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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Indústrias de C&P investem em florestas plantadas
Sem oferta suficiente de madeira para cumprir as metas de crescimento, as fábricas de celulose e papel estão acelerando o ritmo de investimento em florestas plantadas. Somados, os valores previstos para 2004 pela Companhia Suzano de Papel e Celulose, Bahia Sul, Klabin, Votorantim Celulose e Papel (VCP), Ripasa e Orsa devem alcançar cerca de R$ 700 milhões.
A Suzano/Bahia Sul anunciou ontem (01/02) que vai gastar R$ 380 milhões neste ano, e valor igual no próximo, para aumentar e melhorar o abastecimento de madeira para as fábricas do grupo. O investimento é cerca de 30% maior do que o de 2003 - foram US$ 102 milhões em 2003 e serão US$ 130 milhões neste ano.
Os valores vêm crescendo desde 2000, quando somaram US$ 55 milhões. A meta para 2004 é plantar 31,6 mil hectares e chegar a dezembro com área total de 190 mil hectares de florestas de eucalipto, segundo o gerente da divisão de recursos naturais da Suzano/Bahia Sul, Luis Cornacchioni.
Os valores incluem, da compra de terra, as despesas com a colheita. Só para comprar terras serão R$ 50 milhões, 20% mais do que em 2003. Outros R$ 90 milhões vão para o plantio, manutenção e despesas com a colheita. Cerca de R$ 15 milhões serão destinados à compra de equipamentos.
O valor é 5% maior e contempla principalmente maquinário para aumentar a mecanização da colheita em áreas que abastecem a controlada Bahia Sul. Mas um dos principais reforços da Suzano/Bahia Sul será feito em pesquisa e desenvolvimento. A verba destinada para esse fim é 60% maior do que a do ano passado e chegará a R$ 16 milhões.
Os recursos, segundo Cornacchioni, são focados nas questões genéticas e na biotecnologia visando ganhos de produtividade. O executivo informou que há 20 anos a Suzano obtinha 3 toneladas de celulose por hectare plantado; hoje são 11 toneladas para a mesma área.
Os trabalhos são desenvolvidos em parceria com universidades. O esforço é para atender os programas de crescimento das empresas, que prevêem, só neste ano, aumento de 160 mil toneladas de celulose.
Programas de Investimento
Está em andamento um programa de investimento em uma nova linha na Bahia Sul para produzir 1 milhão de toneladas de celulose a partir de 2008. A floresta de eucalipto precisa de sete anos para atingir ponto de corte.
A Klabin também reforça os investimentos. Vai desembolsar cerca de R$ 80 milhões neste ano para aumentar a disponibilidade de madeira. A empresa não prevê a compra de terras, mas a área própria crescerá 10 mil hectares, informou o diretor geral, Miguel Sampol.
A produção total de madeira própria da Klabin será de 6,5 milhões de metros cúbicos ao final deste ano. Desse total, 2,5 milhões serão vendidos para terceiros, para atender a fabricação de móveis e equipamentos musicais, mercados de maior valor agregado, informou o diretor de assuntos estratégicos, Reinoldo Poernbacher.
Além do plantio próprio, a Klabin investe também no fomento. Em 2003 a área fomentada cresceu 2,5 mil hectares. Neste ano a estratégia é garantir volume maior, cerca de 3,5 mil hectares. "A intenção é manter entre 3,5 mil e 4 mil hectares o crescimento anual da área fomentada", disse Poernbacher.
O objetivo da empresa é não só fazer frente aos programas de expansão mas ainda sustentar os volumes de venda à terceiros, informou Sampol. No total, a Klabin mantém hoje 190 mil hectares de área plantada.
Outra grande empresa do setor, a Votorantim Papel e Celulose (VCP) conta hoje com um total de 178,6 mil hectares de área de florestas, sendo 114 mil hectares plantados e o restante áreas de preservação ambiental.
Além disso, a empresa compra de terceiros 600 mil metros cúbicos de madeira por ano, uma média de 50 mil metros por mês, o que representa 15% do total de madeira usada na produção, que soma hoje 4 milhões de metros cúbicos por ano, segundo o informou o gerente da área operacional Jacareí (SP) e Sul da VCP, Arnaldo Salmeron.
