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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Uma corrida para plantar mais florestas
Desde o final de 2003, quando a Associação Mineira de Silvicultura confirmou sua previsão de que, dentro de dois anos, faltará carvão para atender à demanda das siderúrgicas mineiras, o plantio de florestas tornou-se uma das oportunidades de investimentos mais promissoras em Minas Gerais.
O interesse por esse tipo de agronegócio se acentuou quase vertiginosamente, quando a Celulose Nipo-Brasileira S.A. (Cenibra) anunciou em janeiro que pretende comprar madeira, nem que seja no Uruguai, para dobrar sua produção de 860 mil toneladas/ano de celulose.
Desde então, 80 fazendeiros com propriedades na região de Governador Valadares assinaram contratos com aquela indústria para transformar suas pastagens em florestas e várias empresas de reflorestamento informaram que irão plantar, em 2004, aproximadamente 110 mil hectares de eucalipto, que é a espécie preferida pelos fabricantes de carvão.
Até então, o plantio vinha mantendo uma média de 30 mil hectares anuais. Na última década, desestimuladas pela ausência de programas de financiamento para formação de florestas, as siderúrgicas mineiras plantaram menos do que necessitavam e, em decorrência dessa negligência, dispõem hoje de só 100 milhões de metros cúbicos de madeira. O consumo anual é estimado de 50 milhões e isso significa que faltará matéria-prima a partir de 2007.
Siderúrgicas
A situação está sendo contornada por iniciativas das autoridades ambientais, ao permitir que as siderúrgicas possam buscar nas matas nativas o carvão para atender até 10% de seu consumo. Outros 10% podem ser buscados em florestas naturais em outros estados e já há caminhões apanhando carvão em Mato Grosso e Tocantins, a mais de 1.500 quilômetros de distância dos alto fornos, onde há grande desmatamento para atender à expansão da fronteira agrícola.
Mas trata-se de soluções transitórias, segundo o presidente da AMS, Antonio Claret de Oliveira: "O Brasil consome 400 mil hectares de florestas por ano, em relação a uma plantação de apenas 200 mil hectares no período. Isso pode causar o que chamamos de apagão florestal", afirma. A produção de madeira é uma atividade de extraordinária importância em Minas Gerais, devido à demanda da indústria siderúrgica.
Ao contrário do que muitos imaginam o carvão não é utilizado nas usinas para a produção de energia mas, sim como fornecedor de um elemento químico essencial, o carbono que, ao se associar com o minério de ferro, num alto forno, resulta no ferro-gusa. Para cada tonelada de minério de ferro são necessários 2,4 metros cúbicos de carvão.
Minas Gerais produziu, no ano passado, 6,5 milhões toneladas de ferro, a partir de carvão vegetal. Quase toda a produção é de responsabilidade de 56 pequenas siderúrgicas independentes, que esbarram nessa fase, sem alcançar a produção do aço. A grandes siderúrgicas - Usiminas, Açominas, Belgo Mineira e Acesita são chamadas de usinas integradas porque vão do ferro ao aço, mas substituem o carvão vegetal pelo carvão mineral, também chamado de coque, que é um produto importado.
A opção por um produto estrangeiro e fóssil, segundo o diretor executivo da AMS, o engenheiro florestal José Batuíra de Assis, teria ocorrido numa época em que as florestas rendiam apenas 12 metros cúbicos de madeira por hectare, durante o ano. Hoje a produtividade de cada floresta é de 40 metros cúbicos por ano e, além disso, em seu custo não há variações cambiais, já que a floresta é nacional.
Por isso, ele acredita que num prazo relativamente curto as siderúrgicas gigantescas irão se curvar ao carvão vegetal, aumentando ainda mais a demanda pela madeira. A necessidade de florestas se tornará, então, impensável, pois a produção de ferro a partir do coque é hoje de 8,5 milhões de toneladas anuais.
Novo eldorado
O plantio de florestas sempre foi uma atividade empresarial em Minas Gerais, já que a legislação exigia, no passado, que os grandes consumidores de madeira fossem auto-suficientes Essas empresas, sobretudo as siderúrgicas e que se reúnem na AMS, plantaram quase dois milhões hectares de eucalipto nos últimos 20 anos. Com a liberação da compra de florestas de terceiros, o interesse alcançou também os fazendeiros.
