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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
País corre risco de apagão florestal
Um novo apagão, não no fornecimento de energia elétrica, mas agora na área florestal, ronda as indústrias que usam madeira na fabricação de seus produtos, a exemplo do ferro-gusa, matéria-prima para a produção de aço; da celulose e papel e de móveis.
A escassez de madeira de reflorestamentos vai chegar ao colapso nos próximos dois anos, alerta a Associação Mineira de Silvicultura (AMS), como conseqüência do descompasso entre o consumo crescente e o ritmo de plantio.
Em Minas Gerais, 103 mil hectares foram reflorestados no ano passado, diante da necessidade de renovação de 200 mil hectares por ano das chamadas florestas plantadas, sobretudo com eucalipto e pinus.
Siderúrgica São Luís tem um programa de reflorestamento, mas ainda vai demorar para ficar livre dos comerciantes de carvão O bom desempenho das exportações brasileiras deixou essa ameaça de apagão florestal mais evidente, diz José Batuíra de Assis, secretário-executivo da AMS. Apenas para atender a indústria siderúrgica movida a carvão vegetal, a necessidade de madeira chega a 120 mil hectares anuais.
“O déficit na produção não poderá ser evitado no curto prazo, mesmo com investimentos maciços, já que o prazo mínimo de maturação das florestas plantadas no País atinge sete anos, para o primeiro corte”, afirma. Produção nacional de ferro-gusa no ano passado foi de 8,1 milhões de toneladas, volume 20% superior ao registrado em 2002 Os produtores de ferro-gusa consideram as projeções exageradas. A indústria trabalha para tornar as empresas auto-sustentáveis no consumo do carvão de florestas plantadas, segundo Ronan Eustáquio da Silva, proprietário da siderúrgica Valinho, de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, e presidente do sindicato das empresas do setor (Sindifer).
“Existe essa preocupação, sim, mas não vamos fazer terrorismo com os números”, diz. As usinas gastam 2,8 metros cúbicos de carvão a cada tonelada produzida de gusa. No ano passado, o consumo total de carvão vegetal no Estado ficou próximo de 20 milhões de metros cúbicos.
Boa parte dos produtores independentes de gusa consome carvão plantado em áreas distantes, dos estados de Goiás, Mato Grosso e Bahia, por exemplo. A produção total do setor no Brasil no ano passado foi de 8,103 milhões de toneladas, volume 20% superior ao de 2002. As exportações cresceram 13%, e alcançaram 4,836 milhões de toneladas. Os produtores de Minas responderam por metade das vendas.
A indústria de peças fundidas, cliente dos produtores de gusa, reconhece que é necessária uma solução envolvendo todos os consumidores de madeira. “Do contrário, o apagão virá como o da energia elétrica”, diz Luiz Carlos Koch, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Fundição (Abifa).
As empresas têm, contudo, um outro problema que não associam à questão do abastecimento de madeira, e conseqüentemente, de carvão vegetal: os aumentos dos preços do gusa, que teriam se aproximado de 70% entre janeiro e maio deste ano.
Nas contas de Batuíra de Assis, para afastar de vez um apagão florestal, a área plantada em Minas, considerando-se as terras remanescentes, teria de sair do patamar atual de 1,2 milhão para 2,2 milhões de hectares em 10 anos. Esse avanço representaria a geração de 270 mil empregos, exigindo a inclusão de 270 mil hectares em novas áreas de preservação.
Ao mesmo tempo, o trabalho envolveria a participação maior dos pequenos e médios produtores rurais no plantio de florestas renováveis. Para as indústrias de móveis, o risco de apagão florestal não é agravado pelo consumo nesse ramo de atividade, diz Marcus Vinícius da Silva Lima, presidente do sindicato das empresas de Minas. “Os fornecedores das chapas de madeira usadas nas fábricas são auto-sustentáveis”, afirma.
Mais florestas
O alerta da AMS é compartilhado por engenheiros do Instituto Estadual de Florestas (IEF). As decisões sobre o uso e a expansão das florestas plantadas não podem esperar, diz Geraldo Fausto da Silva, diretor de desenvolvimento sustentável do instituto. “Há grande preocupação, porque o Estado necessita de uma ampliação da sua base de florestas. Queremos reformar 120 mil hectares este ano”.
A estimativa considera os programas de reflorestamento das empresas privadas e as iniciativas envolvendo os produtores rurais. A urgência de definir estratégias para ampliar as áreas de reflorestamento se justificam no tempo de sete anos até o corte das árvores.
Não só o IEF, que incentivou o plantio de 14 mil hectares de florestas em pequenas propriedades rurais no ano passado, mas também grandes empresas têm firmado parcerias com agricultores, como a Cenibra, o grupo siderúrgico Gerdau e a Companhia Brasileira de Carbureto de Cálcio.
