MENU
Alemanha
Argentina
China
Editorial
Espanha
Estados Unidos
Exportações - Setor
Exportações Brasil
França
Índia
Itália
Japão
Logística
Oriente Médio
Reino Unido
Sinop
Anunciantes
 
 
 

REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°105 - MAIO DE 2007

Japão

Potência econômica e tecnológica

O Japão é atualmente a segunda potência econômica mundial, perdendo só para os Estados Unidos o que ocorre, basicamente, em decorrência de seu grande parque industrial. Dentre as principais atividades industriais estão a indústria automobilística (o país é sede mundial das montadoras Toyota, Nissan, Honda, Mitsubishi, Mazda, Daihatsu, Suzuki, Subaru, Isuzu e Hino), a indústria eletrônica e de informática, a siderurgia, a metalurgia, a construção naval e química, com destaque para as indústrias com tecnologia de ponta nestes setores.

A maior parte dessas indústrias concentra-se na faixa litorânea, devido a dependência de matérias-primas, transportadas em grande parte por via marítima. As exportações japonesas, em geral de produtos industriais, ultrapassam US$ 320 bilhões de dólares e incluem produtos eletroeletrônicos, automóveis, embarcações e maquinário industrial. No entanto, o Japão possui em seu território reduzidos recursos minerais e energéticos. Sua dependência externa em relação a esses produtos ultrapassa 90% do consumo nacional.

As principais atividades econômicas do Japão circulam entre as ilhas de Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu. O Japão é cortado por uma eficiente malha rodoviária e ferroviária que liga o país de norte a sul, apesar do uso das linhas ferroviárias para carga, cada vez mais o transporte rodoviário vem se tornando vital para a distribuição de produtos no país, e isto faz com que o orçamento para infra-estrutura em transporte seja grande. Para encurtar a distância entre as ilhas, a engenharia japonesa construiu dois túneis e uma ponte entre Honshu e Kyushu. Entre Honshu e Shikoku, duas grandes pontes foram construídas e um imenso túnel, com 54 quilômetros de extensão, liga Honshu e Hokkaido.

Cerca de 80% do território japonês apresenta relevo montanhoso. As montanhas das ilhas Honshu, Shikoku e Kyushu exibem uma vasta vegetação subtropical. A ilha de Hokkaido é coberta por taiga. Essas condições permitiram uma intensa utilização da madeira, inclusive para a construção de embarcações, estruturas de casas e templos.

Embora a maior parte do território japonês apresente relevo montanhoso, a cultura tradicional é a plantação de arroz (rizicultura), mas há muito tempo que o país também se dedica à pesca, explorada simultaneamente por pequenas e grandes empresas. Pequenos portos para pesca são encontrados em toda a sua área costeira, principalmente no litoral do Oceano Pacífico, cujas águas são mais piscosas. Até metade do século XIX, a rizicultura foi a principal atividade econômica do Japão. Apenas 16% do território japonês é formado por planícies, onde a atividade agrícola é mais fácil. A rizicultura transformou a planície de Kanto na zona mais densamente povoada do país. Isso garantiu um mercado consumidor para a indústria que se estabeleceu na era Meiji.

A ocorrência de quatro estações do ano nitidamente marcadas é responsável pelo fornecimento do calor e da umidade que a cultura do arroz exige. Além disso, o emprego de irrigação constante favorece o seu desenvolvimento. Mesmo depois de ter se transformado em um dos países mais industrializados do mundo, o Japão manteve a agricultura como uma de suas mais importantes atividades.

Mas, os interesses industriais e urbanos cresceram nas áreas que foram tradicionalmente ocupadas por lavouras. A diminuição da área cultivada vem sendo compensada pelo constante aumento da atividade agrícola, isto é, maior produção por área e por pessoa, decorrente da aplicação de técnicas avançadas e de novos instrumentos. Todavia, a atividade agrícola japonesa tem uma importância mais histórica e cultural, pois é possível importar os outros produtos a preços bem mais baixos. Um dos focos de conflitos diplomáticos no Japão é sua política protecionista.



Aspectos Gerais

Com uma superfície de 377.835 km², o Japão está situado no extremo leste do continente asiático. O país se separa da República Popular da China, a sudoeste, pelo mar da China; da Rússia, Coréia do Norte e Coréia do Sul, a oeste, pelo mar do Japão; e das ilhas russas de Sakhalin e Kurilas, a norte e nordeste, respectivamente, pelo estreito de La Pérouse (Soya), o mar de Okhotsk e o estreito de Nemuro. Toda a costa leste do Japão é banhada pelo Oceano Pacífico.

O território japonês é formado por quatro ilhas principais: Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu, uma série de cadeias de ilhas e cerca de 6.852 ilhas menores. Honshu representa mais de 60% da área total, onde estão localizadas as principais províncias. De uma ponta a outra, o país tem mais de 3.200 km de extensão. Hokkaido, no extremo norte, está a 300 km de distância do continente asiático, enquanto Kyushu, no extremo sul, dista do continente cerca de 100 km.