Agora são as pessoas físicas que se sentem motivados, depois da leitura de ensaios recente publicados por várias instituições de ensino e pesquisa demons-trando ser o plantio de eucalipto uma atividade mais rentável que criar bois ou cultivar milho. Muita gente está voltando para o campo, em busca da ocupação ou de atividade rentável que não encontra na cidade.
Um desses interessados, é o próprio secretário-executivo da AMS, o engenheiro Batuíra de Assis. "Será minha aposentadoria verde", afirma, sonhando com a receita de R$ 27 mil mensais que pretende receber dentro de sete anos, quando começar o abate das primeiras árvores que está plantando nas terras da família, no oeste do estado.
Seus cálculos são simples e confirmados pelos empresas que exploram madeira. Um eucalipto é abatido sete anos após o plantio, e cada hectare plantado com essa árvore, ao final de um ciclo de 84 meses, produzirá cerca 300 metros cúbicos de madeira. O metro cúbico é vendido a R$ 15 na porta da fazenda e, portanto, 100 hectares produzirão a renda bruta de R$ 450 mil anuais.
Deduzidos os custos com juros e com a manutenção da floresta, será possível obter uma renda líquida de R$ 27 mil mensais que se repetirá todos os anos, caso o fazendeiro disponha de 700 hectares reflorestados. Como o engenheiro Batuíra não dispõe de todo o terreno para garantir a renda sonhada, ele está se associando com fazendeiros que substituem as suas pastagens por florestas, com medo dos invasores do Movimento dos Sem-Terra (MST).
Fazendeiro florestal
A figura do fazendeiro florestal pode parecer desimportante, diante da necessidade de florestas tão grandiosas, mas Fernando Henrique Fonseca, presidente da Cenibra, acredita na força da produção de pequenos e médios fazendeiros, até mesmo como alternativa para se reduzir os investimentos da sua fábrica na produção de florestas.
Hoje, a Cenibra produz praticamente toda a madeira que consome, opção que exigiu a compra e manutenção de mais de 240 mil hectares de terras. Para duplicar a produção, como deseja, terá que investir mais US$ 200 milhões somente em terras e árvores.
O presidente desta fábrica de celulose, localizada no município de Belo Oriente, no Vale do Aço e a 210 quilômetros de distância de Belo Horizonte, lembra que na Finlândia, que é o quinto maior produtor de papel e celulose em todo mundo, a situação é bem diversa. "Aquele país, que é a metade do estado de Minas Gerais, gera uma receita de US$ 16 bilhões de produtos derivados de madeira.
Grande parte da produção está nas mãos de 400 mil fazendeiros, enquanto a nossa indústria dispõe, atualmente, de apenas 600 fazendeiros-fornecedores", revela. O plantio de madeira parece ser um ótimo negócio mas não estará disponível para todos. A Cenibra não se interessa por fornecedor localizado a mais de 140 quilômetros da fábrica, pois a distância torna o transporte antieconômico.
A situação se repete com as indústrias siderúrgicas, que no momento estão buscando carvão muito longe por puro desespero. Mas, da mesma forma que uma porta pode ser aberta quando outra se fecha, os fazendeiros do miserável Vale do Jequitinhonha começaram a ser assediados, também em janeiro, pela fábrica de celulose Veracel, que está se instalando no município de Itapebi, na região extremo sul da Bahia.
Outro fator que inibe o interesse de investidores é o fato de que o abate de eucaliptos somente ocorrer após sete anos do plantio e nem todos dispõem de condições de esperar tanto tempo para obter suas receitas. Este último entrave está sendo contornado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que criou dois programas de financiamento de longo prazo para atender a pequenos fazendeiros e a grandes empresas interessados no reflorestamento.
O primeiro, denominado Propflora, oferece crédito de até R$ 150 mil para fazendeiros que desejam plantar eucaliptos em suas terras, cobrando juros de 8,75% ao ano, incluindo o spread da instituição financeira credenciada de 3% ao ano. O prazo total é de 144 meses, incluindo a carência de 92 meses.
