por tratores. As plantadoras, normalmente, fazem o sulavento, distribuem o adubo e efetivam o plantio. No sistema semi mecanizado, as operações de preparo de solo e tratos culturais são mecanizadas, o plantio propriamente dito e’ manual.

O plantio manual e recomendado para áreas declivosas ou em situações onde não e’ viável o uso de máquinas agrícolas.

Os plantios de eucaliptos realizados no sul do Brasil, em sua maioria, adotam o sistema manual em função da rusticidade da espécie, da disponibilidade de mão de obra e em muitas situações pelas condições topográficas.

Alguns fatores importantes devem ser definidos previamente antes do plantio propriamente dito, com destaque para o espaçamento de plantio, as operações de manejo, os tratos culturais e a adubação das mudas. Constituem-se operações básicas para a implantação de um maciço florestal o preparo de solo e plantio.

No planejamento definem-se as vias de acesso e o dimensionamento dos talhões, ações que facilitarão as operações de plantio, tratos culturais, operações de proteção, principalmente controle de fogo e as operações de retirada da madeira.

O dimensionamento/posicionamento dos talhões assume importância estratégica, pois as operações de exploração (derrubada e retirada da madeira) são responsáveis por mais de 30% do custo da madeira produzida e colocada no pátio da fabrica.

A construção das vias de acesso deve considerar a distância máxima do arraste ou transporte da madeira no interior da floresta, que por razoes técnicas e econômicas não devem ultrapassar os 150 m. Assim, os talhões devem ser dimensionados com no máximo 300 m de largura, com cumprimento variando de 500 a l000 m.

A definição do tamanho do talhão é importante também para a proteção da floresta em caso de incêndio, por exemplo, em áreas declivosas, a distância de arraste não deve exceder a 50 m.

Os aceiros separam os talhões e servem de ligação às estradas de escoamento da produção. Podem ser internos (com largura de 4 a 5 m) ou de divisa (com largura de 15 m).

Recomenda-se ainda que a cada 4 ou 5 talhões estabeleça-se aceiros internos de 10 m de largura. É desejável que os aceiros possuam leitos carroçáveis com aproximadamente 60 % da largura.

A área total ocupada por aceiros, considerando áreas planas ou suavemente ondulada deve ser de 5% da área útil.

Limpeza

A limpeza da área para plantio corresponde às operações de derrubada, remoção e enleiramento da vegetação/resíduos da exploração.

Na limpeza recomenda-se retirar apenas o material lenhoso aproveitável, como por exemplo, a lenha ( energia ou carvão) e madeira para serraria, moirões etc, sendo que o restante do material, considerado como resíduo da exploração, deve permanecer no campo como uma importante reserva de nutrientes.

Dependendo da densidade da vegetação a ser retirada e da topografia do local (observe-se os aspectos legais), pode-se utilizar equipamentos e/ou maquinas pesadas.

Dentre eles podemos citar o correntão, indicado para áreas de capoeira e cerradões; laminas frontais empuradeiras ou frontais cortadeiras. As laminas frontais cortadeiras são mais apropriadas pois fazem menor.

As áreas destinadas ao cultivo de essências florestais devem receber cuidados especiais, visto que dela dependerá, em grande parte, o resultado econômico da atividade.

O principal objetivo do preparo da área é oferecer condições adequadas ao plantio e estabelecimento das mudas no campo. Como condições adequadas podem considerar a redução da competição por ervas daninhas, melhoria das condições físicas do solo (ausência de compactação) e a presença de resíduos da exploração (folhas e galhos devidamente trabalhados para não prejudicarem as operações que demandam uso de maquinas). Estes resíduos são importantes na manutenção da matéria orgânica no solo e conseqüentemente na ciclagem e disponibilizarão de nutrientes às plantas.

Fonte: Embrapa Florestas.