O relevo japonês é bastante acidentado, com cerca de 72,8% da superfície do país constituída por áreas montanhosas, em grande parte de origem vulcânica. O ponto mais alto do Japão é o monte Fuji, com 3.776 metros.

As ilhas do Japão situam-se na zona temperada e na extremidade nordeste da área das monções. O clima é, em geral, moderado, embora varie de maneira considerável de acordo com o lugar. A combinação de chuvas abundantes e um clima temperado na maior parte do arquipélago produz ricas florestas e vegetação densa em toda a área rural.

O Japão é uma sociedade urbana industrializada, e mais de três quartos dos povos vivem em áreas metropolitanas. Somente 4,6% da mão-de-obra estão voltadas para a agricultura. A maior parte da população se concentra na costa do Pacífico entre Honshu e norte de Kyushu.

O Japão é dividido em 11 regiões – Chugoku, Chubu, Hokkaido, Hokuriku, Kansai, Kanto, Kyushu, Okinawa, Shinetsu, Shikoku e Tohoku – por sua vez subdivididas em 47 províncias ou “prefeituras”. Essas províncias coordenam um total de 3.232 municipalidades.

A taxa de desemprego é de 4,4% As principais cidades japonesas são: Tóquio (Capital), Yokohama, Osaka, Nagóia, Sapporo, Kobe, Quioto, Fukuoka e Sendai.

O Japão é uma monarquia constitucional parlamentar inspirada no modelo inglês. Sua Constituição está em vigor desde 3 de maio de 1947, sendo o Imperador (“Tennô”) o símbolo do Estado e da unidade do povo japonês, não estando investido de poderes de governo. Os poderes executivo, legislativo e judiciário são representados respectivamente pelo Gabinete, Dieta e Cortes de Justiça. Vigora no país o pluripartidarismo

Economia

O Japão protagonizou uma das mais fenomenais transformações econômicas na segunda metade do século XX. Em cerca de trinta anos, o Japão saltou de um país derrotado militarmente, ocupado por uma potência estrangeira, exaurido economicamente e sem recursos naturais, para a segunda maior economia do mundo. Boa parte desse processo deveu- se à capacidade japonesa de desenvolver novas tecnologias, de poupar e de trabalhar com afinco em busca de sua recuperação econômica.

Na esteira do fim da “bolha econômica” dos anos oitenta, o Japão amargou cerca de uma década de recessão econômica, deflação e pessimismo por parte dos consumidores. Hoje, apesar de todas as dificuldades passadas ao longo dos anos noventa, o Japão ainda é uma das maiores economias do mundo, um dos países de mais alta renda per capta e de mais alto índice de desenvolvimento humano.

O país é um grande comerciante externo, o maior importador de alimentos, um dos maiores investidores externos e doadores de assistência ao desenvolvimento no mundo. Com uma extraordinária capacidade de consumo e concentrando algumas das maiores corporações econômicas do planeta, o Japão é o motor econômico da região asiática e comporta um dos mercados financeiros mais importantes do mundo.

Negócios

Para negócios organize com cuidado e antecedência todos os detalhes de sua viagem: horários dos encontros, reservas de hotel, passagens de trem (melhor meio de transporte no arquipélago) e outros. Será, por vezes, difícil fazer acertos de última hora ao chegar no Japão. Ademais, isto poderá servir de demonstração de seriedade aos seus interlocutores locais que costumam ser bastante metódicos e detalhistas. Um ponto importante: o tipo de hotel onde o visitante está hospedado é, aos olhos japoneses, um reflexo da posição de sua empresa.

Tenha presente o fato de a língua japonesa constituir, sem dúvida, um dos maiores obstáculos que o visitante terá de enfrentar durante suas negociações. Trata-se de um elemento-chave para qualquer missão prospectiva no Japão. Os japoneses acostumados a lidar com parceiros no exterior compreendem a linguagem escrita, mas é raro encontrar um empresário que consegue exprimir-se, em inglês, com facilidade. Mesmo nos raros casos de negociações em inglês, deve-se levar em conta que:

1 -A fluência do inglês no Japão é rara, o que pode levar a imprecisões e mal-entendidos;

2 -Um japonês jamais admitirá publicamente que não compreendeu o sentido de uma frase ou palavra;

3 - Aqueles poucos que falam inglês não são necessariamente os melhores interlocutores ;

4 - Se apenas um de seus interlocutores falar inglês, ele será o único a traduzir tudo aquilo que o visitante está dizendo e ficará, por sua vez, sem meios de confirmar que a mensagem foi bem recebida pelos anfitriões.

Algumas regras devem ser seguidas na hora de se comunicar mais eficazmente por intermédio de um intérprete:

1 - Mantê-lo informado a respeito da evolução da situação e informá-lo antes de cada reunião;

2 - Falar lentamente, evitando, sempre que possível, abreviações e jargões técnicos;

3 - Ter presente que o emprego de um intérprete costuma duplicar o tempo de conversação e, consequentemente, abrevia a reunião;

4 - Prestar atenção para não se alongar em demasia por ocasião de cada retomada da fala, de forma a garantir mais precisão no trabalho do intérprete.