O outro plano, denominado Pro-Floresta, é voltado para as grandes empresas e oferece empréstimos que cobrem até 80% dos investimentos, excluindo o custo da terra. Os juros são de 4% ao ano, incidente sobre o saldo devedor reajustado e atualização monetária com base na variação do IGPM, com carência de 84 meses.
Também a Cenibra cuida de estimular a presença de fazendeiros, oferecendo assistência técnica e assumindo, em cartório, o compromisso de adquirir toda a madeira produzida, a preço de mercado. "Existe algum negócio melhor que aquele que já dispõe de comprador garantido para sua mercadoria?", questiona o seu presidente.
Campanha contra o eucalipto: desinformação
A AMS também defende a presença de fazendeiros florestais, mas aqui, o seu objetivo é mais político, com o propósito de criar simpatias ao plantio de eucalipto no país. A entidade reclama da campanha que aquela árvore vem sofrendo por parte de entidades não governamentais que acusam a espécie de absorver muita água do solo e de transformar em desertos o terreno onde espalha suas raízes.
De acordo com uma publicação recém-publicada pela entidade e denominada A cultura do eucalipto no Brasil, "as plantações florestais no Brasil têm sido alvo de todo tipo de desinformação, desencorajando pequenos e médios produtores rurais a praticar a cultura do eucalipto, e cria na população em geral, a idéia de que a silvicultura é prejudicial ao meio ambiente.
Segundo o texto, o eucalipto comporta-se como qualquer outra planta e que o consumo de uma floresta dessas espécie é de apenas 990 mililitros anuais, em relação aos 1.200 da mata atlântica e 1.500 da floresta amazônica. Os novos reflorestadores terão, porém, um horizonte mais amplo que a simples satisfação das usinas mineiras.
Outro documento divulgado pela MAS revela que um eucalipto brasileiro está pronto para ser transformado em celulose em apenas sete anos, enquanto as árvores do Canadá e Finlândia, que são os líderes mundiais desse mercado, demoram até 40 anos para serem derrubadas. O comércio mundial de produtos derivados de madeira é estimado em US$ 300 bilhões, no qual o Brasil participa atualmente com apenas 1%.
Fonte: Gazeta Mercantil – 17/02/2004
O interesse por esse tipo de agronegócio se acentuou quase vertiginosamente, quando a Celulose Nipo-Brasileira S.A. (Cenibra) anunciou em janeiro que pretende comprar madeira, nem que seja no Uruguai, para dobrar sua produção de 860 mil toneladas/ano de celulose.
Desde então, 80 fazendeiros com propriedades na região de Governador Valadares assinaram contratos com aquela indústria para transformar suas pastagens em florestas e várias empresas de reflorestamento informaram que irão plantar, em 2004, aproximadamente 110 mil hectares de eucalipto, que é a espécie preferida pelos fabricantes de carvão.
Até então, o plantio vinha mantendo uma média de 30 mil hectares anuais. Na última década, desestimuladas pela ausência de programas de financiamento para formação de florestas, as siderúrgicas mineiras plantaram menos do que necessitavam e, em decorrência dessa negligência, dispõem hoje de só 100 milhões de metros cúbicos de madeira. O consumo anual é estimado de 50 milhões e isso significa que faltará matéria-prima a partir de 2007.
Siderúrgicas
A situação está sendo contornada por iniciativas das autoridades ambientais, ao permitir que as siderúrgicas possam buscar nas matas nativas o carvão para atender até 10% de seu consumo. Outros 10% podem ser buscados em florestas naturais em outros estados e já há caminhões apanhando carvão em Mato Grosso e Tocantins, a mais de 1.500 quilômetros de distância dos alto fornos, onde há grande desmatamento para atender à expansão da fronteira agrícola.
Mas trata-se de soluções transitórias, segundo o presidente da AMS, Antonio Claret de Oliveira: "O Brasil consome 400 mil hectares de florestas por ano, em relação a uma plantação de apenas 200 mil hectares no período. Isso pode causar o que chamamos de apagão florestal", afirma. A produção de madeira é uma atividade de extraordinária importância em Minas Gerais, devido à demanda da indústria siderúrgica.
