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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Riocell vendida por US$ 610,5 milhões.
A Aracruz Celulose assinou, contrato para aquisição da Riocell, por US$ 610,5 milhões. Com a compra da unidade produtora de celulose de eucalipto da Klabin, a empresa aumenta a distância sobre os concorrentes e consolida sua hegemonia como a maior fabricante mundial de celulose de fibra curta. O negócio, de imediato, amplia a sua capacidade de produção, para perto de 3 milhões de toneladas por ano - considerando sua participação futura no projeto da Veracel, nova indústria a ser construída com a sócia finlandesa Stora Enso, em Eunápolis, na Bahia.
A Riocell, situada em Guaíba (RS), tem uma capacidade para produzir 400 mil toneladas de celulose de eucalipto por ano. O novo braço da Aracruz exporta, como sua nova controladora, a maior parte do que produz. As operações florestais da Riocell abrangem 40 mil hectares de plantio de eucalipto, localizados, em média, a 85 quilômetros da fábrica. O ativo foi disputado pelo grupo Suzano, Votorantim Celulose e Papel (VCP), Ripasa e a Empresa Nacional de Celulosa España (Ence), a segunda maior produtora de celulose de eucalipto, com 1 milhão de toneladas por ano, atrás só da Aracruz.
O fechamento da transação com a Klabin exibe dois movimentos do segmento: a reestruturação do setor de celulose com uma tendência à concentração, e, o apetite da Aracruz em ganhar escala, para alçar vôos internacionais. Até porque a Aracruz, que mantém seu principal parque industrial no norte do Espírito Santo, com três fábricas, adotou uma estratégia agressiva para crescer, na tentativa de influir nos rumos de um mercado mundial que movimenta 17 milhões de toneladas por ano e US$ 8,5 bilhões, crescendo entre 3% e 4% ao ano.
A trajetória da Aracruz mostra essa corrida da companhia. O grupo acabou, em 2002, de expandir as instalações da base capixaba, elevou sua capacidade de 1,3 milhão de toneladas de celulose para 2 milhões, empregando investimentos de US$ 800 milhões.
Compra de florestas da Vale
Ainda no ano passado, a empresa uniu-se à Bahia Sul Celulose para comprar as Florestas Rio Doce da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), com cerca de 40 mil hectares de terras e florestas de eucalipto plantadas, em São Mateus (norte do ES), por R$ 137 milhões. O sinal verde ao projeto Veracel, um empreendimento com a Stora Enso (50%), orçado em US$ 1,25 bilhão, saiu no mês passado.
Atenta às oportunidades, a Aracruz tem interesse em disputar 25% do capital da Portucel, estatal portuguesa de celulose, que constitui a primeira tentativa de a direção do grupo comprar uma fabricante da commodity no exterior. Outra investida foi o leilão da Cenibra, no qual saiu vencedora, mas não levou porque os japoneses exerceram seu direito de compra pelo mesmo valor.
No fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o diretor-presidente da Aracruz, Carlos Aguiar, afirmou que a aquisição da Riocell é consistente com a estratégia de longo prazo da empresa. "É uma empresa eficiente, de baixo custo operacional, conta com recursos humanos altamente capacitados e tem grande potencial de crescimento."
Para manter-se na liderança da produção de celulose de mercado, a cúpula da Aracruz concluiu que a expansão pelas atuais unidades ou início de novas seria uma via de crescimento mais lenta. Nesta alternativa, a empresa seria refém do período de sete anos, tempo mínimo para desenvolvimento de novos plantios de eucalipto. As aquisições de outras unidades permitem a empresa dar saltos, num ritmo mais acelerado.
Mesmo assim, a possibilidade de construir uma quarta fábrica, ampliando o parque capixaba não está totalmente descartada, conforme uma fonte da empresa. "Vai depender de um estudo de logística, pois o frete para levar a madeira da área de plantio até a fábrica pode inviabilizar o negócio."
A cruzada da Aracruz também reflete um esforço da organização em beneficiar-se da reestruturação da cadeia produtiva mundial, que acena com a perspectiva de os países de clima frio, como Estados Unidos, Canadá, França, Japão, Alemanha, Finlândia e Escandinávia, não aumentarem sua capacida de produtiva nos próximos anos.
Como o desenvolvimento dos plantios das florestas nessas regiões frias demora quase 10 vezes mais que nos países de clima tropical, a tendência é de que sejam fechadas unidades nestas regiões, com o deslocamento dos parques industriais para florestas de crescimento rápido.
"O Brasil é a bola da vez em termos de oportunidades para cobrir essa oferta de celulose de fibra curta, pois tem extensão territorial, clima favorável e a tecnologia mais avançada do mundo, diferentemente da Indonésia, que oferece riscos ao investidor com sua situação política instável e uma tecnologia que não é de ponta", observou um analista da Aracruz.
