As casas pré-fabricadas em madeira vem se tornando cada vez mais viáveis devido ao desenvolvimento de novas tecnologias e design inovador de alto padrão. São moradias para todas as classes sociais, tanto na cidade como na praia, no campo ou mesmo para estabelecimentos comerciais. Entre as muitas vantagens das casas pré-fabricadas está a possibilidade de fazer um planejamento financeiro, já que é possível saber o custo total da obra antes de executá-la, o que é mais difícil em caso de obras de alvenaria.
As principais dificuldades da maioria dessas empresas é a falta de financiamentos específicos para o fabricante, o que obriga a empresa a ter capital para investir à vista. O aumento dos preços da madeira, devido a escassez de algumas espécies, também tem gerado dificuldades levando o construtor a repassar os preços ao consumidor, o que inibe as vendas. Por outro lado, os financiamentos direto ao comprador, bem como pela Caixa Econômica Federal, facilitam a compra da casa própria. De acordo com todas as empresas entrevistadas nesta matéria, no Brasil a maioria dos compradores adquire a casa pré-fabricada para a primeira moradia.
De acordo com o diretor do departamento de madeiras da Acomaq- Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção, do Rio Grande do Sul, Eduardo Pagliarin, nos últimos anos o setor vem apresentando crescimento, devido ao crédito da Caixa Federal. Eduardo é diretor da empresa Casas Pagliarin e conta que em 2004 sua empresa apresentou um crescimento recorde de 47% nas vendas e em 2005 houve um retrocesso de 13,5% devido ao ano eleitoral que se aproximava e que causava receio com relação aos financiamentos.
Em seus empreendimentos a Casas Pagliarin, que está no mercado há 18 anos, utiliza as espécies garapeira, cumaru e ipê para a parte externa e assoalho. Para duplagem e divisória a empresa utiliza angelim, pois são madeiras com menos possibilidade de empenar, e permitem boa secagem. O diretor da Acomaq afirma que, no mercado de casas populares, o qual a sua empresa não atua, são usadas as madeiras cedrinho e eucalipto para parte externa e pinus para as divisórias.
O principal atrativo das Casas Pagliarin, segundo seu diretor, é o estilo natural. Ele explica que a madeira empresta e absorve umidade do ambiente deixando uma temperatura agradável. Como as casas construídas pela Pagliarin são dupladas em 10cm, o sol erradia nos 10cm de duplagem e não penetra na casa, mantendo o frescor, durante o verão.
Para as casas de praia recomenda-se o uso de impregnantes com filtro solar, fungicida, cupinicida e aqua repelente. O maior cuidado para as casas de praia, de acordo com Eduardo Pagliarin, são com as aberturas pois, o metal é facilmente corroído pelo sal. Com relação aos cuidados com amadeira são os mesmo para qualquer lugar, pois o sal não afeta a madeira.
Com relação as características da madeira, o empresário comenta que a espécie não pode ser resinosa, deve possuir fibras alinhadas e fechadas. “As madeiras mais duras são as melhores porque não empenam”, explica.
Um dado interessante da Casas Pagliarin, situada na Serra Gaúcha, é que a maioria dos seus clientes (75%) adquirem a casa pré-fabricada em madeira para a primeira moradia, 20% para chácara ou campo e apenas 5% para praia ou escritórios.
Entre as vantagens na construção em madeira o empresário destaca que além da possibilidade de uma construção rápida e planejada, a obra em madeira gera menos entulho e os resíduos da madeira são aproveitáveis. Entre os materiais alternativos utilizados pela Casas Pagliarin estão o OSB, o gesso cartonado e o piso flutuante.
Da popular ao alto padrão
Outra empresa atuante no segmento de casas pré-fabricadas é a Casas de Madeira Pampa, que utiliza somente madeiras com selo de reflorestamento em espécies como cedrinho e a itaúba, nas suas construções. A empresa atua tanto no segmento de casas populares como também fabrica casas de alto padrão, inclusive com projetos diferenciados e sob encomenda. “O mercado de casas populares sempre tem retorno e continua muito bom. Porém as casas de alto padrão estão entrando com força no mercado de casas de madeira”, afirma a arquiteta Juliana Conte dos Santos. A agilidade na construção, o canteiro de obras mais limpo, fácil manutenção e aconchego constante são algumas das vantagens, que a arquiteta aponta para as obras em madeira.
