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22
nov
2005
(GERAL)
China mostra previsão otimista para C&P
Após participarem da International Papermaking & Environment Conference, o professor titular da Universidade Federal de Viçosa (MG), Jorge Luiz Colodette, e o gerente de P&D do grupo Suzano/Bahia Sul, Vail Manfredi, elaboraram um perfil do setor papeleiro chinês a partir das experiências coletadas no evento. As informações a seguir foram apresentadas pelos dois especialistas.

Em 2002, a China produziu 37,8 milhões de toneladas de papel e cartão (segundo maior produtor mundial). O consumo desses produtos foi de 44,1 milhões de toneladas, sendo 43,8% derivadas de fibras secundárias (34% importada), 33,7 % de fibras não-madeira e 22,5% de fibras de madeira (70% importada).

No período entre 1990 e 2002, o consumo anual de papel, per capta, aumentou de 12,8 kg para 34 kg. Em 2002 a China produziu 13,4 milhões de toneladas de polpa celulósica virgem (terceiro maior produtor mundial), sendo 84% de fibras não-madeira e 16% de fibras de madeira.

Para 2010, o governo chinês projeta uma produção de 50 a 60 milhões de toneladas métricas de papel e cartão. Caso isso ocorra, representará um consumo anual per capta de 40 a 45 kg. Para alcançar tal objetivo, será necessário um crescimento significativo da utilização de fibras e madeira e de fibras secundárias.

Atualmente, a produção de celulose na China é feita basicamente a partir de fibras não-madeira, tais como: resíduos agrícolas - principalmente palha de trigo -, bambu, bagaço, entre outras. A produção doméstica de fibras de madeira deverá crescer das atuais 2,14 milhões de toneladas para 4,1 milhões em 2010.

Acredita-se que os atuais 410 mil hectares de florestas plantadas, principalmente de eucalyptus e populus, serão ampliados para aproximadamente 3 milhões de hectares até 2010. Até lá, a demanda de fibra de madeira será suprida pela importação de fibras e de cavacos. A expectativa é de que a importação de celulose de mercado continuará crescendo a um taxa anual de 5% a 6% nos próximos anos.

No segmento de fibras secundárias, espera-se um crescimento anual de 6% a 8% nos próximos 10 anos. Esse processo será acelerado por um esforço intensivo de coleta e pela importação de fibras secundárias dos EUA e Japão, especialmente caixas de papelão. Atualmente a China recicla somente 30,4% do papel consumido.

O crescimento da produção de fibras não-madeira se dará a partir da palha de trigo, bambú e junco. Num país com 1,3 bilhão de habitantes, todas as fontes de fibras precisam ser usadas. Na China, os papéis de fibras não-madeira têm baixo custo de produção e qualidade aceitável para o mercado local, além de representarem importante papel social.

A imensa demanda de papel e cartão projetada para os próximos dez anos (pelo menos 12 milhões de toneladas) levou o Governo chinês a estabelecer como prioridade a implantação de grandes maciços florestais na China. Investimentos da ordem de US$ 24 bilhões estão previstos para os próximos dez anos.

A China aprovou um plano para construir uma cadeia de suprimento de fibras de madeira, incluindo cinco milhões de hectares de plantações próximas da costa sudeste. os planos também prevêem a contrução de três ou quatro fábricas de celulose de grande porte, com capacidade superiore a 500 mil toneladas por ano, além de várias fábricas de papel próximas às florestas.

Também deverão ser implantadas fábricas com o objetivo de reduzir as importações de celulose de fibra longa, tendo o bambú como matéria-prima.

Fonte: Celulose Online – 09/06/2004

Fonte:

Jooble Neuvoo

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