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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°105 - MAIO DE 2007

Argentina

Proximidade estimula parceria entre Brasil e Argentina

A Argentina é a segunda maior economia da América do Sul e juntamente com o Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela faz parte do Mercosul. Possuindo um dos solos mais férteis do mundo, destaca-se na alta produtividade de grãos, principalmente trigo, com 15 milhões de toneladas, milho com 19 milhões de toneladas e soja com 18 milhões de toneladas. O setor florestal também tem apresentando crescimento nos últimos anos, tendo como centro o nordeste mesopotâmico. A Lei de incentivo florestal, que está em vigor atualmente, foi sancionada em 1998, ano em que mais de 80.000 hectares foram reflorestadas com o incentivo do governo federal.

O crescimento que alcançou a atividade florestal na mesopotâmia nos últimos anos define o perfil que tenderá a região do nordeste Argentino na próxima década, visando compensar o panorama de crise que passam outros cultivos na região. A opção florestal se afirma como uma alternativa interessante, fortalecida pelos subsídios que prevê o Regime de Promoção de Plantações Florestais.

A história da Argentina tem início com a chegada dos primeiros seres humanos à região, estimada em 11 mil anos antes da Era Comum (antes de Cristo). A região noroeste de seu atual território formava parte do Império Inca e as pampas eram dominadas por ameríndios nômades. Em fevereiro de 1516 o navegante espanhol Juan Díaz de Solís pilotou sua embarcação ao estuário do Rio da Prata e proclamou a região em nome da Espanha. Atualmente a Argentina apresenta alto crescimento econômico e já retomou ao patamar anterior à última moratória.

Sua superfície total legal é de 3 745 247 km², dos quais 2 780 400 km² correspondem ao continente americano e 964 847 km² ao continente antártico. No entanto, fontes argentinas continuam considerando como territórios as Malvinas e ilhas adjacentes, elevando a superfície total para 3 761 274 km².

A Argentina é o oitavo maior país do mundo e o quarto maior da América (depois de Canadá, Estados Unidos e Brasil). A Argentina pode ser dividida esquematicamente em três partes: as planícies férteis das Pampas na metade norte do país, que são o centro da riqueza agrícola da Argentina, o planalto da Patagônia na metade sul até à Terra do Fogo, por vezes plano, por vezes ondulado, e a escarpada cordilheira dos Andes ao longo da fronteira ocidental com o Chile, cujo ponto mais elevado é o monte Aconcágua, com 6 960 m de altura.

Regiões Geográficas

Pampa: Cobre a região centro-oriental do país. É uma imensa planície de intensa exploração agropecuária. Clima temperado e úmido.

Mesopotâmia: onde se localiza a selva subtropical e a bacia hidrográfica formada pelos rios Uruguai e Paraná. Clima subtropical.

Nordeste: compreende as terras do Chaco argentino, ricas em madeira. Clima cálido e úmido.

Noroeste: solo montanhoso rico em minerais. Clima cálido e desértico.

Cuyo: Região andina de montanhas férteis apropriadas à cultura da vinha, com abundantes fontes de águas minerais e termais. Clima temperado.

Patagônia: É um planalto localizado ao sul do país, cuja paisagem é dominada por lagos, bosques e geleiras. Clima frio e úmido.

A área total de fronteiras é de 9376 km, que tocam cinco países vizinhos: Chile, Bolívia, Paraguai, Brasil e Uruguai. A maior fronteira é com o Chile (5150 km), ao longo de toda a Cordilheira dos Andes.

A população atual é de cerca de 38,6 milhões de habitantes. A Argentina é um dos poucos países latino-americanos onde pessoas de cor branca formam a maioria da população. Aproximadamente 85% dos argentinos são de origem européia. Os dois grupos étnicos majoritários no País são os espanhóis e os italianos. Há ainda, em menor número, grupos de ingleses, alemães, franceses, irlandeses e eslavos. Cerca de 14,5% dos argentinos são de origem mestiça e apenas 0,5% de indígenas. Há, ainda, uma pequena parcela de afro-Argentinos.

Há ampla liberdade de culto e a grande maioria da população (92%) segue a religião católica. As minorias são compostas de protestantes 2%, judeus 2% e outras 4%.

A Argentina possui influência européia e indígena na sua gastronomia, mas devido ao pampa que faz fronteira com o Uruguai e Brasil que tradicionaliza a pecuária como atividade econômica, vários pratos típicos são baseados na carne bovina e nos derivados do leite. Nos restaurantes portenhos, são comuns os bifes de chouriço (a picanha do Brasil), filé mignon, entrecorte e costela. Além dos variados queijos e doces de leite, são comuns os alfajores, chocolates e trufas.

Indicadores Sociais

Esperança de vida ao nascer: 75,24 anos (homens 71,56; mulheres 79,06)

Taxa de fertilidade: 2.3 filhos por mulher (2005)

Mortalidade Infantil: 14,4 por mil nascidos (2004)

Taxa de analfabetismo: 3,1% (2006) (definição: pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever)

Universidades públicas: 37

Universidades particulares: 49

A moeda argentina é o peso ($), dividido em 100 centavos. As cédulas em circulação são de 2, 5, 10, 20, 50 e 100 pesos e as moedas são de 1 peso, 1, 5, 10, 25 e 50 centavos. Desde a desvalorização produzida em janeiro de 2002, o tipo de câmbio adotado é o de flutuação suja. Depois de uma forte subida da divisa nos primeiros meses, a taxa permanece mais ou menos estável ao redor de $ 3,00 por dólar.

