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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
ONU inclui madeira às sanções impostas à Libéria
Medida reforça controle do mercado internacional de madeira.
Depois que o comércio de diamantes provenientes da Libéria sofreu restrições por contribuir com a desestabilidade da África Ocidental, a indústria madeireira vem silenciosamente avançando no apoio logístico e financeiro ao tráfico de armas do país. Mas, depois de dois anos de intensa campanha, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) estendeu as sanções da Libéria para incluir as exportações de madeira, que alimentam o tráfico de armas, atividades paramilitares, a destruição ambiental e abuso dos direitos humanos.
Por mais de dez anos, a Libéria tem sido a maior ameaça à paz e à estabilidade na África Ocidental. A guerra civil do país se espalha para nações vizinhas. Movimentos orquestrados pelo presidente da Libéria, Charles Taylor, e seus sócios minam os esforços de paz e segurança na região.
Desde que as Nações Unidas baniram todas as exportações de diamantes da Libéria, a madeira se tornou a única grande fonte de lucro na balança comercial do governo liberiano. O acesso do governo do país ao mercado internacional de armas e aos mercenários tem dependido quase que unicamente da indústria madeireira do país e do conseqüente apoio financeiro e logístico que ela fornece. A indústria madeireira da Libéria também é responsável por destruição ambiental e abuso de direitos humanos.
Por causa dessas evidências e da intensa campanha promovida pelo Greenpeace e pela Global Witness (1), entre outras organizações, que o Conselho de Segurança da ONU concordou em incluir a madeira às sanções impostas à Libéria, barrando, assim, a engrenagem do comércio de madeira que alimenta a máquina de guerra do presidente Taylor.
A decisão também renova as sanções existentes impostas à Libéria, além de incluir todas as exportações de madeira. A medida entrará em vigor a partir de 07 de julho deste ano. Tais restrições impostas à indústria madeireira da Libéria são essenciais para obter qualquer progresso no sentido de acabar com o conflito ativo e violento, implementado pelo governo liberiano na região.
Enquanto o fim às exportações de madeira que alimentam o conflito na região é um passo importante, as questões sobre degradação ambiental e social resultante de práticas madeireiras destrutivas também devem tratadas para possibilitar uma solução compreensiva e sustentável.
Desde 2000, o Greenpeace tem denunciado as ligações entre empresas madeireiras da Libéria e o comércio ilegal de armas, além de envolvidos com o comércio de madeira na Europa e América do Norte. Através de extensas pesquisas, a organização apresentou novas evidências à indústria madeireira, além de bloquear carregamentos de madeira da Libéria em muitos portos europeus, exigindo que as madeireiras coloquem um fim ao comércio de madeira que alimenta o conflito na região. A proposta do Conselho de Segurança da ONU de incluir a madeira às sanções na Libéria foi apresentada pela primeira vez em dezembro de 2000, mas foi derrotada pela França e China - os maiores importadores de madeira proveniente da Libéria.
Nesta época, muitas empresas envolvidas no comércio de madeira resolveram ignorar as evidências apresentadas pelo Greenpeace, argumentando que o Conselho de Segurança da ONU não parecia concordar que havia razões suficientes para justificar as sanções. Dentre estas empresas estão: a madeireira holandesa Wijma, o grupo dinamarquês DLH, o grupo suíço-alemão Danzer, entre outros.
Ativistas do Greenpeace denunciaram tais madeireiras e suas relações com este comércio devastador durante protesto na serraria Fritz Offermann Sägewerk und Holzimport, na Alemanha. A serraria foi palco de uma manifestação semelhante em 2002, quando a orgamização apresentou as primeiras evidências do papel da madeira no conflito da região ao presidente da Offermann, Jürgen Offermann, que se recusou a suspender qualquer contrato comercial envolvendo madeira liberiana.
De acordo com o Greenpeace, companhias como a Offermann continuaram cinicamente a comercializar madeira proveniente da Libéria nos últimos dois anos, enquanto novas evidências relacionando o comércio de madeira do país com tráfico de armas e devastação ambiental continuaram a ser apresentadas.
O que você pode fazer?
Ajude a acabar com importações de madeira que alimentam conflitos em diversas regiões do planeta. Pressione autoridades governamentais e empresas a cancelar qualquer contrato comercial de madeira existente com a Libéria imediatamente, exigindo que no futuro todas as compras de madeira sejam de fontes legais e sustentáveis.
Compre produtos de madeira certificada pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal). Uma vez que a madeira serrada proveniente da África chega ao mercado, é impossível verificar se ela provém de fontes legais ou não. Madeira de origem legal e ilegal são facilmente misturadas e poderm ser processadas juntas em serrarias locais ou no país de destino. Mas, você pode exercer sua cidadania na hora de comprar produtos de madeira: exija o selo de certificação florestal FSC.
O FSC é uma organização internacional sem fins lucrativos que emite certificados para florestas bem manejadas. O selo verde, como também é conhecido, criado para que empresas e consumidores possam identificar produtos provenientes de manejo florestal responsável. Na hora de comprar, procure pelo selo FSC nos produtos florestais para ter certeza que você não está comprando a destruição da floresta ou apoiando atividades madeireiras ilegais ao redor do mundo.
Nota:
(1) A Global Witness é uma organização humanitária baseada no Reino Unido.
