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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Pólo moveleiro a caminho.
Carteiras escolares feitas com madeira certificada, a baixo custo e design desenvolvido na região. Esse é o primeiro produto madeireiro do projeto Zona Franca Verde (ZFV) - proposta do Governo para fomentar o desenvolvimento do interior do Estado a partir do aproveitamento dos recursos naturais. A fabricação de 10 mil carteiras escolares é o pontapé inicial para criação de um pólo moveleiro no município de Itacoatiara (a 170 quilômetros de Manaus). O Governo do Estado vai inaugurar uma oficina escola naquele município. A oficina deverá funcionar como um centro de difusão tecnológica onde empresários locais do setor madeireiro serão capacitados para oferecer produtos novos ao mercado nacional e internacional dentro de uma política ecologicamente correta e auto-sustentável.
Além do Governo do Estado, várias instituições estão envolvidas no projeto, como Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Prefeitura de Itacoatiara, Associação dos Madeireiros de Itacoatiara (Asmovita), e as empresas Mil Madeireira e Gethal, entre outras. O gerenciamento do projeto está a cargo da Agência de Florestas e Negócios Sustentáveis do Amazonas, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável (SDS).
Os principais beneficiários são os pequenos empresários do setor madeireiro de Itacoatiara. Cerca de 70 empresários atuam nessa área naquele município, sendo 37 associados à Asmovita. A maioria são empresas de cunho familiar e produção limitada.
Em linhas gerais, o projeto consiste em capacitar esses pequenos madeireiros e prepará-los para gerir seu negócio com visão estratégica. Para isso, está sendo implantada uma oficina escola, onde os pequenos empresários vão aprender sobre empreendedorismo, gestão de negócios, utilização de manejo florestal e técnicas de produção, entre outros temas. Uma vez capacitados, os empresários terão condições de adotar os projetos de produtos desenvolvidos pela Fucapi. Inicialmente, o Governo do Estado comprará o que puder e buscará mercados para esses produtos.
As etapas de produção poderão ser divididas entre as empresas. Enquanto algumas cuidam da fabricação das peças, outras podem fazer a montagem, segundo o projeto previamente definido. A Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) disponibilizará linhas de crédito aos empresários que precisarem modernizar suas instalações.
Preço 40% mais baixo
O primeiro lote de 10 mil carteiras será adquirido pelo Governo do Estado para equipar escolas da rede pública. Cada unidade custará R$ 21, gerando uma economia de aproximadamente 41%, já que as carteiras convencionais - importadas de estados como Paraná, Mato Grosso e do Distrito Federal - custam R$ 36, em média.
Para começar o projeto, as primeiras carteiras escolares serão fabricadas por participantes do curso “Marceneiros de Móveis Planos” - com carga horária de cem horas - que será promovido pelo Senai em Itacoatiara. O plano é oferecer 40 vagas. Negociações estão em andamento para que o curso seja gratuito.
O baixo custo da carteira é possível graças ao design econômico desenvolvido pelo Senai, que aproveita sobras de madeira da Gethal e da Mil Madeireira, empresas instaladas em Itacoatiara, e não utiliza pregos. O processo de fabricação, que segue a lógica de linha seqüenciada de produção, também barateia o produto final. A madeira utilizada é certificada e proveniente de manejo florestal, exigência fundamental para a aceitação do produto no exterior.
A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) possui uma demanda de 35 mil carteiras escolares. O objetivo é que essa demanda seja totalmente atendida pelo pólo moveleiro de Itacoatiara, que não ficará restrito apenas a esse produto. Novas necessidades serão identificadas e outros produtos serão desenvolvidos para atendê-las.
Produto despertou interesse na Europa
A divulgação das carteiras escolares com selo verde no mercado internacional já está dando resultado. Em viagem à Europa, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Virgílio Viana, apresentou o projeto a empresários e representantes do governo alemão. Interessado no produto, o vice-prefeito de Hanover, Hans Minninghoff, encomendou um lote de 100 unidades.
A encomenda de Hanover é um sinal de que as carteiras de Itacoatiara podem encontrar um bom mercado entre as cidades que participam da Aliança do Clima, um grupo de municípios dispostos a adotar políticas ecológicas para evitar alterações no clima do planeta.
Teófilo Said lembra que as carteiras são apenas um ponto de partida para o pólo. Uma grande gama de produtos, como cabos para ferramentas, tacos e compensados pode ser fabricada com madeira certificada, mercado garantido e bom preço, tanto no mercado nacional quanto no exterior.
Uma prova disso é que a Mil Madeireira recebe constantemente vários pedidos de produtos como esses. Porém, os volumes são pequenos e nem sempre compensam o negócio. O coordenador de produção da empresa, Márcio José Krull, comenta que uma alternativa seria repassar esses pedidos para os pequenos empresários de Itacoatiara, o que atualmente não é possível devido à fraca estrutura das marcenarias. Com a implantação do pólo moveleiro, o aproveitamento desse mercado será viável.
A implantação do pólo é um projeto antigo em Itacoatiara. O presidente da Asmovita, Raimundo Nonato Rodrigues de Oliveira, 54, lembra que um projeto foi elaborado em 1998, com início da construção de um complexo para produção e exposição de móveis. Também foram disponibilizados lotes onde os empresários poderiam instalar suas oficinas.