Este ano a VCP vai gastar US$ 70,8 milhões (cerca de R$ 204,9 milhões) na compra de terras, formação de florestas e compra de máquinas. No ano passado foram US$ 54,1 milhões (R$ 156,6 milhões). O objetivo é plantar 20 mil hectares, considerando área própria e arrendada.
Em 2003, para assegurar maior volume de madeira para as fábricas, a VCP adotou um programa batizado de "fomento contratado" no qual fornece tecnologia, insumos, assistência técnica e recursos financeiros para o agricultor formar as florestas. O investimento é de cerca de R$ 1,8 mil por hectare, disse Salmeron.
No total devem ser destinados R$ 2,56 milhões ao programa. O valor gasto é devolvido em madeira, seis ou sete anos depois, quando as árvores são cortadas. "O valor em madeira é calculado no momento do plantio.
O que o produtor obtiver além da quantidade previamente contratada é comprado pelo valor de mercado na ocasião da colheita. Os investimentos devem continuar elevados na VCP que tem por objetivo aumentar o abastecimento de florestas próprias para 85% a partir de 2007. Hoje essa taxa é de 70%.
Na Ripasa a ordem é aumentar 5,5 mil hectares plantados por ano de 2004 até 2008 para atingir cerca de 100 mil hectares plantados e garantir cerca de 700 mil toneladas de madeira ainda em 2007. No ano passado foram 430 mil toneladas, 130 mil mais do que o volume de 1999.
Para atingir a meta, a empresa paulista está dobrando os recursos destinados à compra de terras nesse período, serão R$ 20 milhões ao ano nos próximos cinco anos. O investimento acumulado na compra de terras nos últimos três anos somou R$ 30 milhões. O montante reservado para a manutenção e para o replantio também será maior, R$ 30 milhões.
No ano passado foram cerca de R$ 25 milhões. Atualmente a Ripasa conta com 63,5 mil hectares de área plantada - considerando próprias e arrendadas, que devem crescer para 69 mil até dezembro.
"A idéia é comprar metade das terras necessárias e arrendar a outra metade. Mas vai depender da disponibilidade para compra. Do volume não posso abrir mão", afirmou o superintendente florestal da Ripasa, Pablo Vieitez Garcia, dando o tom da corrida das fábricas atrás da matéria-prima. "Não tem madeira no mercado para dar suporte ao crescimento, a alternativa é aumentar o plantio ", acrescentou o executivo da Ripasa.
A Aracruz Celulose, maior exportadora de celulose do Brasil, desenvolve em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um projeto piloto no qual o banco financia o fornecedor de eucalipto da empresa. A previsão é de conceder recursos, inicialmente, para cerca de 2,5 mil agricultores.
Hoje a Aracruz financia produtores em Minas Gerais, Bahia e Espirito Santo com um total de 58,2 mil hectares. Já a Orsa vai investir R$ 6 milhões para aumentar em 2 mil hectares a área de fomento neste ano. São até agora 7,7 mil hectares e um total de 35 mil hectares plantados, informou o presidente Sérgio Amoroso.
Escassez começou em 1999
A área é estratégica para as empresas, que têm o grande diferencial internacional no custo e na produtividade da madeira, segundo Garcia, da Ripasa. O executivo disse que a oferta no mercado começou a escassear em 1999, quando a economia acelerou no mercado local e principalmente no internacional, depois de quase uma década em ritmo mais fraco, com adiamento de alguns projetos.
Na ocasião, informou, o preço da celulose chegou a US$ 600 a tonelada, quando o razoável era US$ 400. As fábricas brasileiras aceleraram a produção. Na época, a Ripasa colocava cerca de 1 milhão de metros cúbicos de madeira por ano. "Florestas não podem ficar plantadas muito além de um ou dois anos após o período de corte porque entram em estagnação e começam a morrer, já que a plantação é muito condensada", explicou Garcia.
A mudança no cenário e a pressão de compra aumentou o preço da madeira que custava R$ 9 o metro cúbico em 1999 para cerca de R$ 30 atualmente, preço que se estabilizou na segunda metade do ano passado.