Ao contrário do que muitos imaginam o carvão não é utilizado nas usinas para a produção de energia mas, sim como fornecedor de um elemento químico essencial, o carbono que, ao se associar com o minério de ferro, num alto forno, resulta no ferro-gusa. Para cada tonelada de minério de ferro são necessários 2,4 metros cúbicos de carvão.
Minas Gerais produziu, no ano passado, 6,5 milhões toneladas de ferro, a partir de carvão vegetal. Quase toda a produção é de responsabilidade de 56 pequenas siderúrgicas independentes, que esbarram nessa fase, sem alcançar a produção do aço. A grandes siderúrgicas - Usiminas, Açominas, Belgo Mineira e Acesita são chamadas de usinas integradas porque vão do ferro ao aço, mas substituem o carvão vegetal pelo carvão mineral, também chamado de coque, que é um produto importado.
A opção por um produto estrangeiro e fóssil, segundo o diretor executivo da AMS, o engenheiro florestal José Batuíra de Assis, teria ocorrido numa época em que as florestas rendiam apenas 12 metros cúbicos de madeira por hectare, durante o ano. Hoje a produtividade de cada floresta é de 40 metros cúbicos por ano e, além disso, em seu custo não há variações cambiais, já que a floresta é nacional.
Por isso, ele acredita que num prazo relativamente curto as siderúrgicas gigantescas irão se curvar ao carvão vegetal, aumentando ainda mais a demanda pela madeira. A necessidade de florestas se tornará, então, impensável, pois a produção de ferro a partir do coque é hoje de 8,5 milhões de toneladas anuais.
Novo eldorado
O plantio de florestas sempre foi uma atividade empresarial em Minas Gerais, já que a legislação exigia, no passado, que os grandes consumidores de madeira fossem auto-suficientes Essas empresas, sobretudo as siderúrgicas e que se reúnem na AMS, plantaram quase dois milhões hectares de eucalipto nos últimos 20 anos. Com a liberação da compra de florestas de terceiros, o interesse alcançou também os fazendeiros.
Agora são as pessoas físicas que se sentem motivados, depois da leitura de ensaios recente publicados por várias instituições de ensino e pesquisa demons-trando ser o plantio de eucalipto uma atividade mais rentável que criar bois ou cultivar milho. Muita gente está voltando para o campo, em busca da ocupação ou de atividade rentável que não encontra na cidade.
Um desses interessados, é o próprio secretário-executivo da AMS, o engenheiro Batuíra de Assis. "Será minha aposentadoria verde", afirma, sonhando com a receita de R$ 27 mil mensais que pretende receber dentro de sete anos, quando começar o abate das primeiras árvores que está plantando nas terras da família, no oeste do estado.
Seus cálculos são simples e confirmados pelos empresas que exploram madeira. Um eucalipto é abatido sete anos após o plantio, e cada hectare plantado com essa árvore, ao final de um ciclo de 84 meses, produzirá cerca 300 metros cúbicos de madeira. O metro cúbico é vendido a R$ 15 na porta da fazenda e, portanto, 100 hectares produzirão a renda bruta de R$ 450 mil anuais.
Deduzidos os custos com juros e com a manutenção da floresta, será possível obter uma renda líquida de R$ 27 mil mensais que se repetirá todos os anos, caso o fazendeiro disponha de 700 hectares reflorestados. Como o engenheiro Batuíra não dispõe de todo o terreno para garantir a renda sonhada, ele está se associando com fazendeiros que substituem as suas pastagens por florestas, com medo dos invasores do Movimento dos Sem-Terra (MST).
Fazendeiro florestal
A figura do fazendeiro florestal pode parecer desimportante, diante da necessidade de florestas tão grandiosas, mas Fernando Henrique Fonseca, presidente da Cenibra, acredita na força da produção de pequenos e médios fazendeiros, até mesmo como alternativa para se reduzir os investimentos da sua fábrica na produção de florestas.
Hoje, a Cenibra produz praticamente toda a madeira que consome, opção que exigiu a compra e manutenção de mais de 240 mil hectares de terras. Para duplicar a produção, como deseja, terá que investir mais US$ 200 milhões somente em terras e árvores.
