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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Madeira amazônica é tema de discussão na Unctad
O uso internacional da madeira extraída da floresta amazônica foi tema de debate na Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), em reunião promovida pela Organização Internacional das Madeiras Tropicais (ITTO). O encontro foi aberto pelo subsecretário-geral da XI Unctad, Carlos Fortin Cabezas, que alertou para a responsabilidade que os países têm com o manejo sustentável de seus recursos naturais a fim de que tenham reconhecidos o “direito soberano” sobre a respectiva floresta.
O governador do Acre, Jorge Viana, um dos convidados para falar de sua experiência em manejo florestal e uso comercial de madeira tropical para exportação, garantiu que, segundo ele, “o comércio de madeira, no Brasil, que movimentou seis milhões de dólares, no ano passado, dentro de pouco tempo será o grande concorrente do setor agrícola”. O governador lembrou que o manejo sustentável é importante mas não se pode esquecer da comunidade local, que precisa ser beneficiada.
“Existe uma distância grande e perigosa – disse Jorge Viana – entre os que industrializam e os fornecedores de matéria prima tirada de nossas florestas, e isto precisa ser diminuído, porque as comunidades locais não podem continuar recebendo os atuais baixíssimos valores”. O governador do Acre afirmou ainda, durante debate na Unctad, que “o melhor jeito de conservar a nossa floresta amazônica é fazendo uso sustentável dela, através de produtos certificados”.
Outro a participar do debate sobre uso de madeiras tropicais foi o secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais, ex-ministro José Carlos Carvalho, que alertou para a necessidade de “políticas econômicas voltadas para a sustentabilidade”. O secretário disse que tem receio, no entanto, do perigo de, em nome da competividade no mercado internacional de madeira, “as pessoas sem escrúpulo continuem fazendo uso predatório das nossas florestas como resposta aos subsídios dados pelos países ricos”.
Já o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Estado do Amazonas, Virgílio Viana, também participando do debate sobre madeiras tropicais para exportação, garantiu que acha um “despropósito tamanho que o mundo todo diga que a nossa floresta tem que ser preservada, porque tem um valor muito grande, em termos naturais, mas não se lembre das pessoas que nela vivem, muitas vezes numa situação de pobreza inaceitável”.
O secretário do Amazonas lançou uma proposta, que foi debatida na Unctad, para a necessidade de redução de tarifas e impostos sobre produtos florestais certificados, a fim de que eles alcancem preços competitivos no mercado internacional, uma vez que exigem uma dose de sacrifício. Virgílio Viana afirmou então que “as pessoas que cuidam da floresta não estão em condição de fazerem este tipo de altruísmo ao restante do planeta, mesmo que em nome da conservação ambiental.”
O governador do Acre, ao apoiar a proposta do secretário do Amazonas, lembrou que já existe a certificação do produto florestal mas que ele “ainda é insuficiente” e aconselhou a todos a serem mais “ousados , criativos , usando de toda pressão política” para diminuir as limitações impostas ao setor florestal pela atual legislação da Organização Mundial do Comércio. O governador afirmou que a Amazônia, que era considerada um problema, agora “está sendo disputada por todo mundo”.
Na proposta relativa ao uso do ecoturismo na floresta amazônica, o secretário do Amazonas, Virgílio Viana, disse que é preciso ter muito cuidado “para que não aconteça o que está acontecendo em São Paulo, com o fim da Mata Atlântica”. Ele afirmou que "o turismo degradante não interessa à Amazônia” e também é preciso fazer com que os recursos conseguidos pelas empresas de turismo passem a ser partilhados com a população local, o que nem sempre acontece.
“Na forma como está, o turismo hoje na nossa Amazônia é um produto ruim e caro” – completou o secretário.
Fonte: Agência Brasil - 17/06/2004
O governador do Acre, Jorge Viana, um dos convidados para falar de sua experiência em manejo florestal e uso comercial de madeira tropical para exportação, garantiu que, segundo ele, “o comércio de madeira, no Brasil, que movimentou seis milhões de dólares, no ano passado, dentro de pouco tempo será o grande concorrente do setor agrícola”. O governador lembrou que o manejo sustentável é importante mas não se pode esquecer da comunidade local, que precisa ser beneficiada.
“Existe uma distância grande e perigosa – disse Jorge Viana – entre os que industrializam e os fornecedores de matéria prima tirada de nossas florestas, e isto precisa ser diminuído, porque as comunidades locais não podem continuar recebendo os atuais baixíssimos valores”. O governador do Acre afirmou ainda, durante debate na Unctad, que “o melhor jeito de conservar a nossa floresta amazônica é fazendo uso sustentável dela, através de produtos certificados”.
Outro a participar do debate sobre uso de madeiras tropicais foi o secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais, ex-ministro José Carlos Carvalho, que alertou para a necessidade de “políticas econômicas voltadas para a sustentabilidade”. O secretário disse que tem receio, no entanto, do perigo de, em nome da competividade no mercado internacional de madeira, “as pessoas sem escrúpulo continuem fazendo uso predatório das nossas florestas como resposta aos subsídios dados pelos países ricos”.
Já o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Estado do Amazonas, Virgílio Viana, também participando do debate sobre madeiras tropicais para exportação, garantiu que acha um “despropósito tamanho que o mundo todo diga que a nossa floresta tem que ser preservada, porque tem um valor muito grande, em termos naturais, mas não se lembre das pessoas que nela vivem, muitas vezes numa situação de pobreza inaceitável”.
O secretário do Amazonas lançou uma proposta, que foi debatida na Unctad, para a necessidade de redução de tarifas e impostos sobre produtos florestais certificados, a fim de que eles alcancem preços competitivos no mercado internacional, uma vez que exigem uma dose de sacrifício. Virgílio Viana afirmou então que “as pessoas que cuidam da floresta não estão em condição de fazerem este tipo de altruísmo ao restante do planeta, mesmo que em nome da conservação ambiental.”
O governador do Acre, ao apoiar a proposta do secretário do Amazonas, lembrou que já existe a certificação do produto florestal mas que ele “ainda é insuficiente” e aconselhou a todos a serem mais “ousados , criativos , usando de toda pressão política” para diminuir as limitações impostas ao setor florestal pela atual legislação da Organização Mundial do Comércio. O governador afirmou que a Amazônia, que era considerada um problema, agora “está sendo disputada por todo mundo”.
Na proposta relativa ao uso do ecoturismo na floresta amazônica, o secretário do Amazonas, Virgílio Viana, disse que é preciso ter muito cuidado “para que não aconteça o que está acontecendo em São Paulo, com o fim da Mata Atlântica”. Ele afirmou que "o turismo degradante não interessa à Amazônia” e também é preciso fazer com que os recursos conseguidos pelas empresas de turismo passem a ser partilhados com a população local, o que nem sempre acontece.
“Na forma como está, o turismo hoje na nossa Amazônia é um produto ruim e caro” – completou o secretário.
Fonte: Agência Brasil - 17/06/2004
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