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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
Arapongas usa formação para ganhar mercado externo
Segundo maior pólo do setor no País vai criar uma "Universidade da Mobília" para melhorar qualidade da produção. As indústrias de móveis da região de Arapongas, no norte do Paraná, estão investindo na profissionalização para ampliar a presença no mercado interno e se preparar para uma investida mais agressiva no exterior. Os fabricantes, que formam o segundo maior pólo do País, responsável por receitas de R$ 620 milhões em 2002, resolveram criar uma "Universidade da Mobília" - centro de capacitação de mão-de-obra que visa melhorar a qualidade da produção.

O projeto, desenvolvido pelo Sindicato da Indústria de Móveis de Arapongas (Sima), vai absorver R$ 3,8 milhões e deve começar a funcionar no segundo semestre desse ano. Os recursos, que vêm do Programa de Expansão da Educação Profissional (Proep) do Ministério da Educação, estão sendo aplicados na construção de uma escola de 3,4 mil metros quadrados e na compra de equipamentos. Além de salas de aulas, o centro vai contar com laboratórios de ensaios, de pintura, de costura industrial - para estofados - e uma pequena linha de montagem.

Segundo Fernando Porfirio, responsável pelo projeto, a intenção é capacitar cerca de mil pessoas por ano, com cursos básicos, técnicos e de qualificação profissional. "Hoje a mão-de-obra é formada nas próprias empresas e há carência de pessoal disponível no mercado para atender à demanda."

Móveis populares

Localizadas principalmente no município de Arapongas, as empresas do pólo empregam 6 mil pessoas e respondem hoje por 64% do Produto Interno Bruto (PIB) do município de 81 mil habitantes. Com a produção voltada para móveis de baixo custo e para as classes C e D, as fábricas abastecem principalmente a região Sudeste, que compra 38% da produção. Em segundo lugar estão as regiões Norte e Nordeste, com 27%, seguidas pelo Sul, com 24%. Feitos de chapas de aglomerado de madeira, os móveis fabricados no Paraná - principalmente sofás, estantes, armários e dormitórios- têm a maior parte das vendas (90%) destinadas ao mercado interno.
Segundo Porfirio, com o centro será possível melhorar a capacitação das empresas também para uma atuação mais expressiva nas exportações. Aumentar o comércio internacional é hoje um dos grandes desafios do setor.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), o Brasil responde hoje por apenas 1% das exportações mundiais de móveis. A expectativa para este ano é que o segmento exporte 20% a mais, totalizando US$ 650 milhões em negócios.
No ano passado, as exportações do pólo de Arapongas somaram US$ 41 milhões, o que representou 8% do total vendido pelo Brasil no exterior, de US$ 535,5 milhões. A meta do sindicato é que esse percentual possa chegar a 30% no médio prazo. "Desenvolver novos mercados é vital para reduzir a dependência em relação ao resultado das vendas domésticas, que caíram nesse início de ano", diz Valdeci Moreira Fernandes, diretor geral da Vamol Indústria e Comércio Ltda, de Arapongas.

A empresa acaba de enviar o primeiro lote de estantes para o Panamá e negocia contratos com os Estados Unidos. Segundo ele, apesar das indústrias da região avançarem no comércio internacional, ainda há um longo caminho a percorrer para conquistar espaço definitivo no exterior. "Muitas ainda não dominam exigências técnicas e ambientais em vigor principalmente nos Estados Unidos", diz.

Mercado argentino

Atualmente, a maior parte das exportações de Arapongas é destinada a países das Américas Central e do Sul. No momento há um esforço por parte das empresas para abrir mercados na Ásia, onde também há demanda por móveis de baixo custo, e retomar as vendas para a Argentina, que já foi a principal compradora da região.

A Moval Móveis Arapongas Ltda. espera recuperar de 10% a 15% os seus negócios com o país vizinho. A empresa, que tem capacidade para produzir 50 mil guarda-roupas por mês, exporta 10% da produção. Segundo Ivan Martins e Oliveira, gerente administrativo, com a crise os argentinos inverteram o perfil de consumo e também estão preferindo os móveis populares. "Hoje a demanda argentina concentra-se em produtos de menor valor agregado", diz.

Fonte: Gazeta Mercantil

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Jooble Neuvoo