Entre as novidades nos sistemas construtivos, Juliana comenta que a cada ano surgem novas idéias para a construção em madeira, às vezes, vindas até dos próprios clientes. “Antigamente não se construíam casas com painéis na horizontal, somente na vertical. Hoje, é comum, a construção de painéis na horizontal com encaixe macho e fêmea. Não se utilizava muito piso frio na casa de madeira, somente assoalho de madeira, hoje é mais que comum. Temos também a opção de várias madeiras, antes se construía casas de madeira somente de Pinho e Ipê, agora temos uma vasta opção de madeiras, como Garapeira, Maçaranduba, Itaúba e outras” explica a arquiteta.
“Em cada dia, num piscar de olhos, descobrimos uma novidade, e temos que nos atualizar para o futuro mercado que evolui rapidamente. Hoje, tudo que podemos fazer com alvenaria, fazemos com madeira e infinitamente mais bonito”, conclui a arquiteta Juliana dos Santos.
Exportações de casas
A empresa Casas Curitiba é uma das maiores empresas do ramo de casas pré-fabricadas, atuante no Brasil e no exterior: em Angola, República Dominicana, Portugal e Espanha. A empresa que já vendeu inclusive para o Japão, destina cerca de 35% de sua produção para o mercado externo, de acordo com o executivo Benedito Bassouto.
A empresa fabrica em torno de 350 casas por ano, oferecidas ao mercado pelo valor a partir de R$ 30 mil. A principal matéria-prima das construções são a garapeira e o angelim pedra. No mercado interno a maioria das construções medem de 90 a 150 m² , já, para o exterior a demanda é por casas maiores: de 300 m² a 400 m².
A empresa possui serraria própria, trabalha com plano de manejo e, a partir de 2007, deve inserir pinus e eucalipto nas suas construções. No Brasil essas construções são entregues pela empresa totalmente prontas e para o exterior é vendido um kit a ser instalado.
Outra empresa paranaense atuante no mercado externo é a Nossa Casa, que exporta casas de alto padrão principalmente para a África. Para se manter em um mercado tão competitivo a empresa aposta em programas de qualidade, bem como o Programa Gestão Pela Qualidade Total em todos seus setores. A Nossa Casa foi a primeira empresa deste segmento a conquistar a certificação PBQP-H – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Habitação conferido pelo TECPAR-Pr., que lhe dá acesso a toda linha de financiamentos disponibilizada pela Caixa Econômica Federal, e ainda a credencia para participar de licitações em qualquer órgão público.
As empresas do segmento de casa pré-fabricadas se caracterizam pela praticidade que oferece aos seus clientes. A Nossa casa, por exemplo, oferece :
-Mão de obra própria;
- Tratamento das madeiras no local da obra;
- Tratamento do solo;
- Telhas com 05 anos de garantia;
- Duplo lixamento no madeiramento;
- Equipe técnica para acompanhamento da obra;
- Manta térmica de cobertura;
- Elétrica em conduítes;
- Caixa d'água térmica com 10 anos de garantia;
- Executa projeto personalizado.
Casas pré-fabricadas
Casas pré-moldadas, produzidas em Rondônia, estão sendo colocadas pelos mercados americano e europeu. No início deste ano foi fechado um acordo entre o Sindicato das Micros e Pequenas Empresas-Simpi e um grupo de empresários norte-americanos, que vão importar 40 modelos pré-fabricados por ano. No entanto os empresários norte-americanos já manifestaram interesse em ampliar a quantidade para 200 casas nos próximos cinco anos.
Ao anunciar o fechamento do negócio com os Estados Unidos, o presidente do Simpi/RO, empresário Leonardo Sobral, lembrou que Rondônia, há quatro anos, já exporta casas pré-moldadas para toda a Europa, sobretudo Portugal, “para onde já fornecemos trinta e duas (32) casas, o que representa quatro mil metros quadrados de área construída”. É preciso frisar que além do valor agregado pelo beneficiamento da madeira também as telhas usadas na cobertura das casas são provenientes do Estado. “O importante é que os americanos, que estão comprando estas casas, estão financiando tudo através do Banco do Brasil”, ressaltou o empresário João Carlos, sócio do Simpi/RO, lembrando que as casas são mistas (alvenaria e madeira), e que, no caso das exportações, o tamanho mínimo varia de 120 a 130 m².
