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REVISTA DA MADEIRA - EDIÇÃO N°102 - JANEIRO DE 2007

Tecnologia

PNF elabora Mapa Síntese do Setor Florestal

O Mapa Síntese do Setor Florestal, elaborado pelo Programa Nacional de Florestas (PNF), embora reúna informações de diferentes formatos buscou, na medida do possível, tornar mais fácil a leitura das representações gráficas, dispostas em pontos, linhas e polígonos georreferenciados. O mapeamento visa suprir uma lacuna no que concerne à espacialização das atividades do setor florestal brasileiro.

Devido à diversificada atuação deste segmento da economia, que responde por cerca de 5% do suprimento do mercado internacional de madeiras tropicais e, aproximadamente, 25% do volume das exportações, muitas atividades são apresentadas em publicações dispersas, não tendo sido elaborado, até então, nenhum mapeamento que tivesse o objetivo especifico de juntá-las.

Essa constatação motivou ainda mais a realização desta pesquisa, que, por suas características, necessitará de atualizações constantes. Todavia, com esta base de dados já preparada fica mais fácil efetuar, posteriormente, os ajustes necessários.

Para dar suporte ao planejamento das atividades florestais é cada vez mais necessária a utilização de modernos instrumentos de superposição e integração de dados digitais, obtidos de diferentes fontes. Para tanto, o Sistema de Informações Geográficas (SIG) tornou-se um valioso aliado dos gestores das florestas pelo fato de possibilitar: tanto o planejamento das atividades, como a avaliação e o monitoramento dos projetos. O sistema pode ser definido, a partir de três tópicos:

- Base integrada de objetos espaciais e de seus respectivos atributos ou dados;

- Capacidade de apresentação cartográfica de informações complexas; e

- Disponibilidade de sofisticados e intrínsecos engenhos analíticos, compostos por um conjunto de procedimentos e ferramentas de análise espacial e espectral.

Por essas características, o SIG consegue reunir uma grande quantidade de dados convencionais de expressão espacial e tem a capacidade de estruturá-os, visando otimizar o tratamento integrado de seus três principais tópicos.

Deste modo, fornece subsídios importantes para agilizar as tomadas de decisão, pois propicia, por intermédio de complexas aplicações gráficas, rapidez nas avaliações; bem como, prognósticos fitogeográficos e sócio-ambientais mais precisos, em diferentes cenários: nacionais, regionais e locais. Tal versatilidade é, nos dias atuais, e uma das formas mais eficazes de integração e validação de dados.

Os objetivos específicos da produção do mapa são indicar os locais prioritários para expansão da base florestal; Apresentar o Distrito Florestal Sustentável, estabelecido pela de Florestas Públicas; Localizar os Sistemas Agroflorestais – SAF; Localizar as áreas de plantios florestais com fins econômicos; Localizar os viveiros florestais, os pólos de mineração, as fábricas de papel e celulose, as siderurgias e outros dados pertinentes; Apontar áreas de remanescentes florestais dos diferentes biomas e, conseqüentemente, as áreas de maior potencial de coletas de sementes de essências nativas; Apontar as áreas degradadas e as regiões mais susceptíveis de erosão; e subsidiar decisões técnicas do setor florestal e de outros segmentos econômicos.

Dentre outras finalidades, o mapa cumpre o papel de mostrar a localização das áreas degradadas, as regiões que apresentam maior intensidade de utilização dos solos e as áreas mais suscetíveis a processos erosivos. No caso dessas últimas áreas, disponibilizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica, percebe-se, por exemplo, como era previsto, que os trechos mais vulneráveis encontram-se nas regiões de solos friáveis, de relevo mais movimentado da região centro-sul do Brasil, com destaque para as encostas das serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, da Bodoquena e da Canastra.

Além dessas serranias, vale registrar bordas das serras Geral do sul do Brasil; da Serra Geral de Goiás, que se conecta com conjunto elevações que integra a serra das Confusões, do sudoeste do Piauí e norte de Tocantins; bem como, dos trechos das Chapadas: Diamantina; dos Veadeiros, dos Guimarães, dos Parecis, do Araripe e da Borborema. A novidade é checar essas informações juntamente com a distribuição dos projetos florestais e com as regiões mais degradadas.

