MENU
Apicultura
Artigo
Características
Carvão Vegetal
Celulose
Construção Civil
Editorial
Espécies
Eucalipto
Eucaliptocultura
Gestão
Madeira Serrada
Manejo
Meio Ambiente
Móveis
Nós
Números
Óleos Essenciais
Origens
Pesquisa
Postes
Preservação
Qualidade
Retratibilidade
Secagem
Tratos Silviculturais
Uso Múltiplo
Valorização
E mais...
Anunciantes
 
 
 

REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°59 - SETEMBRO DE 2001

Eucaliptocultura

A Eucaliptocultura no Contexto Brasileiro

A palavra evolução está associada com ganho de rendimentos e de qualidade na busca contínua de redução de custos, como foi o caso brasileiro de produção de Eucalyptus sp., desde sua introdução como silvicultura intensiva, por Edmundo Navarro de Andrade, em 1904, propiciando condições para desenvolvimento de pesquisas buscando ganhos significativos na produtividade dessa cultura através do melhoramento genético.

No Brasil, a silvicultura clonal e a adoção de técnicas silviculturais mais intensivas (preparo do solo, fertilização adequada, combate a pragas e doenças, etc.) aliada à reintrodução de novos materiais genéticos resultaram em ganhos consideráveis de produção. Outra estratégia que alcançou ganhos consideráveis foi através da cultura de tecidos, maximizando os ganhos em uma única geração, mantendo características favoráveis, evitando a variabilidade encontrada em árvores obtidas a partir de sementes. As florestas, assim implantadas, irão originar árvores com melhor forma, maior rendimento por unidade de área, e, se sua madeira for convenientemente estudada, maior produção de madeira com as melhores qualidades às finalidades que se destina.

Os conhecimentos desenvolvidos para o estabelecimento de monocultura contribuiu para implantação de programas de incentivos fiscais, através da aplicação da Lei Federal 5106, de 02 de setembro de 1966 e Decreto Lei 1.134 que se refere a reposição florestal, os quais dispõe sobre incentivos concedidos aos empreendimentos florestais, ampliando as áreas plantadas por particulares. A partir da década de 70, se iniciou o processo de vericalização, através da entrada maciça de particulares na produção de madeira para fabricação de celulose e papel.

Essa silvicultura intensiva evoluiu a eucaliptocultura e elevou o país a uma condição de maior produtor mundial de celulose de fibra curta (eucalipto), representando cerca de 50% da produção mundial; é o sétimo produtor de celulose (fibra curta e fibra longa);. E o 11º produtor mundial de papel. Além disso sitaua-se entre os três maiores exportadores de papéis para impressão e escrever, e ainda o quarto maior fornecedor de papel para embalagem (kraftliner).

A eucaliptocultura é a alternativa altamente promissora no que se refere ao uso da madeira, por apresentar características de madeira nobre, custo reduzido e versatilidade, além de colaborar com a redução da devastação de madeiras nativas nobres. No entanto há necessidade cumprir com os critérios ecológicos estabelecidos pelo selo ISO 14001 e FSC, que será obrigatório em todos os mercados.

Silvicultura intensiva

Tem seu início em 1876 na África do Sul, segundo ZOBEL et alli (1987). No Brasil, ela nasce com os trabalhos pioneiros de Edmundo Navarro de Andrade e Cia. Paulista de Estradas de Ferro a partir de 1904.

Seus princípios são simples e de ampla aplicação, procura a máxima utilização dos recursos, sua filosofia básica é a produção da maior quantidade de madeira, por unidade de área, menor período de tempo, da forma mais econômica possível, e com qualidades mais adequadas ao seu uso final, estabelece que as árvores podem e devem ser cultivadas como qualquer cultura anual, visando sempre a produção de madeira, selecionando as populações para produção de sementes (procedências das sementes), estabelecendo áreas de coleta e produção de sementes, selecionando e testando geneticamente árvores superiores fenotipicamente, estabelecendo pomares para produção de sementes e produzindo as mudas intensivamente em viveiros específicos. Deste modo a Silvicultura Intensiva rompe com os métodos de regeneração natural, prepara o solo, estabelece plantações sob espaçamentos predeterminados, visando melhor controlar a competição natural entre árvores. Tratos culturais são necessários para que a plantação estabelecida tenha sucesso, a adubação é adotada, o combate ás pragas e doenças e a proteção florestal são imprescindíveis. Qualquer prática operacional que aumente a produtividade e a economicidade das plantações é adotada. Os ciclos soa curtos e a produtividade é alta quando comparada com a Silvicultura Tradicional (5-10 m³/há/ano na Silvicultura Tradicional e 30-60 m³/há/ano na Silvicultura Intensiva).