O que determina o preço, disse Garcia, é o picadinho, compra de olarias para queimar tijolos, pizzarias, cerâmicas, milhares de pequenos consumidores que pagam o preço para garantir o consumo de pequenos volumes. Como o pinus não tem o mesmo rendimento, o eucalipto é utilizado por essas pequenas empresas.
Fonte: Celulose Online – 03/03/2004
A Suzano/Bahia Sul anunciou ontem (01/02) que vai gastar R$ 380 milhões neste ano, e valor igual no próximo, para aumentar e melhorar o abastecimento de madeira para as fábricas do grupo. O investimento é cerca de 30% maior do que o de 2003 - foram US$ 102 milhões em 2003 e serão US$ 130 milhões neste ano.
Os valores vêm crescendo desde 2000, quando somaram US$ 55 milhões. A meta para 2004 é plantar 31,6 mil hectares e chegar a dezembro com área total de 190 mil hectares de florestas de eucalipto, segundo o gerente da divisão de recursos naturais da Suzano/Bahia Sul, Luis Cornacchioni.
Os valores incluem, da compra de terra, as despesas com a colheita. Só para comprar terras serão R$ 50 milhões, 20% mais do que em 2003. Outros R$ 90 milhões vão para o plantio, manutenção e despesas com a colheita. Cerca de R$ 15 milhões serão destinados à compra de equipamentos.
O valor é 5% maior e contempla principalmente maquinário para aumentar a mecanização da colheita em áreas que abastecem a controlada Bahia Sul. Mas um dos principais reforços da Suzano/Bahia Sul será feito em pesquisa e desenvolvimento. A verba destinada para esse fim é 60% maior do que a do ano passado e chegará a R$ 16 milhões.
Os recursos, segundo Cornacchioni, são focados nas questões genéticas e na biotecnologia visando ganhos de produtividade. O executivo informou que há 20 anos a Suzano obtinha 3 toneladas de celulose por hectare plantado; hoje são 11 toneladas para a mesma área.
Os trabalhos são desenvolvidos em parceria com universidades. O esforço é para atender os programas de crescimento das empresas, que prevêem, só neste ano, aumento de 160 mil toneladas de celulose.
Programas de Investimento
Está em andamento um programa de investimento em uma nova linha na Bahia Sul para produzir 1 milhão de toneladas de celulose a partir de 2008. A floresta de eucalipto precisa de sete anos para atingir ponto de corte.
A Klabin também reforça os investimentos. Vai desembolsar cerca de R$ 80 milhões neste ano para aumentar a disponibilidade de madeira. A empresa não prevê a compra de terras, mas a área própria crescerá 10 mil hectares, informou o diretor geral, Miguel Sampol.
A produção total de madeira própria da Klabin será de 6,5 milhões de metros cúbicos ao final deste ano. Desse total, 2,5 milhões serão vendidos para terceiros, para atender a fabricação de móveis e equipamentos musicais, mercados de maior valor agregado, informou o diretor de assuntos estratégicos, Reinoldo Poernbacher.
Além do plantio próprio, a Klabin investe também no fomento. Em 2003 a área fomentada cresceu 2,5 mil hectares. Neste ano a estratégia é garantir volume maior, cerca de 3,5 mil hectares. "A intenção é manter entre 3,5 mil e 4 mil hectares o crescimento anual da área fomentada", disse Poernbacher.
O objetivo da empresa é não só fazer frente aos programas de expansão mas ainda sustentar os volumes de venda à terceiros, informou Sampol. No total, a Klabin mantém hoje 190 mil hectares de área plantada.
Outra grande empresa do setor, a Votorantim Papel e Celulose (VCP) conta hoje com um total de 178,6 mil hectares de área de florestas, sendo 114 mil hectares plantados e o restante áreas de preservação ambiental.
Além disso, a empresa compra de terceiros 600 mil metros cúbicos de madeira por ano, uma média de 50 mil metros por mês, o que representa 15% do total de madeira usada na produção, que soma hoje 4 milhões de metros cúbicos por ano, segundo o informou o gerente da área operacional Jacareí (SP) e Sul da VCP, Arnaldo Salmeron.
Este ano a VCP vai gastar US$ 70,8 milhões (cerca de R$ 204,9 milhões) na compra de terras, formação de florestas e compra de máquinas. No ano passado foram US$ 54,1 milhões (R$ 156,6 milhões). O objetivo é plantar 20 mil hectares, considerando área própria e arrendada.