Mas o complexo nunca foi concluído e quem comprou lotes ficou a ver navios. Com o projeto Zona Franca Verde, as obras foram retomadas e o complexo será a sede da oficina escola. “Com a iniciativa da oficina escola e todos os parceiros que estão envolvidos no projeto, estamos vislumbrando um novo horizonte. Se tivermos infra-estrutura e financiamento, o resto nós sabemos fazer”, disse Raimundo Nonato.
Joubert Lima
Fonte: A Crítica
Além do Governo do Estado, várias instituições estão envolvidas no projeto, como Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Prefeitura de Itacoatiara, Associação dos Madeireiros de Itacoatiara (Asmovita), e as empresas Mil Madeireira e Gethal, entre outras. O gerenciamento do projeto está a cargo da Agência de Florestas e Negócios Sustentáveis do Amazonas, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável (SDS).
Os principais beneficiários são os pequenos empresários do setor madeireiro de Itacoatiara. Cerca de 70 empresários atuam nessa área naquele município, sendo 37 associados à Asmovita. A maioria são empresas de cunho familiar e produção limitada.
Em linhas gerais, o projeto consiste em capacitar esses pequenos madeireiros e prepará-los para gerir seu negócio com visão estratégica. Para isso, está sendo implantada uma oficina escola, onde os pequenos empresários vão aprender sobre empreendedorismo, gestão de negócios, utilização de manejo florestal e técnicas de produção, entre outros temas. Uma vez capacitados, os empresários terão condições de adotar os projetos de produtos desenvolvidos pela Fucapi. Inicialmente, o Governo do Estado comprará o que puder e buscará mercados para esses produtos.
As etapas de produção poderão ser divididas entre as empresas. Enquanto algumas cuidam da fabricação das peças, outras podem fazer a montagem, segundo o projeto previamente definido. A Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) disponibilizará linhas de crédito aos empresários que precisarem modernizar suas instalações.
Preço 40% mais baixo
O primeiro lote de 10 mil carteiras será adquirido pelo Governo do Estado para equipar escolas da rede pública. Cada unidade custará R$ 21, gerando uma economia de aproximadamente 41%, já que as carteiras convencionais - importadas de estados como Paraná, Mato Grosso e do Distrito Federal - custam R$ 36, em média.
Para começar o projeto, as primeiras carteiras escolares serão fabricadas por participantes do curso “Marceneiros de Móveis Planos” - com carga horária de cem horas - que será promovido pelo Senai em Itacoatiara. O plano é oferecer 40 vagas. Negociações estão em andamento para que o curso seja gratuito.
O baixo custo da carteira é possível graças ao design econômico desenvolvido pelo Senai, que aproveita sobras de madeira da Gethal e da Mil Madeireira, empresas instaladas em Itacoatiara, e não utiliza pregos. O processo de fabricação, que segue a lógica de linha seqüenciada de produção, também barateia o produto final. A madeira utilizada é certificada e proveniente de manejo florestal, exigência fundamental para a aceitação do produto no exterior.
A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) possui uma demanda de 35 mil carteiras escolares. O objetivo é que essa demanda seja totalmente atendida pelo pólo moveleiro de Itacoatiara, que não ficará restrito apenas a esse produto. Novas necessidades serão identificadas e outros produtos serão desenvolvidos para atendê-las.
Produto despertou interesse na Europa
A divulgação das carteiras escolares com selo verde no mercado internacional já está dando resultado. Em viagem à Europa, o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Virgílio Viana, apresentou o projeto a empresários e representantes do governo alemão. Interessado no produto, o vice-prefeito de Hanover, Hans Minninghoff, encomendou um lote de 100 unidades.
A encomenda de Hanover é um sinal de que as carteiras de Itacoatiara podem encontrar um bom mercado entre as cidades que participam da Aliança do Clima, um grupo de municípios dispostos a adotar políticas ecológicas para evitar alterações no clima do planeta.
Teófilo Said lembra que as carteiras são apenas um ponto de partida para o pólo. Uma grande gama de produtos, como cabos para ferramentas, tacos e compensados pode ser fabricada com madeira certificada, mercado garantido e bom preço, tanto no mercado nacional quanto no exterior.
Uma prova disso é que a Mil Madeireira recebe constantemente vários pedidos de produtos como esses. Porém, os volumes são pequenos e nem sempre compensam o negócio. O coordenador de produção da empresa, Márcio José Krull, comenta que uma alternativa seria repassar esses pedidos para os pequenos empresários de Itacoatiara, o que atualmente não é possível devido à fraca estrutura das marcenarias. Com a implantação do pólo moveleiro, o aproveitamento desse mercado será viável.
A implantação do pólo é um projeto antigo em Itacoatiara. O presidente da Asmovita, Raimundo Nonato Rodrigues de Oliveira, 54, lembra que um projeto foi elaborado em 1998, com início da construção de um complexo para produção e exposição de móveis. Também foram disponibilizados lotes onde os empresários poderiam instalar suas oficinas.
Mas o complexo nunca foi concluído e quem comprou lotes ficou a ver navios. Com o projeto Zona Franca Verde, as obras foram retomadas e o complexo será a sede da oficina escola. “Com a iniciativa da oficina escola e todos os parceiros que estão envolvidos no projeto, estamos vislumbrando um novo horizonte. Se tivermos infra-estrutura e financiamento, o resto nós sabemos fazer”, disse Raimundo Nonato.
Joubert Lima
Fonte: A Crítica
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