Fonte: Celulose Online – 17/05/2004
A escassez de madeira de reflorestamentos vai chegar ao colapso nos próximos dois anos, alerta a Associação Mineira de Silvicultura (AMS), como conseqüência do descompasso entre o consumo crescente e o ritmo de plantio.
Em Minas Gerais, 103 mil hectares foram reflorestados no ano passado, diante da necessidade de renovação de 200 mil hectares por ano das chamadas florestas plantadas, sobretudo com eucalipto e pinus.
Siderúrgica São Luís tem um programa de reflorestamento, mas ainda vai demorar para ficar livre dos comerciantes de carvão O bom desempenho das exportações brasileiras deixou essa ameaça de apagão florestal mais evidente, diz José Batuíra de Assis, secretário-executivo da AMS. Apenas para atender a indústria siderúrgica movida a carvão vegetal, a necessidade de madeira chega a 120 mil hectares anuais.
“O déficit na produção não poderá ser evitado no curto prazo, mesmo com investimentos maciços, já que o prazo mínimo de maturação das florestas plantadas no País atinge sete anos, para o primeiro corte”, afirma. Produção nacional de ferro-gusa no ano passado foi de 8,1 milhões de toneladas, volume 20% superior ao registrado em 2002 Os produtores de ferro-gusa consideram as projeções exageradas. A indústria trabalha para tornar as empresas auto-sustentáveis no consumo do carvão de florestas plantadas, segundo Ronan Eustáquio da Silva, proprietário da siderúrgica Valinho, de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, e presidente do sindicato das empresas do setor (Sindifer).
“Existe essa preocupação, sim, mas não vamos fazer terrorismo com os números”, diz. As usinas gastam 2,8 metros cúbicos de carvão a cada tonelada produzida de gusa. No ano passado, o consumo total de carvão vegetal no Estado ficou próximo de 20 milhões de metros cúbicos.
Boa parte dos produtores independentes de gusa consome carvão plantado em áreas distantes, dos estados de Goiás, Mato Grosso e Bahia, por exemplo. A produção total do setor no Brasil no ano passado foi de 8,103 milhões de toneladas, volume 20% superior ao de 2002. As exportações cresceram 13%, e alcançaram 4,836 milhões de toneladas. Os produtores de Minas responderam por metade das vendas.
A indústria de peças fundidas, cliente dos produtores de gusa, reconhece que é necessária uma solução envolvendo todos os consumidores de madeira. “Do contrário, o apagão virá como o da energia elétrica”, diz Luiz Carlos Koch, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Fundição (Abifa).
As empresas têm, contudo, um outro problema que não associam à questão do abastecimento de madeira, e conseqüentemente, de carvão vegetal: os aumentos dos preços do gusa, que teriam se aproximado de 70% entre janeiro e maio deste ano.
Nas contas de Batuíra de Assis, para afastar de vez um apagão florestal, a área plantada em Minas, considerando-se as terras remanescentes, teria de sair do patamar atual de 1,2 milhão para 2,2 milhões de hectares em 10 anos. Esse avanço representaria a geração de 270 mil empregos, exigindo a inclusão de 270 mil hectares em novas áreas de preservação.
Ao mesmo tempo, o trabalho envolveria a participação maior dos pequenos e médios produtores rurais no plantio de florestas renováveis. Para as indústrias de móveis, o risco de apagão florestal não é agravado pelo consumo nesse ramo de atividade, diz Marcus Vinícius da Silva Lima, presidente do sindicato das empresas de Minas. “Os fornecedores das chapas de madeira usadas nas fábricas são auto-sustentáveis”, afirma.
Mais florestas
O alerta da AMS é compartilhado por engenheiros do Instituto Estadual de Florestas (IEF). As decisões sobre o uso e a expansão das florestas plantadas não podem esperar, diz Geraldo Fausto da Silva, diretor de desenvolvimento sustentável do instituto. “Há grande preocupação, porque o Estado necessita de uma ampliação da sua base de florestas. Queremos reformar 120 mil hectares este ano”.
A estimativa considera os programas de reflorestamento das empresas privadas e as iniciativas envolvendo os produtores rurais. A urgência de definir estratégias para ampliar as áreas de reflorestamento se justificam no tempo de sete anos até o corte das árvores.
Não só o IEF, que incentivou o plantio de 14 mil hectares de florestas em pequenas propriedades rurais no ano passado, mas também grandes empresas têm firmado parcerias com agricultores, como a Cenibra, o grupo siderúrgico Gerdau e a Companhia Brasileira de Carbureto de Cálcio.
Fonte: Celulose Online – 17/05/2004
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