Móveis feitos em fibras como junco, vime e rattan estão em alta, tanto em áreas internas como externas
Os móveis de fibra natural são uma forte tendência, proporcionando requinte, naturalidade e conforto nos ambientes, além de serem resistentes. Para se ter uma idéia, o popular junco, usado na fabricação de cadeiras, mesas, estantes, entre outros exemplos, é uma das fibras mais fortes. Além disso, as fibras naturais personalizam o espaço.
Outro aspecto interessante é que o Brasil, além de ser rico em fibras naturais (especialmente junco e rattan), produz de forma sustentável, em geral por meio de reservas extrativistas, sem agredir a natureza. As fibras são feitas a partir de vários feixes entrelaçados, o que lhes dá mais resistência. Dependendo da característica da planta, podem ser feitos trançados maiores (fibras mais resistentes) ou menores.
Elas passam por um processo de desidratação, para ficarem bem secas e firmes e depois são trançadas e tratadas. Algumas fibras precisam ser cozidas em água quente para amolecer. Outras não aceitam nenhum tipo de prego para fixação, somente parafusos e cola. Para ganharem cor, são tingidas antes da composição das tramas, que darão origem às peças de mobiliário: mesas, cadeiras, poltronas, sofás, chaises, namoradeiras, banquinhos e outros. Depois vem o acabamento com pintura acrílica, pátina ou decapê, por exemplo. Pode-se manter o aspecto natural, geralmente mais fosco.
No geral, móveis de fibra natural costumam se dar bem em ambientes internos e externos, mas é bom evitar expô-los à chuva, que compromete a durabilidade. Por ser porosa, a fibra tende a absorver água, diminuindo sua resistência. Durante a fabricação, o móvel precisa passar por um tratamento antipragas e impermeabilizante.
O verniz comum, o verniz poliuretano e o verniz poliéster são opções para fortalecer o acabamento, permitindo seu uso em varandas e jardins, por exemplo. Móveis mais pesados como sofás e mesas devem ter uma estrutura de aço galvanizado ou alumínio, para reforçar. Outra sugestão é escolher uma fibra mais grossa, como os cipós.
Vale lembrar que os impermeabilizantes dão uma forcinha, mas é fundamental refazer essa proteção uma vez ao ano (no máximo dois) e utilizar estofamentos com tecidos especiais para uso em áreas externas. A limpeza pode ser feita com um pano seco e escova macia, já que as fibras tendem a não acumular tanta poeira. Evite usar produtos abrasivos ou químicos.
Móveis com fibras naturais não são mais exclusividade de casas rústicas de campo ou fazendas. Há projetos com esse mobiliário em home theaters sofisticado e apartamentos na cidade. A vantagem é que não existe uma receita fechada para combinar fibras com outros materiais. São móveis de fácil ambientação, aceitam bem a mistura de metais ou peças de madeira.
A tendência atual em diferentes ambientes é contrapor o rústico ao sofisticado. Uma sala com um sofá de junco, ou outra fibra natural, combina bem com um piso de mármore, ou uma pintura acrílica na parede, por exemplo. Ambos destacam a beleza dos móveis.
Tipos de fibras
Cipó-imbé
É um tipo de cipó retorcido, que dá um efeito muito bonito na composição de móveis. É uma matéria-prima muito resistente e originária do norte do Brasil.
Rattan
Da região Norte do país, essa palmeira é muito parecida com a málaca, planta asiática, com a vantagem de ser mais flexível e resistente. Não tem divisão de gomos, como os bambus. Muitas vezes o trançado de junco e vime é também chamado de rattan.
Vime
Árvore originária da África do Sul, Europa e partes da Ásia, são cultivadas principalmente no sul do Brasil. Como acontecem com o rattan, os feixes de vime são tramados úmidos. Diferencia-se pela cor, mais avermelhada.
Tucum (ou tucumã)
Palmeira comum no Amazonas chega a alcançar 15m de altura. Suas folhas são maceradas e delas são retiradas fibras muito finas e fortes. A Aparência lembra a da taboa, porém com mais resistência.
Junco
Do norte do Brasil, é a mais usada para confeccionar as tramas dos móveis e amarrações por ser a mais resistente. Os móveis de junco são feitos a partir do escaldamento do caule com produtos específicos e queimada de fios e pêlos para peça ficar lisa.
Capim dourado
Ainda pouco conhecida, é muito cultivada na região Centro-Oeste e valorizada principalmente fora do país, por ter um brilho que lembra o do outro. Tem conseguido também grande aceitação no mercado nacional.
Folha de bananeira
Muito comum em diversas regiões do nosso país, a bananeira tem sido bastante utilizada por produzir uma fibra de ótima qualidade e fácil extração. A fibra é cozida à cerca de 60 graus e depois de fabricados os móveis, eles recebem acabamento de seladora, verniz marítimo ou esmalte sintético.
Tupari
Palmeira selvagem da região Norte, cuja fibra tem sido utilizada há pouco tempo na confecção de móveis. A fibra de tupari, que reveste uma extensa linha de móveis da loja, vem de reservas extrativistas autorizadas pelo IBAMA.
Taboa
Sua fibra é obtida de uma palmeira comum em todo o Brasil. Bastante flexível, é usada para produzir móveis de diversos tipos: cadeiras, pufes e sofás. É comum encontra-la em várias cores, após receber tingimento. Costuma ser apenas desidratada. |