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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°105 - MAIO DE 2007

França

País parceiro para comércio bilateral

Com um Produto Interno Bruto (PIB) de quase US$ 1,81 trilhões a França é a terceira maior economia da Europa e a quinta maior do mundo. Essa posição deve-se ao dinamismo, principalmente, dos setores de transportes, comunicações, indústrias agroalimentares, produtos farmacêuticos, produtos de luxo (bolsas e malas, moda, perfumes, bebidas, entre outros), além do setor bancário, de seguros e de turismo.

A França integrou-se à União Européia na sua criação e pertence à zona do Euro, que adota uma moeda única, em circulação desde 1º de janeiro de 2002. A economia européia constitui um mercado único. Note-se que a maior parte do comércio exterior dos países da UE é realizada dentro da própria Europa. A moeda única objetiva facilitar as trocas comerciais e os investimentos entre os mercados.

O comércio exterior francês é direcionado em mais de 60% para os países-membros da zona do Euro. A França é um importante exportador mundial de máquinas e equipamentos e também é grande produtor e exportador agrícola, principalmente de cereais e produtos da agroindústria. É o quarto maior exportador mundial de bens e terceiro maior exportador de serviços. No período de 2000-2004, o total do comércio exterior cresceu, em média, 6,9% ao ano, acumulando superávit na balança comercial de US$ 26,6 bilhões.

O país atrai cerca de 8% do total dos investimentos diretos mundiais, graças à qualidade da mão-de-obra, ao alto nível de pesquisa, ao domínio de tecnologias avançadas e à estabilidade da moeda. Em 2003, a França ocupou a segunda posição entre os países da União Européia, após Luxemburgo, no recebimento de investimentos diretos estrangeiros, com um total de US$ 47 bilhões.

A pauta de importações da França é composta também, em sua maioria, por produtos industrializados, com destaque para os setores de caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos; veículos automóveis, tratores, ciclos; combustíveis; máquinas e aparelhos elétricos; plásticos e suas obras e produtos químicos orgânicos.

Os principais produtos importados são: automóveis de passageiros com US$ 21,2 bilhões e participação de 5,4% no total da pauta; óleo petróleo em bruto com US$ 18,4 bilhões e 4,7%; partes e acessórios de motores para veículos automóveis, com US$ 10 bilhões e 2,6%; máquinas automáticas para processamento de dados, com US$ 9,2 bilhões e 2,4%; medicamentos para uso terapêutico, com US$ 8,7 bilhões e 2,2%; gás de petróleo e outros hidrocarbonetos gasosos com US$ 7,6 bilhões e 2%; e partes de aviões, com US$ 6,7 bilhões.



Fonte: Braziltradenet –

Como negociar

Embora sejam muito comunicativos e apesar de se expressarem muito através de gestos e de expressões faciais, os franceses apresentam um perfil formal de negociação e um tratamento relativamente distante e elitista. Em contatos de negócios é usual e proveitoso estabelecer previamente o “fio condutor” da reunião uma vez que o francês não é, habitualmente, muito pragmático nem objetivo para ir direto ao assunto. Freqüentemente entra em detalhes, portanto, leve o maior número de informações acerca de seu produto e de sua empresa, preferencialmente em francês; informações em inglês perdem pontos.

Ao entrar em uma reunião de negócio, cumprimente a todos com um firme aperto de mão, iniciando pelas mulheres; esqueça o habitual tapinha nas costas e o ato de ficar balançando a mão durante o cumprimento. Os cartões de apresentação (em francês) devem ser distribuídos quando todos estiverem sentados.

Trate os seus interlocutores por senhor e senhora e jamais use o primeiro nome. Lembre que os franceses apreciam o distanciamento.

Os franceses são ainda conservadores quanto à forma de negociar, preferindo a tradicional carta pelo correio ou fax, em vez de um e-mail.

Boa educação, boa conduta e boa apresentação são aspectos valorizados pelos franceses. Sendo o nosso produto alvo o calçado, não esqueça de vestir um par da melhor qualidade, pois, tenha certeza, você estará sendo observado.

Por seu papel histórico e por sua inserção internacional, os franceses valorizam a cultura (principalmente a francesa!) e a política. Sendo assim, mantenha-se munido de algumas referências mínimas acerca da França e da conjuntura político-econômica mundial e do Brasil pois, caso não aconteça durante a reunião, é quase inevitável que o tema virá a tona durante o almoço. Em relação a assuntos políticos procure diplomaticamente "fugir". Caso seja inevitável, tente a postura mais imparcial possível.

Uma vez que mencionamos almoço, cabe lembrar que na França as refeições são verdadeiros rituais; se você quer ganhar pontos com seu interlocutor, convide-o para uma boa refeição. Não esqueça um bom vinho e, sobretudo, não tenha pressa. Neste quesito, as boas maneiras são imprescindíveis. Elogie a culinária francesa, um dos seus grandes patrimônios e referência de qualidade internacional.

Os franceses se orgulham de sua nacionalidade, de sua história, de seus costumes, de seus produtos. Concorde com eles! Afinal eles têm bons motivos para tanto.

