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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Biomassa de madeira pode gerar 28 MW
O resíduo da indústria de madeira, material que se constitui em ameaça para o meio ambiente quando é disposto de forma inadequada, está fortalecendo a economia e gerando energia no planalto serrano, em Santa Catarina, a 206 quilômetros de Florianópolis. Já está em operação a Unidade de Co-geração Lages (UCLA), usina movida à biomassa da madeira, construída em quatro meses pela Lages Bioenergética, empresa controlada pela Tractebel Energia.
Atualmente são gerados 7 MW de energia, com previsão de ampliação para 28 MW (potência máxima) e fornecimento de 25 tonelada/hora de vapor, já no próximo mês. Em pleno funcionamento, a UCLA vai utilizar 400 mil toneladas/ ano de resíduos de madeira. Parte da energia gerada, 23 MW, será destinada à Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e a parte restante está sendo negociada com consumidores livres.
O vapor inicialmente será fornecido para as empresas Batisttella Indústria e Comércio de Madeira e Sofia Industrial e Exportadora. A unidade, uma das maiores do Brasil, é a primeira planta de biomassa da Tractebel Energia. O custo total da usina foi de R$ 80 milhões, com financiamento de R$ 49 milhões por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
O diretor-presidente da Tractebel, Manoel Arlindo Zaroni Torres, prevê o retorno dos investimentos em três décadas. “A UCLA vai utilizar uma caldeira de moderna tecnologia, que permite um rendimento de até 85%, enquanto as caldeiras utilizadas pela indústria atingem o rendimento máximo de 40%”, ressalta Torres. O combustível será a biomassa: uma mistura feita de serragem, maravalha e cavacos, resíduos que eram, até então, refugados pelas indústrias.
A empresa paga R$ 15 por tonelada do resíduo. “Com isso, além de suprir boa parte do consumo de energia da região, a UCLA fortalece a economia agregando valor a um subproduto anteriormente desprezado e estimulando o desenvolvimento sustentável da indústria madeireira de reflorestamento”, diz Torres. As emissões atmosféricas da UCLA passam por lavadores de gases que retêm as cinzas resultantes da queima da biomassa, fazendo com que essas emissões atendam aos padrões estabelecidos pela legislação.
“Com a correta destinação dos resíduos da madeira, estimamos que 118 mil toneladas/ ano de carbono deixarão de ser jogadas na atmosfera, reduzindo a poluição ambiental”, informa o diretor-presidente da Tractebel Energia. “Os resíduos sólidos resultantes da queima da biomassa são constituídos por cinzas de combustão da madeira, que serão recolhidas em leitos de secagem, podendo ser utilizados na agricultura, na indústria e em áreas de eflorestamento”, afirma.
Demanda térmica
O vice-presidente regional da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e presidente do Sindicato dos Madeireiros do Estado, Carlos Ivanov Hristo, observa que, em Lages, as indústrias compõem um dos setores de maior demanda por energia térmica, pois seu processo de produção exige a secagem da madeira. “Isto requer a queima de um volume muito grande de combustível, provocando a emissão de partículas na atmosfera”.
O resíduo de madeira gerado por essas indústrias, quando estocado de forma inadequada, contamina os rios e representa um alto risco de incêndio. Segundo Hristo, a construção da usina era desejo da comunidade industrial local e a cogeração soluciona problemas ambientais e industriais. A UCLA recebe os resíduos das madeireiras e em troca fornece vapor às indústrias, o que permite o desligamento das caldeiras individuais e diminui as emissões atmosféricas.
Para Hristo, é importante que o sindicato atue no fomento às indústrias, pois dessa forma é dado o destino correto aos resíduos, minimizando os riscos de contaminação na região. O planalto serrano é um dos maiores pólos madeireiros do Brasil, com 286 indústrias instaladas e uma base territorial de 130 mil hectares de florestas plantadas de pinus.
Fonte: Gazeta – 23/04/2004
Atualmente são gerados 7 MW de energia, com previsão de ampliação para 28 MW (potência máxima) e fornecimento de 25 tonelada/hora de vapor, já no próximo mês. Em pleno funcionamento, a UCLA vai utilizar 400 mil toneladas/ ano de resíduos de madeira. Parte da energia gerada, 23 MW, será destinada à Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e a parte restante está sendo negociada com consumidores livres.
O vapor inicialmente será fornecido para as empresas Batisttella Indústria e Comércio de Madeira e Sofia Industrial e Exportadora. A unidade, uma das maiores do Brasil, é a primeira planta de biomassa da Tractebel Energia. O custo total da usina foi de R$ 80 milhões, com financiamento de R$ 49 milhões por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
O diretor-presidente da Tractebel, Manoel Arlindo Zaroni Torres, prevê o retorno dos investimentos em três décadas. “A UCLA vai utilizar uma caldeira de moderna tecnologia, que permite um rendimento de até 85%, enquanto as caldeiras utilizadas pela indústria atingem o rendimento máximo de 40%”, ressalta Torres. O combustível será a biomassa: uma mistura feita de serragem, maravalha e cavacos, resíduos que eram, até então, refugados pelas indústrias.
A empresa paga R$ 15 por tonelada do resíduo. “Com isso, além de suprir boa parte do consumo de energia da região, a UCLA fortalece a economia agregando valor a um subproduto anteriormente desprezado e estimulando o desenvolvimento sustentável da indústria madeireira de reflorestamento”, diz Torres. As emissões atmosféricas da UCLA passam por lavadores de gases que retêm as cinzas resultantes da queima da biomassa, fazendo com que essas emissões atendam aos padrões estabelecidos pela legislação.
“Com a correta destinação dos resíduos da madeira, estimamos que 118 mil toneladas/ ano de carbono deixarão de ser jogadas na atmosfera, reduzindo a poluição ambiental”, informa o diretor-presidente da Tractebel Energia. “Os resíduos sólidos resultantes da queima da biomassa são constituídos por cinzas de combustão da madeira, que serão recolhidas em leitos de secagem, podendo ser utilizados na agricultura, na indústria e em áreas de eflorestamento”, afirma.
Demanda térmica
O vice-presidente regional da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e presidente do Sindicato dos Madeireiros do Estado, Carlos Ivanov Hristo, observa que, em Lages, as indústrias compõem um dos setores de maior demanda por energia térmica, pois seu processo de produção exige a secagem da madeira. “Isto requer a queima de um volume muito grande de combustível, provocando a emissão de partículas na atmosfera”.
O resíduo de madeira gerado por essas indústrias, quando estocado de forma inadequada, contamina os rios e representa um alto risco de incêndio. Segundo Hristo, a construção da usina era desejo da comunidade industrial local e a cogeração soluciona problemas ambientais e industriais. A UCLA recebe os resíduos das madeireiras e em troca fornece vapor às indústrias, o que permite o desligamento das caldeiras individuais e diminui as emissões atmosféricas.
Para Hristo, é importante que o sindicato atue no fomento às indústrias, pois dessa forma é dado o destino correto aos resíduos, minimizando os riscos de contaminação na região. O planalto serrano é um dos maiores pólos madeireiros do Brasil, com 286 indústrias instaladas e uma base territorial de 130 mil hectares de florestas plantadas de pinus.
Fonte: Gazeta – 23/04/2004
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