5 - Após uma reunião, prever a possibilidade de trocar impressões com o intérprete, que muitas vezes poderá confirmar alguma impressão que seus interlocutores tenham lhe passado.

Durante uma missão prospectiva, traga consigo grande número de cartões de visita. Praticamente, todas as pessoas com quem irá encontra-se vão apresentar seus respectivos cartões. Por isso, o visitante deverá sempre estar preparado para a troca de cartões.

Ao receber o cartão de seu interlocutor, tome o tempo necessário de ler o nome dele, seu cargo e o nome de sua empresa, segurando o cartão com as duas mãos. Deixar de ler atentamente o cartão de visitas de seu interlocutor poderá significar gesto de falta de respeito.

É absolutamente necessário chegar na hora nos compromissos agendados. Os japoneses costumam, inclusive, chegar um pouco antes do horário da entrevista para permitir, assim, com que sejam recebidos na hora.

O encontro terá lugar muito possivelmente em sala de dimensões reduzidas, utilizada essencialmente para esse tipo de evento, onde o visitante será convidado a entrar primeiro. Será servido um café ou um chá japonês e a conversa inicial, de modo a estabelecer o primeiro contato, deverá versar sobre amenidades como a viagem de chegada ou o tempo.

As relações com os japoneses possuem importante componente de forma. Nesse sentido, será importante apresentar e descrever as atividades de sua empresa com esmero. Os documentos que serão entregues a seus interlocutores - de preferência em inglês ou vertidos para o japonês - contribuirão decisivamente para compor a imagem que terão sobre sua companhia.

Na maior parte das vezes os japoneses já possuem uma espécie de agenda estruturada e é aconselhável respeitá-la. No início da entrevista, será oportuno repetir sua função, o nome de sua empresa e o objetivo de sua missão.

Os japoneses, freqüentemente, inclinam a cabeça ou fazem algumas interjeições (como, por exemplo, Hai!), durante uma conversa. Isto demonstra que o visitante tem a atenção de seu interlocutor e que este compreendeu aquilo que está sendo dito, mas não significa que concordou com a colocação que lhe foi feita. Os japoneses têm certa dificuldade em dizer não e por isso será importante ficar atento a alguns sinais como respostas evasivas ou tentativas de mudança de tópico da conversa.

O silêncio não deve ser interpretado como um sinal negativo, mas como um simples período de reflexão. Os homens-de-negócio japoneses têm grande capacidade de ouvir seus interlocutores, enquanto que seus homólogos ocidentais, muitas vezes, por estarem pouco habituados a silêncios, têm a tendência a tentar preencher os vazios monopolizando as discussões.

Não se deve menosprezar aqueles empresários japoneses que não participam ativamente das discussões. Muitas vezes os verdadeiros tomadores de decisão preferem ficar "na sombra" e deixam os quadros intermediários debater os detalhes mais práticos das negociações.

Em geral, nenhuma decisão é tomada ao final de uma visita: falta ainda que seus interlocutores discutam entre si e cheguem a um consenso.

Por ocasião de um jantar, por exemplo, os convivas são colocados em ordem hierárquica decrescente em tomo da pessoa mais importante. Da mesma forma, ao adentrar-se uma sala de reunião deve-se procurar cumprimentar as pessoas na ordem decrescente de importância. Essa regra deve ser seguida a todo momento.

Quando já tiver próximo de estabelecer um relacionamento com seu interlocutor, a visita poderá ser encerrada de forma adequada por meio da entrega de presentes que terão sido trazidos do Brasil. Pequenos presentes tipicamente brasileiros (artesanato de qualidade ou livros com belas fotografias etc.) são sempre muito apreciados.

Como negociar com o Japão

1 - A postura correta é importante no Japão, sobretudo ao sentar. Evite esparramar-se na cadeira. O equilíbrio é um princípio básico japonês, portanto, pratica-se uma postura sólida e firme ao sentar-se ou ao andar;

2 - A base da etiqueta japonesa é o respeito. Esse respeito é demonstrado em tudo e a toda hora;

3 -Na sociedade japonesa, é extremamente importante, principalmente nos negócios, saber a posição que a pessoa que você estabelece contato ocupa a sua empresa;

4 - Evite dar tapinhas nas costas dos japoneses, ficar muito próximo, qualquer forma de beijo em público ou contato físico prolongado;

5 - Falar alto, aparecer demais, gesticular muito, agitar-se, são considerados vulgares;

6 - Dê um presente com as duas mãos, como ao entregar seu cartão de visitas. Isso é visto como um gesto de humildade;

7 - Ao receber um presente, não se espera que o abra imediatamente. Para os japoneses abrir o presente seria concentrar demasiada atenção no objeto e não naquilo que é verdadeiramente importante, ou seja, a intenção;

6 - Os japoneses apreciam a discrição, ternos sóbrios, escuros ou de cores neutras.