A respeito da preferência dos americanos e europeus por importar casas pré-moldadas de Rondônia, João Carlos diz que o segredo está no fato de que o projeto concebido por engenheiros civis e arquitetos de Porto Velho foi aperfeiçoado com tecnologia européia, “para podermos entrar no mercado livremente”. Cada casa pré-moldada possui banheiro, cozinha, sala e um quarto em mezanino. “Banheiro e cozinha são edificados em alvenaria, revestida em cerâmica até o teto. Isso é uma exigência e obrigatório na Europa”, observa Leonardo Sobral, que se mostra entusiasmado com o volume das exportações e com as potencialidades do setor madeireiro da Amazônia brasileira.
Um novo modelo de casa pré-moldada foi projetado em Rondônia, mas, por enquanto, ainda não está disponível para exportação. São protótipos residenciais, com dois pisos. Cada unidade terá 160 metros quadrados de área construída, possuindo duas suítes, um quarto, uma sala comum grande, um escritório, banheiro comum, área de serviço e cozinha. O preço orçado R$ 80 mil para esta edificação é um dos seus maiores atrativos.
Obra sem desperdícios
O estilo atual das pré-fabricadas se diferencia do modelo antigo, que era construído na vertical com pregos e parafusos. A Casas Paraná utiliza o sistema de encaixe horizontal, com as peças pré-cortadas. Desta forma as vantagens em construir neste sistema são evidentes:
- O projeto é executado de forma personalizada para cada cliente;
- Os materiais são enviados nas quantidades e tamanhos exatos, obedecendo o demonstrativo de materiais da obra;
- A obra é mais barata, mesmo utilizando materiais de primeira linha, não havendo desperdício de material;
- A construção é mais limpa, pois não há entulhos e restos de materiais;
- A obra é mais rápida, pois o mestre de obras não necessita ficar cortando material no local da construção.
Por acreditar que a construção de uma casa não é feita apenas de projeto e materiais de construção, mas da realização de um sonho, a Casas Paraná passou a atuar no mercado de pré-fabricadas de madeira no início da década de 90. Baseada na filosofia de oferecer ao cliente projetos personalizados, na praia, campo ou cidade, a Casas Paraná conta com um departamento técnico de engenharia, que personaliza o projeto conforme o gosto e necessidade do cliente.
Atuando efetivamente no mercado nacional, expandiu sua atuação na África, Nicarágua e países do Mercosul. Em 2001 iniciou negociações com Espanha e Portugal, atingindo desta forma as exportações de casas pré-fabricadas para a Europa. A qualidade é mais uma preocupação da Casas Paraná. Utilizando apenas madeiras nobres, como grápia, angelim e cambará, bem como, acabamentos de primeira linha. A empresa dispõe de sete modelos padronizados de kit's de casas de madeira e um concreto modular, cada qual com diferentes tamanhos e características.
Sugestões para obra pré-fabricada
Para que o kit da casa pré-fabricados seja montado corretamente e o mais rápido possível e tenha o maior conforto, a casas Paraná elaborou algumas dicas para o comprador, tais como:
Limpeza do terreno e tratamento do solo –
Para evitar atrasos na descarga do kit, é recomendável retirar resíduos, madeiras, galhos, tronco entre outros, deixando espaço livre para o descarregamento do material. Quanto ao solo, é preciso fazer a imunização prévia, para que se evite a presença de focos isolados de insetos destruidores de madeira. Tal imunização o comprador mesmo pode realizar seguindo as orientações dos fornecedores de produtos podendo opcionalmente contratar os serviços de uma empresa especializada.
Posicionamento geográfico da obra no terreno
Oriente o construtor sobre o melhor local da construção dentro do terreno. Lembrar da movimentação do sol, no qual o lado norte é indicado para posicionamento dos dormitórios e salas que receberão maior incidência do sol, lembrando de obedecer as normas construtivas. Havendo dúvidas solicite o auxílio do responsável técnico contratado.
Fundação
Todo solo, possui uma determinada característica, em função de sua formação original. Assim, existem solos argilosos, arenosos, siltosos, e mais uma variedade de tipos. Cada tipo de solo possui formação própria como homogeneidade, resistência, absorção, comportando-se de acordo com suas características. Quem irá garantir equilíbrio deste sistema é exatamente a fundação. É ela que possui a função de transmitir ao solo as cargas de sua obra.
