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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Fim de trégua: Madeireiros retomam demissões (MT)
Os madeireiros do Estado não obtiveram nenhum retorno do Ministério do Meio Ambiente à respeito do pedido de liberação dos projetos de manejo florestal. Por isso, eles mantêm a decisão de realizar protesto no dia 21 deste mês, em Cuiabá. O estoque médio de matéria-prima existente hoje nas empresas de Mato Grosso é suficiente para, no máximo, 30 dias de trabalho. As demissões, suspensas na semana passada, foram retomadas e a previsão é de que metade das madeireiras encerrem as atividades em menos de 60 dias.
As informações são do presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), Sidnei Bellincanta. Ele conta que há dez dias o sindicato tentou conter o ritmo de dispensa de trabalhadores nas madeireiras associadas, já que houve confiança na palavra do governo federal de resolver a liberação dos manejos até a sexta-feira (4).
O setor pleiteia que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) desvincule a liberação de manejo florestal à averbação de 80% de reserva em área de floresta. "Se não houver a liberação dos manejos, não teremos matéria-prima". Bellincanta explica que apenas 30% das madeireiras no Estado conseguiram obter projetos de manejo florestal em áreas pertencentes às próprias empresas. O problema é que a maioria das indústrias depende da exploração em áreas particulares e a maior parte já utiliza metade de suas áreas para produzir soja e outros produtos agrícolas. "Isso porque o Código Florestal permitia, antes de 1997, a averbação de reserva de 50% na Amazônia", explica.
Ele confirmou ontem a passeata do setor em Cuiabá, que terá como destino final a sede do Ibama. O gerente executivo do Ibama no Estado, Hugo Werle, informou há uma semana que medidas para resolver o impasse seriam tomadas até a primeira quinzena deste mês. Ontem estava em viagem e não foi encontrado pela reportagem.
Crise já atinge grandes indústrias Ainda não há estimativas de quantos trabalhadores do setor madeireiro em Mato Grosso foram demitidos no último mês, mas a crise já chegou às grande indústrias. A madeireira Guavirá, uma das maiores do Estado, demitirá até o final desta semana 30 pessoas. O número representa mais de 10% do seu quadro de pessoal formado por 200 colaboradores.
O problema se estende ainda à impossibilidade de cumprimento de contratos de exportação. "Só tenho matéria-prima para mais um mês, mas as entregas estão comprometidas até o final do ano", indigna-se o diretor da empresa, João Carlos Baldasso. Ele explica que 70% da produção da Guavirá - que totaliza 18 mil m3 anuais - atendem o mercado externo. "O não cumprimento dos contratos já firmados vai trazer prejuízos financeiros (além de multas contratuais) e, principalmente, perda de credibilidade no mercado internacional, extremamente exigente no tocante a prazos", lamenta.
A Guavirá funciona há 18 anos e, de acordo com Baldasso, nunca atravessou crise semelhante. "Sempre tivemos que lidar com a morosidade dos órgãos ambientais, mas nunca a esse ponto", relata.
Baldasso também é vice-presidente do Sindusmad, que abrange os municípios de São José do Rio Claro, Nova Maringá e Tapurah. Ele afirma que as 30 madeireiras da região devem demitir cerca de 30% de seus funcionários em menos de um mês, o que significa 600 trabalhadores.
Fonte: Amazonia.org.br – 09/06/2004
As informações são do presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), Sidnei Bellincanta. Ele conta que há dez dias o sindicato tentou conter o ritmo de dispensa de trabalhadores nas madeireiras associadas, já que houve confiança na palavra do governo federal de resolver a liberação dos manejos até a sexta-feira (4).
O setor pleiteia que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) desvincule a liberação de manejo florestal à averbação de 80% de reserva em área de floresta. "Se não houver a liberação dos manejos, não teremos matéria-prima". Bellincanta explica que apenas 30% das madeireiras no Estado conseguiram obter projetos de manejo florestal em áreas pertencentes às próprias empresas. O problema é que a maioria das indústrias depende da exploração em áreas particulares e a maior parte já utiliza metade de suas áreas para produzir soja e outros produtos agrícolas. "Isso porque o Código Florestal permitia, antes de 1997, a averbação de reserva de 50% na Amazônia", explica.
Ele confirmou ontem a passeata do setor em Cuiabá, que terá como destino final a sede do Ibama. O gerente executivo do Ibama no Estado, Hugo Werle, informou há uma semana que medidas para resolver o impasse seriam tomadas até a primeira quinzena deste mês. Ontem estava em viagem e não foi encontrado pela reportagem.
Crise já atinge grandes indústrias Ainda não há estimativas de quantos trabalhadores do setor madeireiro em Mato Grosso foram demitidos no último mês, mas a crise já chegou às grande indústrias. A madeireira Guavirá, uma das maiores do Estado, demitirá até o final desta semana 30 pessoas. O número representa mais de 10% do seu quadro de pessoal formado por 200 colaboradores.
O problema se estende ainda à impossibilidade de cumprimento de contratos de exportação. "Só tenho matéria-prima para mais um mês, mas as entregas estão comprometidas até o final do ano", indigna-se o diretor da empresa, João Carlos Baldasso. Ele explica que 70% da produção da Guavirá - que totaliza 18 mil m3 anuais - atendem o mercado externo. "O não cumprimento dos contratos já firmados vai trazer prejuízos financeiros (além de multas contratuais) e, principalmente, perda de credibilidade no mercado internacional, extremamente exigente no tocante a prazos", lamenta.
A Guavirá funciona há 18 anos e, de acordo com Baldasso, nunca atravessou crise semelhante. "Sempre tivemos que lidar com a morosidade dos órgãos ambientais, mas nunca a esse ponto", relata.
Baldasso também é vice-presidente do Sindusmad, que abrange os municípios de São José do Rio Claro, Nova Maringá e Tapurah. Ele afirma que as 30 madeireiras da região devem demitir cerca de 30% de seus funcionários em menos de um mês, o que significa 600 trabalhadores.
Fonte: Amazonia.org.br – 09/06/2004
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