A não disponibilidade de áreas com solos de boas qualidades para o reflorestamento que sejam próximas aos grandes centros de consumo da madeira, a existência de solos marginais com vocação ao florestamento e reflorestamento, os custos de implantação, manejo, manutenção, colheita e transporte de madeira, aliados a necessidade da mecanização das operações tornam imperativa a maior produção de madeira por unidade de área, através de melhoria de métodos de colheita e transporte, utilização intensiva dos produtos florestais e implantação de florestas mais produtivas, partindo-se de sementes ou propágulos geneticamente melhorados, associada a aração, adubação e completada pelo controle de pragas e doenças o eucalipto grande versatilidade em relação aos produtos a obter, anteriormente se plantava somente para se obter matéria prima para polpa e papel, ou energia, hoje é utilizado nos mais diversos usos, tais como: chapa de partículas, madeira serrada, laminação e faqueado, além de seu uso tradicional em papel celulose e energia.



Fatores que afetam a produtividade de máquinas florestais durante a colheita de madeira

A produtividade de máquinas florestais sofrem influências tanto de fatores externos inerentes as operações florestais que afetam o desempenho das máquinas, como também devido ao maquinário utilizado. Com relação as variáveis passíveis de mensuração e que interferem na produtividade de máquinas pode se considerar: a declividade do terreno, espécie a ser utilizada, o diâmetro da base, o diâmetro dos galhos, a altura e o volume individual das árvores, o volume por ha, espaçamento adotado, tipo de intervenção que irá ocorrer, tipo de rebrota, a necessidade de sortimento, a concentração de madeira, a qualidade da atividade anterior, a densidade e qualidade da malha viária, a altura de tocos após a operação de corte, a distância média de extração, dimensões e qualidade do estaleiro, comprimento da madeira, tipo de solo teor de umidade, o tempo da madeira no campo, época do ano, a qualidade do planejamento das operações, pluvisiosidade, composição do sub-bosque, alinhamento e os danos em florestas remanescentes.

A produção florestal ainda pode sofrer interferência de variáveis imprevistas como: chuvas fortes e repentinas, que associado a outras variáveis como tipo de solo pode inviabilizar o tráfego em algumas condições esse tipo de variável que independe de planejamento a prática e criatividade aliada ao bom censo são ferramentas fundamentais.

O que se refere ao maquinário utilizado, as variáveis operacionais que podem afetar a produtividade são: o estado dos elementos de desgaste, a qualidade das peças para reposição, o estado de pneus e esteiras, treinamento e reciclagem dos operadores, tipo de jornada de trabalho, dependência de outros equipamentos e sistema de manejo adotado.

Ainda no que se refere a maquinário utilizado devemos considerar dois componentes: a máquina base e o implemento de operação. A máquina base, é composta basicamente pelos seguintes componentes: um motor, um sistema de missão de força um sistema de tração, um sistema de articulação, material rodante, um sistema hidráulico, freios e comandos, eixos e um sistema elétrico, além de contar ainda com itens relacionados com ergonomia, segurança, visibilidade, iluminação, acesso aos pontos de manutenção, dimensões e peso. O implemento de operação corresponde a parte da máquina que efetivamente realiza a operação, no caso de colheita de madeira, os implementos mais comumente utilizados são: cabeçote de harvester e sistemas informatizados de mensuração e sortimento, cabeçotes de feller em sabre, disco ou faca, slingshot, garras de skidder, carretas autocarregáveis e forwarder, gruas e garras, rotares, guinchos, delimbers, grades desgalhadoras, slashers, garras traçadoras, motosserras, etc.



Espectativa de povoamentos futuros de eucalipto

A complexidade envolvida no processo da produção florestal associado a evolução do mercado de celulose e pasta a partir de fibras curtas, considerando que as fábricas produtoras de celulose de eucalipto se expandiram em ritmo mais acelerado do que as outras fibras, e sua participação em relação a capacidade instalada, evoluiu de 83%, em 1990 para 95% em 1999, principalmente durante a fase da colheita de madeira, que pode representar até 70% dos custos da madeira posto fábrica exige um planejamento considerando todas as variáveis envolvidas no processo, que podem onerar os custos de produção.

O fator mais importante a considerar neste contexto, é a manutenção da capacidade produtiva do ambiente, pois a sustentabilidade da produção se dará pela seqüência de rotações ou seja, as técnicas a adotar devem levar em consideração sempre a colheita da madeira com suas particularidades e as novas implantações. A homogeinização dos povoamentos de eucalipto em relação ao diâmetro e volume individual, tornam possíveis planejar e controlar operações de colheita de forma mais regular e com grande chance de poucos desvios em relação ao esperado.

Este fato ocorrerá cada vez em maior escala, devido principalmente a adoção de povoamentos clonais, que possibilitaram desenvolver o que pode se definir como “Florestas de Precisão”, onde não se plantará mais área e sim volume ou toneladas por hectare/ano.



Malinovski, J.R

Camargo, C.M.S.

Departamento de Ciências Florestais – U F P