O presidente desta fábrica de celulose, localizada no município de Belo Oriente, no Vale do Aço e a 210 quilômetros de distância de Belo Horizonte, lembra que na Finlândia, que é o quinto maior produtor de papel e celulose em todo mundo, a situação é bem diversa. "Aquele país, que é a metade do estado de Minas Gerais, gera uma receita de US$ 16 bilhões de produtos derivados de madeira.
Grande parte da produção está nas mãos de 400 mil fazendeiros, enquanto a nossa indústria dispõe, atualmente, de apenas 600 fazendeiros-fornecedores", revela. O plantio de madeira parece ser um ótimo negócio mas não estará disponível para todos. A Cenibra não se interessa por fornecedor localizado a mais de 140 quilômetros da fábrica, pois a distância torna o transporte antieconômico.
A situação se repete com as indústrias siderúrgicas, que no momento estão buscando carvão muito longe por puro desespero. Mas, da mesma forma que uma porta pode ser aberta quando outra se fecha, os fazendeiros do miserável Vale do Jequitinhonha começaram a ser assediados, também em janeiro, pela fábrica de celulose Veracel, que está se instalando no município de Itapebi, na região extremo sul da Bahia.
Outro fator que inibe o interesse de investidores é o fato de que o abate de eucaliptos somente ocorrer após sete anos do plantio e nem todos dispõem de condições de esperar tanto tempo para obter suas receitas. Este último entrave está sendo contornado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), que criou dois programas de financiamento de longo prazo para atender a pequenos fazendeiros e a grandes empresas interessados no reflorestamento.
O primeiro, denominado Propflora, oferece crédito de até R$ 150 mil para fazendeiros que desejam plantar eucaliptos em suas terras, cobrando juros de 8,75% ao ano, incluindo o spread da instituição financeira credenciada de 3% ao ano. O prazo total é de 144 meses, incluindo a carência de 92 meses.
O outro plano, denominado Pro-Floresta, é voltado para as grandes empresas e oferece empréstimos que cobrem até 80% dos investimentos, excluindo o custo da terra. Os juros são de 4% ao ano, incidente sobre o saldo devedor reajustado e atualização monetária com base na variação do IGPM, com carência de 84 meses.
Também a Cenibra cuida de estimular a presença de fazendeiros, oferecendo assistência técnica e assumindo, em cartório, o compromisso de adquirir toda a madeira produzida, a preço de mercado. "Existe algum negócio melhor que aquele que já dispõe de comprador garantido para sua mercadoria?", questiona o seu presidente.
Campanha contra o eucalipto: desinformação
A AMS também defende a presença de fazendeiros florestais, mas aqui, o seu objetivo é mais político, com o propósito de criar simpatias ao plantio de eucalipto no país. A entidade reclama da campanha que aquela árvore vem sofrendo por parte de entidades não governamentais que acusam a espécie de absorver muita água do solo e de transformar em desertos o terreno onde espalha suas raízes.
De acordo com uma publicação recém-publicada pela entidade e denominada A cultura do eucalipto no Brasil, "as plantações florestais no Brasil têm sido alvo de todo tipo de desinformação, desencorajando pequenos e médios produtores rurais a praticar a cultura do eucalipto, e cria na população em geral, a idéia de que a silvicultura é prejudicial ao meio ambiente.
Segundo o texto, o eucalipto comporta-se como qualquer outra planta e que o consumo de uma floresta dessas espécie é de apenas 990 mililitros anuais, em relação aos 1.200 da mata atlântica e 1.500 da floresta amazônica. Os novos reflorestadores terão, porém, um horizonte mais amplo que a simples satisfação das usinas mineiras.
Outro documento divulgado pela MAS revela que um eucalipto brasileiro está pronto para ser transformado em celulose em apenas sete anos, enquanto as árvores do Canadá e Finlândia, que são os líderes mundiais desse mercado, demoram até 40 anos para serem derrubadas. O comércio mundial de produtos derivados de madeira é estimado em US$ 300 bilhões, no qual o Brasil participa atualmente com apenas 1%.
Fonte: Gazeta Mercantil – 17/02/2004
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