Metodologia

Basicamente, a elaboração do Mapa Síntese do Setor Florestal Brasileiro levou em conta as estratégias convencionais de referência geográfica, que dependem, fundamentalmente, da qualidade dos dados obtidos. Tal preocupação foi criteriosamente obedecida, de modo a garantir a confiabilidade da base cartográfica e do mapeamento ora apresentado.

A dificuldade encontrada foi compensar as limitações de escala, uma vez que alguns temas não poderiam, de modo algum, serem localizados no mapa com a precisão cartográfica real. Tais limitações foram verificadas, principalmente, as intervenções pontuais. Exemplos destas intervenções são os seguintes: projetos agroflorestais, pólos madeireiros, pólos de mineração, fabricas de papel e celulose, usinas siderúrgicas, reservas extrativistas, projetos florestais certificados e localização, dentre outros, dos viveiros florestais, das usinas de açúcar e álcool e das refinarias de petróleo.

Na elaboração do referido mapa, para atender aos requisitos citados, optou-se por fazer a localização das informações tomando como referência, em alguns casos, a localização dos municípios, citando-se as fontes de todos os temas levantados. De modo geral, as coordenadas geográficas não estavam disponíveis. Logo, o suporte para a identificação dos municípios foi a base disponibilizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - órgão responsável pela coleta e organização de dados demográficos e territoriais), que também forneceu os dados de reflorestamentos feitos com espécies exóticas (eucaliptos e pinus). A diferenciação dos temas foi feita por uma criteriosa seleção de símbolos, cores, hachuras e outros ícones tradicionalmente usados.

Outra estratégia de georreferenciamento utilizada na confecção do mapa do setor florestal foi a definição de zoneamentos específicos, com o auxílio de técnicas da cartografia digital. Esta situação pode ser verificada nos dados relativos à distribuição dos reflorestamentos no território brasileiro, principalmente, nas regiões sul e sudeste. Os dados do relatório de exploração vegetal e de silvicultura foram coletados, sistematizados e tiveram tratamento estatístico que possibilitou a identificação dos maiores produtores de madeira destinada a fabricação de papel e celulose.

Cabe ressaltar que o mesmo critério de tratamento estatístico poderia ser adotado para determinar os municípios que possuem mais áreas reflorestadas para atender o setor energético industrial ou a produção de madeira de reflorestamentos para outros fins. Tal exercício resultaria no deslocamento da mancha que indica a localização dos plantios homogêneos da região sul do Brasil para os Estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e para a parte sul do Estado de Goiás.

Por último, por limitação imposta pela escala de apresentação do mapeamento e pelo fato da pesquisa reunir, prioritariamente, dados procedentes de fontes secundárias, a estratégia de georreferenciamento - que utiliza a localização direta das coordenadas geográficas coletadas em campo -, não foi adotada. Esta estratégia tem como base o auxílio de equipamentos do tipo GPS (Global Positioning System) e similares.

Toda a base de dados gerada para a produção do mapa encontra-se armazenada no formato ArcGIS 9.0. Este software é comumente utilizado para criar, importar, editar, mapear, analisar e publicar informações geográficas.

O mapa elaborado apresenta uma grande diversidade de formatos de dados que integram a legenda. Mesmo considerando as limitações de escala e a generalizada distribuição espacial de alguns polígonos cartográficos, cabe destacar a importância da distribuição espacial da maioria dos temas e dos cruzamentos que podem ser realizados para inferir situações e auxiliar às tomadas de decisão.

Além disso, o documento elaborado oferece plenas condições para que, por intermédio do aperfeiçoamento dos bancos de informações, o processo de gerenciamento das informações florestais do possa ser mais eficiente. Este aperfeiçoamento, compatibilizado com a confiabilidade das informações, tende a tornar o mapeamento coerente com a realidade do setor florestal brasileiro, podendo gerar, após o cruzamento dos dados, diferentes níveis de agregação.

O objetivo desses cruzamentos, como premissa básica do presente produto cartográfico, é facilitar as tomadas de decisão dos que atuam, direta ou indiretamente, vinculados ao setor florestal, principalmente, nas regiões localizadas nos recantos mais distantes do Brasil.

Fonte: Luiz Carlos Sérvulo de Aquino, do Ministério do Meio Ambiente/Programa Nacional de Florestas;

Hermani de Moraes Vieira, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE);

Fernando Campagnoli, da Agência Nacional de Energia Elétrica/Superintendência de Concessões e Autorizações de Geração;

Louis Albert Tranquillin, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - Estado do Amazonas.