Diante dessa oportunidade, o Brasil encontra-se numa encruzilhada quanto à definição de uma política florestal mais competitiva. Em Brasília, a questão é tratada pelo Ministério de Meio Ambiente, que oferece restrições, em decorrência da forte reação dos ambientalistas à expansão das áreas de monocultura de eucalipto.
Cristina D’Avila
Fonte: Gazeta
A Riocell, situada em Guaíba (RS), tem uma capacidade para produzir 400 mil toneladas de celulose de eucalipto por ano. O novo braço da Aracruz exporta, como sua nova controladora, a maior parte do que produz. As operações florestais da Riocell abrangem 40 mil hectares de plantio de eucalipto, localizados, em média, a 85 quilômetros da fábrica. O ativo foi disputado pelo grupo Suzano, Votorantim Celulose e Papel (VCP), Ripasa e a Empresa Nacional de Celulosa España (Ence), a segunda maior produtora de celulose de eucalipto, com 1 milhão de toneladas por ano, atrás só da Aracruz.
O fechamento da transação com a Klabin exibe dois movimentos do segmento: a reestruturação do setor de celulose com uma tendência à concentração, e, o apetite da Aracruz em ganhar escala, para alçar vôos internacionais. Até porque a Aracruz, que mantém seu principal parque industrial no norte do Espírito Santo, com três fábricas, adotou uma estratégia agressiva para crescer, na tentativa de influir nos rumos de um mercado mundial que movimenta 17 milhões de toneladas por ano e US$ 8,5 bilhões, crescendo entre 3% e 4% ao ano.
A trajetória da Aracruz mostra essa corrida da companhia. O grupo acabou, em 2002, de expandir as instalações da base capixaba, elevou sua capacidade de 1,3 milhão de toneladas de celulose para 2 milhões, empregando investimentos de US$ 800 milhões.
Compra de florestas da Vale
Ainda no ano passado, a empresa uniu-se à Bahia Sul Celulose para comprar as Florestas Rio Doce da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), com cerca de 40 mil hectares de terras e florestas de eucalipto plantadas, em São Mateus (norte do ES), por R$ 137 milhões. O sinal verde ao projeto Veracel, um empreendimento com a Stora Enso (50%), orçado em US$ 1,25 bilhão, saiu no mês passado.
Atenta às oportunidades, a Aracruz tem interesse em disputar 25% do capital da Portucel, estatal portuguesa de celulose, que constitui a primeira tentativa de a direção do grupo comprar uma fabricante da commodity no exterior. Outra investida foi o leilão da Cenibra, no qual saiu vencedora, mas não levou porque os japoneses exerceram seu direito de compra pelo mesmo valor.
No fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o diretor-presidente da Aracruz, Carlos Aguiar, afirmou que a aquisição da Riocell é consistente com a estratégia de longo prazo da empresa. "É uma empresa eficiente, de baixo custo operacional, conta com recursos humanos altamente capacitados e tem grande potencial de crescimento."
Para manter-se na liderança da produção de celulose de mercado, a cúpula da Aracruz concluiu que a expansão pelas atuais unidades ou início de novas seria uma via de crescimento mais lenta. Nesta alternativa, a empresa seria refém do período de sete anos, tempo mínimo para desenvolvimento de novos plantios de eucalipto. As aquisições de outras unidades permitem a empresa dar saltos, num ritmo mais acelerado.
Mesmo assim, a possibilidade de construir uma quarta fábrica, ampliando o parque capixaba não está totalmente descartada, conforme uma fonte da empresa. "Vai depender de um estudo de logística, pois o frete para levar a madeira da área de plantio até a fábrica pode inviabilizar o negócio."
A cruzada da Aracruz também reflete um esforço da organização em beneficiar-se da reestruturação da cadeia produtiva mundial, que acena com a perspectiva de os países de clima frio, como Estados Unidos, Canadá, França, Japão, Alemanha, Finlândia e Escandinávia, não aumentarem sua capacida de produtiva nos próximos anos.
Como o desenvolvimento dos plantios das florestas nessas regiões frias demora quase 10 vezes mais que nos países de clima tropical, a tendência é de que sejam fechadas unidades nestas regiões, com o deslocamento dos parques industriais para florestas de crescimento rápido.
"O Brasil é a bola da vez em termos de oportunidades para cobrir essa oferta de celulose de fibra curta, pois tem extensão territorial, clima favorável e a tecnologia mais avançada do mundo, diferentemente da Indonésia, que oferece riscos ao investidor com sua situação política instável e uma tecnologia que não é de ponta", observou um analista da Aracruz.
Diante dessa oportunidade, o Brasil encontra-se numa encruzilhada quanto à definição de uma política florestal mais competitiva. Em Brasília, a questão é tratada pelo Ministério de Meio Ambiente, que oferece restrições, em decorrência da forte reação dos ambientalistas à expansão das áreas de monocultura de eucalipto.
Cristina D’Avila
Fonte: Gazeta
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