Após atingir um pico histórico no segundo trimestre de 1998, quando chegou a medir 299 bilhões de dólares/pesos, o produto bruto da Argentina começou a sofrer sucessivas desacelerações. Depois de tocar o fundo do poço em 2002, com uma queda em preços constantes de quase 11% em relação à cifra registrada no ano anterior, essa tendência foi revertida a partir de 2003. Nos últimos 4 anos, a variação do PIB (ou seja, o crescimento do país) vem sendo de aproximadamente +9% ao ano. Em 2005 a cifra foi de 181 bilhões de dólares, o que colocou a Argentina como 37º país no ranking mundial e como 3º país da América Latina. O PIB per cápita seguiu a mesma tendência e hoje é de aproximadamente 4.700 dólares.

A Argentina sempre foi um país caracterizado pelo baixo nível de desemprego, daí sua condição de receptor de imigração. No entanto, a partir de meados da década de 80 a falta de trabalho começa a ser um fator crescente de preocupação, como conseqüência das sucessivas crises econômicas. O pico de desemprego foi em 2002, quando chegou a medir 20,8 %. Atualmente, a exclusão no mercado de trabalho ainda é bastante alta, com uma taxa oficial de desemprego de 11,1% e uma sub-ocupação de 8,9% . Entre os que trabalham, a remuneração média é de aproximadamente 740 pesos ou o equivalente a 250 dólares.

Inflação

Nos anos 90, o Plano de Conversibilidade pôs fim ao período hiperinflacionário e manteve os preços controlados. No entanto, devido à desvalorização do peso em janeiro de 2002, a inflação acumulada durante esse ano chegou a 40% (é importante notar a grande sensibilidade que a economia argentina apresenta frente a variações do tipo de câmbio devido, principalmente, ao fato de ser um grande exportador de commodities alimentícias). A inflação registrada no último ano foi de 12,3%.

Durante a vigência da conversibilidade, a Argentina manteve um tipo de câmbio fixo que atrelou o valor do peso ao dólar, implicando uma grande disseminação da moeda norte-americana em transações diárias e em contas bancárias. Junto com a desvalorização, e em meio a uma retenção de depósitos (o chamado "corralito"), foram tomadas medidas de "pesificação" e indexação assimétricas de depósitos e dívidas pactadas em dólar. Essas medidas, que geraram enorme rejeição da opinião pública por modificar contratos e violar o direito de propriedade, foram sendo resolvidas com o transcurso dos meses mediante descontos nos valores originais e entrega de bônus do governo.

A recuperação econômica do ano de 2003 trouxe bons ventos à recomposição do sistema bancário, com um aumento paulatino no número de depósitos e também de empréstimos relativos ao setor privado. Em um ano, a taxa de juros nominal anual para depósitos a prazo fixo de 30 a 59 dias passou de 20,7% a 3,3 %.

O saldo global do balanço de pagamentos da Argentina durante os 10 anos de conversibilidade (1991-2001) foi superavitário. O contínuo déficit da balança comercial foi compensado nesse período por uma entrada em massa de capital estrangeiro, oriundo principalmente de empréstimos e privatizações. Com a desvalorização de 2002, as importações despencaram 60% em relação ao ano anterior. Isso permitiu acumular um importante superávit comercial durante os últimos anos, que gira em torno de 11.500 dólares anuais.

As reservas internacionais da Argentina, após haverem atingido U$S 8,9 bilhões em junho de 2002, já alcançaram aproximadamente U$S 26 bilhões. Essa cifra já supera o nível existente no período da conversibilidade e se deve em parte à política agressiva do Banco Central e ao excelente desempenho das exportações argentinas.

A Argentina decretou moratória em janeiro de 2002 e a partir de 2004 deu início à renegociação de sua dívida. Em 2005, as obrigações giravam em torno de U$S 150 bilhões.

Além do superávit no balanço de pagamentos, a desvalorização da moeda argentina também modificou a composição de seu comércio exterior. Desde 2002, observa-se que o Mercosul se tornou menos importante como destino de exportações, tendo sido derivado em certa forma a vários países do sudeste asiático, com a China na liderança. Por outro lado, as importações oriundas do Mercosul representam, em 2005, 10% a mais do que em 2001 significando um menor peso relativo da UE e do Nafta.

No último ano as exportações chegaram a US$ 40 bilhões. Principais produtos de exportação: alimentos de origem agropecuária, material de transporte, química e petroquímica, metais, maquinaria e equipamentos, produtos de couro e calçados.

Principais destinos das exportações:

Mercosul 19% (Brasil 15%)

EU 17% (princip. Espanha, Holanda, Itália e Alemanha)

Sudeste asiático 17% (China 9%)

ALADI . 16% (Chile 11%)

NAFTA. 14% (EUA 11%)



As importações chegaram a U$S 28,9 bilhões Principais produtos de importação: maquinaria e equipamentos, material de transporte, química e petroquímica.



Principais origens das importações:

Mercosul. 39% (Brasil 35%)

EU 17% (principalmente Alemanha e Itália)

NAFTA 17% (EUA 14%)

Sudeste asiático. 15% (China 7%)

As principais indústrias são: alimentícia, química e petroquímica, veículos motorizados, bens de consumo duráveis, têxtil, metalúrgica e aço. Nos anos 90, alguns segmentos industriais, a exemplo de automóveis, cimento, agroquímicos, siderúrgicos, pneus e têxteis, mostraram expansão, em parte como conseqüência do fortalecimento do comércio com o Mercosul. A tendência predominante no final dos anos 90 foi de queda na produção industrial, mas a partir de 2002 a indústria vem crescendo em forma ininterrupta, com uma média trimestral de 8%.