Em 2003, para assegurar maior volume de madeira para as fábricas, a VCP adotou um programa batizado de "fomento contratado" no qual fornece tecnologia, insumos, assistência técnica e recursos financeiros para o agricultor formar as florestas. O investimento é de cerca de R$ 1,8 mil por hectare, disse Salmeron.
No total devem ser destinados R$ 2,56 milhões ao programa. O valor gasto é devolvido em madeira, seis ou sete anos depois, quando as árvores são cortadas. "O valor em madeira é calculado no momento do plantio.
O que o produtor obtiver além da quantidade previamente contratada é comprado pelo valor de mercado na ocasião da colheita. Os investimentos devem continuar elevados na VCP que tem por objetivo aumentar o abastecimento de florestas próprias para 85% a partir de 2007. Hoje essa taxa é de 70%.
Na Ripasa a ordem é aumentar 5,5 mil hectares plantados por ano de 2004 até 2008 para atingir cerca de 100 mil hectares plantados e garantir cerca de 700 mil toneladas de madeira ainda em 2007. No ano passado foram 430 mil toneladas, 130 mil mais do que o volume de 1999.
Para atingir a meta, a empresa paulista está dobrando os recursos destinados à compra de terras nesse período, serão R$ 20 milhões ao ano nos próximos cinco anos. O investimento acumulado na compra de terras nos últimos três anos somou R$ 30 milhões. O montante reservado para a manutenção e para o replantio também será maior, R$ 30 milhões.
No ano passado foram cerca de R$ 25 milhões. Atualmente a Ripasa conta com 63,5 mil hectares de área plantada - considerando próprias e arrendadas, que devem crescer para 69 mil até dezembro.
"A idéia é comprar metade das terras necessárias e arrendar a outra metade. Mas vai depender da disponibilidade para compra. Do volume não posso abrir mão", afirmou o superintendente florestal da Ripasa, Pablo Vieitez Garcia, dando o tom da corrida das fábricas atrás da matéria-prima. "Não tem madeira no mercado para dar suporte ao crescimento, a alternativa é aumentar o plantio ", acrescentou o executivo da Ripasa.
A Aracruz Celulose, maior exportadora de celulose do Brasil, desenvolve em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um projeto piloto no qual o banco financia o fornecedor de eucalipto da empresa. A previsão é de conceder recursos, inicialmente, para cerca de 2,5 mil agricultores.
Hoje a Aracruz financia produtores em Minas Gerais, Bahia e Espirito Santo com um total de 58,2 mil hectares. Já a Orsa vai investir R$ 6 milhões para aumentar em 2 mil hectares a área de fomento neste ano. São até agora 7,7 mil hectares e um total de 35 mil hectares plantados, informou o presidente Sérgio Amoroso.
Escassez começou em 1999
A área é estratégica para as empresas, que têm o grande diferencial internacional no custo e na produtividade da madeira, segundo Garcia, da Ripasa. O executivo disse que a oferta no mercado começou a escassear em 1999, quando a economia acelerou no mercado local e principalmente no internacional, depois de quase uma década em ritmo mais fraco, com adiamento de alguns projetos.
Na ocasião, informou, o preço da celulose chegou a US$ 600 a tonelada, quando o razoável era US$ 400. As fábricas brasileiras aceleraram a produção. Na época, a Ripasa colocava cerca de 1 milhão de metros cúbicos de madeira por ano. "Florestas não podem ficar plantadas muito além de um ou dois anos após o período de corte porque entram em estagnação e começam a morrer, já que a plantação é muito condensada", explicou Garcia.
A mudança no cenário e a pressão de compra aumentou o preço da madeira que custava R$ 9 o metro cúbico em 1999 para cerca de R$ 30 atualmente, preço que se estabilizou na segunda metade do ano passado.
O que determina o preço, disse Garcia, é o picadinho, compra de olarias para queimar tijolos, pizzarias, cerâmicas, milhares de pequenos consumidores que pagam o preço para garantir o consumo de pequenos volumes. Como o pinus não tem o mesmo rendimento, o eucalipto é utilizado por essas pequenas empresas.
Fonte: Celulose Online – 03/03/2004
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