Fonte: Greenpeace Brasil
Depois que o comércio de diamantes provenientes da Libéria sofreu restrições por contribuir com a desestabilidade da África Ocidental, a indústria madeireira vem silenciosamente avançando no apoio logístico e financeiro ao tráfico de armas do país. Mas, depois de dois anos de intensa campanha, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) estendeu as sanções da Libéria para incluir as exportações de madeira, que alimentam o tráfico de armas, atividades paramilitares, a destruição ambiental e abuso dos direitos humanos.
Por mais de dez anos, a Libéria tem sido a maior ameaça à paz e à estabilidade na África Ocidental. A guerra civil do país se espalha para nações vizinhas. Movimentos orquestrados pelo presidente da Libéria, Charles Taylor, e seus sócios minam os esforços de paz e segurança na região.
Desde que as Nações Unidas baniram todas as exportações de diamantes da Libéria, a madeira se tornou a única grande fonte de lucro na balança comercial do governo liberiano. O acesso do governo do país ao mercado internacional de armas e aos mercenários tem dependido quase que unicamente da indústria madeireira do país e do conseqüente apoio financeiro e logístico que ela fornece. A indústria madeireira da Libéria também é responsável por destruição ambiental e abuso de direitos humanos.
Por causa dessas evidências e da intensa campanha promovida pelo Greenpeace e pela Global Witness (1), entre outras organizações, que o Conselho de Segurança da ONU concordou em incluir a madeira às sanções impostas à Libéria, barrando, assim, a engrenagem do comércio de madeira que alimenta a máquina de guerra do presidente Taylor.
A decisão também renova as sanções existentes impostas à Libéria, além de incluir todas as exportações de madeira. A medida entrará em vigor a partir de 07 de julho deste ano. Tais restrições impostas à indústria madeireira da Libéria são essenciais para obter qualquer progresso no sentido de acabar com o conflito ativo e violento, implementado pelo governo liberiano na região.
Enquanto o fim às exportações de madeira que alimentam o conflito na região é um passo importante, as questões sobre degradação ambiental e social resultante de práticas madeireiras destrutivas também devem tratadas para possibilitar uma solução compreensiva e sustentável.
Desde 2000, o Greenpeace tem denunciado as ligações entre empresas madeireiras da Libéria e o comércio ilegal de armas, além de envolvidos com o comércio de madeira na Europa e América do Norte. Através de extensas pesquisas, a organização apresentou novas evidências à indústria madeireira, além de bloquear carregamentos de madeira da Libéria em muitos portos europeus, exigindo que as madeireiras coloquem um fim ao comércio de madeira que alimenta o conflito na região. A proposta do Conselho de Segurança da ONU de incluir a madeira às sanções na Libéria foi apresentada pela primeira vez em dezembro de 2000, mas foi derrotada pela França e China - os maiores importadores de madeira proveniente da Libéria.
Nesta época, muitas empresas envolvidas no comércio de madeira resolveram ignorar as evidências apresentadas pelo Greenpeace, argumentando que o Conselho de Segurança da ONU não parecia concordar que havia razões suficientes para justificar as sanções. Dentre estas empresas estão: a madeireira holandesa Wijma, o grupo dinamarquês DLH, o grupo suíço-alemão Danzer, entre outros.
Ativistas do Greenpeace denunciaram tais madeireiras e suas relações com este comércio devastador durante protesto na serraria Fritz Offermann Sägewerk und Holzimport, na Alemanha. A serraria foi palco de uma manifestação semelhante em 2002, quando a orgamização apresentou as primeiras evidências do papel da madeira no conflito da região ao presidente da Offermann, Jürgen Offermann, que se recusou a suspender qualquer contrato comercial envolvendo madeira liberiana.
De acordo com o Greenpeace, companhias como a Offermann continuaram cinicamente a comercializar madeira proveniente da Libéria nos últimos dois anos, enquanto novas evidências relacionando o comércio de madeira do país com tráfico de armas e devastação ambiental continuaram a ser apresentadas.
O que você pode fazer?
Ajude a acabar com importações de madeira que alimentam conflitos em diversas regiões do planeta. Pressione autoridades governamentais e empresas a cancelar qualquer contrato comercial de madeira existente com a Libéria imediatamente, exigindo que no futuro todas as compras de madeira sejam de fontes legais e sustentáveis.
Compre produtos de madeira certificada pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal). Uma vez que a madeira serrada proveniente da África chega ao mercado, é impossível verificar se ela provém de fontes legais ou não. Madeira de origem legal e ilegal são facilmente misturadas e poderm ser processadas juntas em serrarias locais ou no país de destino. Mas, você pode exercer sua cidadania na hora de comprar produtos de madeira: exija o selo de certificação florestal FSC.
O FSC é uma organização internacional sem fins lucrativos que emite certificados para florestas bem manejadas. O selo verde, como também é conhecido, criado para que empresas e consumidores possam identificar produtos provenientes de manejo florestal responsável. Na hora de comprar, procure pelo selo FSC nos produtos florestais para ter certeza que você não está comprando a destruição da floresta ou apoiando atividades madeireiras ilegais ao redor do mundo.
Nota:
(1) A Global Witness é uma organização humanitária baseada no Reino Unido.
Fonte: Greenpeace Brasil
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