Recomendações

O primeiro passo para a abordagem do mercado francês é a realização de um estudo de mercado, a fim de identificar a concorrência, constatar a competitividade do produto e identificar o canal de distribuição mais apropriado para o mesmo. Esse estudo irá identificar também quais as adaptações que o exportador brasileiro deverá fazer no seu produto. O exportador deverá estar ciente de que nem sempre será possível comercializar a mercadoria tal e qual é comercializada no mercado interno.

Com o estudo de mercado em mãos, será possível elaborar uma estratégia de abordagem do mercado. Uma vez conhecido o canal alvo, a identificação dos importadores/distribuidores a serem contatados será mais fácil através de órgãos no Brasil ou na França. Os primeiros contatos poderão ser realizados por correspondência, correspondência eletrônica ou por telefone. Os catálogos e documentos enviados deverão ser preferencialmente em francês e conter informações claras e precisas dos produtos. Conforme o desenrolar das negociações, será necessária uma visita pessoal aos importadores interessados.

Para evitar problemas de pagamento, é possível obter informações financeiras das empresas francesas e contratar seguro de crédito junto à Compagnie Française d’Assurance pour le Commerce Extérieur – COFACE.

Intercâmbio comercial

A pauta de exportações brasileiras para a França é composta essencialmente por produtos básicos, dentre os quais destaca-se o item bagaços e resíduos sólidos da extração do óleo de soja, que representa 30,5% do total da pauta (US$ 668 milhões). Em seguida destacam-se “minérios, escórias e cinzas”, com participação no total das exportações de 13,9% . Máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, foram responsáveis por 7,9% das exortações brasileiras.

Já 6,9% das exportações do Brasil para a França foram de “madeira, carvão vegetal e obras de madeira. Outros itens relevantes que compuseram a pauta de exportações brasileira foram: sementes e frutos oleaginosos, café, móveis de madeira, frutos do mar, aeronaves e ouros aparelhos aéreos e, finalmente, pastas de madeira.

As estatísticas das vendas brasileiras para a França, por fator agregado, revelam que 64% são constituídas de produtos básicos, 8% por bens semimanufaturados e 28% de produtos manufaturados. Dentre os produtos industrializados, destacam-se motores e suas peças para automóveis e móveis de madeira.

Geografia

É o país mais extenso da Europa ocidental com 547.030 km². Possui vários territórios espalhados pelo mundo, denominados de Departamentos e Territórios de Ultramar. Na América: Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica e Saint-Pierre-et-Miquelon; na África: Reunião e Mayotte; na Oceania: Nova Caledônia; Polinésia Francesa e Wallis-e-Fortuna; e nos Mares do Sul: Terras Austrais e Antárticas Francesas. Esses Departamentos e Territórios de Ultramar tornam a França a segunda maior zona econômica exclusiva (ZEE) do mundo, com uma área total de 10 milhões de km², pouco menor que a ZEE dos Estados Unidos, com 11 milhões de km². Paris é a capital e a cidade mais importante.

Quanto ao relevo, as planícies são predominantes, cobrindo cerca de 2/3 do território. No centro, a sudoeste e a leste situam-se as principais cadeias de montanhas: o Maciço Central, os Pireneus e os Alpes – o Monte Branco é o mais alto pico da Europa ocidental, com 4.807 metros.

A costa marítima, de cerca de 5.500 km, acompanha o Mar do Norte, Canal da Mancha, Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo. A rede hidrográfica francesa corresponde a 0,26% da água fluvial do mundo. Quatro rios mais importantes para o desenvolvimento industrial e urbano irrigam o território francês. O Loire, com 1.012 km de extensão, e o Garona, com 575 km, são pouco utilizados na navegação. O rio Sena, com 776 km de extensão, navegável de Rouen até Le Havre, e o Ródano, com 522 km, de Lyon até a região marítima. Por último, o Reno, com apenas 190 Km, na fronteira com a Alemanha, é um dos principais trechos de navegação do mundo.

A população francesa é composta de vários grupos étnicos, principalmente os gauleses e os celtas. São também importantes as populações de origem romana, grega e germânica. Destacam-se, ainda, os árabes e judeus instalados no sul do país, na fronteira com a Espanha. O maior número de imigrantes nas últimas décadas são provenientes do norte da África - Marrocos, Tunísia e Argélia.

Estima-se hoje que a população francesa possua um total de 60,8 milhões dos quais 51,4% são mulheres e 48,6% homens. A taxa média de crescimento da população entre 1984 e 2004 foi da ordem de 0,6% ao ano, com densida¬de demográfica de 112 habitantes por km².

A população economicamente ativa gira em torno de 26,5 milhões de pessoas, com aproximadamente 19,5 milhões empregadas e 2,35 milhões à procura de emprego. A taxa de emprego é de cerca de 62% para os homens e 48% para as mulheres.

A expectativa de vida na França passou de 72,7 anos para os homens e 80,9 para as mulheres, em 1990, para 76,1 anos para os homens e de 83,5 anos para as mulheres, em 2006. O aumento médio, nas duas últimas décadas, foi da ordem de 0,25%. O salário líquido médio anual é em torno de 19.938 Euros e a poupança familiar de cerca de 15,6% da renda disponível.