O aterro e apiloamento para execução do contra piso também deverá ser bem definido. Quanto ao contra-piso, seu profissional deverá também definir qual o traço ( relação cimento/areia/pedra ) do concreto que deverá ser utilizado. A mão-de-obra contratada deverá ser experiente para este serviço e deverá ser supervisionada pelo profissional contratado. É muito importante que não procure "economizar" na fundação, pois os resultados poderão ser bastante onerosos. Isto implica na responsabilidade da execução desta fundação, pois a mesma deverá ser calculada e supervisionada por um profissional competente a ser contratado pelo comprador do kit.
Para maior agilidade e segurança do serviço de montagem da casa, há um tipo de fundação padrão, onde se pode obter critérios para noções de materiais utilizados.
A fundação padrão, utilizada para terreno nivelado, compactado, boa resistência do solo, estipula-se como padrão viga baldrame 0,30 m de altura, 0,20m de espessura, estacas ( brocas )com 0,20 m de diâmetro, 1,5 m de profundidade e distância entre elas 1,5 m. Mesmo a fundação padrão deverá ter o acompanhamento e responsável técnico indicado pelo proprietário.
Solicitar ao comprador uma relação aproximada de material ( cal, cimento, areia, brita, ferragens e tijolos ) para tal fundação padrão. O material necessário ao enchimento da fundação também deve estar disponível na mesma ocasião.
Quaisquer situações que não estejam, constantes nos critérios para a fundação padrão, outros tipos de terrenos, ou desníveis no mesmo, poderão causar dificuldades para construção e assim acarretar um aumento no valor de mão-de-obra.
Na aquisição do material para fundação já pode ser adquirido o material para as paredes em alvenaria. Após diferentes pesquisas, foi concluído que nos locais da construção onde serão colocados azulejos, as paredes devem ser de alvenaria evitando assim, infiltrações ou quaisquer outros transtornos.
Por ser a água imprescindível para o início da obra, é preciso providenciar a ligação de água antes mesmo do descarregamento, o mesmo ocorre com a energia elétrica. Providencie para que a luz seja fornecida até a caixa de distribuição dos disjuntores (geralmente localizados na cozinha). Água e luz são necessários também para que fazer os testes finais de entrega de obra, quando da sua vistoria.
Conservação da casa
Para a Pintura é aconselhável, após seis meses da construção, lixar suavemente e aplicar o produto indicado pela empresa, repetindo a operação após 12 meses, obtendo-se assim o acabamento desejado com mais intensidade.
Os lugares onde as temperaturas são mais elevadas, deverão receber tratamento especial sempre que necessário, lixando levemente antes de aplicar o produto recomendado.
As pinturas das casas em madeira devem ser feitas com produtos indicados para madeira (tintas tipo verniz ou impregnantes), pois, não é recomendada a pintura das madeiras com tintas do tipo acrílica, esmalte sintético ou à base de óleo no primeiro ano após a montagem da casa.
Se o comprador resolver pintar a casa mais tarde, não terá problemas. O produto servirá como selador ou base e assim a madeira totalmente seca poderá receber um lixamento com melhores resultados.
O assoalho, como todo produto em madeira também precisa de tempo para sua acomodação, aconselhamos que após concluída a obra, o assoalho seja simplesmente lixado e tratado com cera normal. Somente após um período de aproximadamente 6 meses é que se deverá fazer o acabamento com sinteco, verniz, ou outros.
Todo material utilizado na construção civil em geral, tem como propriedades físicas a dilatação e a contração, que ocorrem em virtude das alterações climáticas. Da mesma forma, a madeira possui tais propriedades, observadas principalmente em períodos de secas ou chuvas prolongadas. Portanto, não mande cepilhar as portas e/ou janelas até que se estabeleça as condições normais do clima.
Toda madeira apresenta maior durabilidade quando bem tratada, por isso evite que as paredes da casa fiquem expostas as ações do tempo sem a proteção da pintura. Mantenha a casa sempre ventilada, evitando que permaneça fechado por longos períodos para não favorecer a formação de fungos ou bolores.
As construções em locais com grande concentração de árvores, com pouca ventilação ou pouco ensolação, criam um habitat propício ao desenvolvimento e proliferação não só de fungos e bolores, como também de insetos xilófagos (cupim, brocas, etc.). Desta forma construções nestes locais exigem maiores cuidados.
Caso seja percebido focos isolados, providencie imediatamente contratação de serviços de imunização, ou aplique produtos específicos vendidos nos mercados, seguindo a orientação do fabricante. Os inseticidas utilizados tem um poder residual médio. A reaplicação destes produtos deve ser feita anualmente |