Voltar

Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
Espécies novas em evidência
Uma árvore que cresce rápido, não tem nós e custa menos. Essa é a variedade paricá, planta nativa da Amazônia que já se tornou a opção de reflorestamento da Tramontina na região Norte do país. A partir de um projeto que visava somente à busca de uma maneira de recuperar áreas degradadas da Floresta Amazônica, iniciado em 1990, a empresa gaúcha descobriu novas tecnologias e trabalha hoje com a pesquisa de 19 espécies nativas. Dessas, três já têm resultados excelentes em campo. Entre elas, a paricá, que pode se tornar uma boa opção para substituir o eucalipto e o pinus elliottis, espécies que representam 95% do total reflorestado.

O consultor da Tramontina Belém – unidade da empresa no Pará responsável pela fabricação das peças em madeira que compõem a linha da metalúrgica –, o engenheiro florestal Evaristo Terezo está iniciando um trabalho de melhoramento genético da planta. Sete anos depois de começar o plantio da espécie, ele já tem uma produtividade de 12 metros cúbicos por hectare ao ano. Essa evolução é mais que o dobro do que a obtida no pinus e no eucalipto. Além disso, a área para cultivo, na Amazônia, é mais barata do que a usada para as outras variedades. A produtividade foi obtida sem nenhum estudo genético, apenas com técnicas de manejo e manutenção do plantio. A partir deste ano, a Tramontina pretende mudar geneticamente as sementes das melhores árvores, clonando essas plantas e buscando resultados ainda melhores. Além da paricá, a empresa já tem resultados satisfatórios com a recuperação do mogno e do freijó, outras duas espécies nativas da Amazônia. A área plantada é exclusiva para exploração da Tramontina, mas a tecnologia para o reflorestamento, descoberta nesses 10 anos de trabalho, está à disposição de quem quiser.

Quanto mais gente copiar, melhor – diz.

MAPA NO PAÍS

Reflorestamento atual
60% eucalipto
35% pinus
5% outras espécies

Evolução do plantio
Eucalipto
Em 50 anos, produção foi de 10 m3/hect/ano para 45 m3/hect/ano
Pinus
Em 50 anos, produção foi de 8 m3/hect/ano para 25 m3/hect/ano
Paricá
Em 7 anos, produção foi de 10 m3/hect/ano para 22 m3/hect/ano

Diâmetro do tronco aos sete anos*
Eucalipto 12 centímetros
Pinus 10 centímetros
Paricá 25 centímetros

* Valores médios
Tempo para o corte final da árvore
Eucalipto 25 anos
Pinus 27 anos
Paricá 15 anos

Custos por hectare
Área de pinus ou eucalipto nas regiões Sul e Centro-Sul: US$ 1,9 mil
Área de paricá na Amazônia: US$ 1,052 mil

Fonte: engenheiro florestal Evaristo Terezo, consultor da Tramontina Belém



PAULA VALDUGA

Fonte: O Pioneiro

Fonte:

Jooble Neuvoo