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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Setor florestal responde por 15% do PIB da região amazônica.
O setor florestal é responsável por 15% do Produto Interno Bruto (PIB) da região amazônica, gerando 350 mil empregos diretos. O percentual é superior ao da pecuária, que responde por 10%. Os números foram apresentados pelo secretário de Floresta do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Vicente, durante videoconferência que antecedeu os debates sobre floresta e indústria florestal na Assembléia Legislativa (Aleac).
Dentre os vários temas que estão sendo debatidos na Aleac, o setor de floresta e indústria florestal foi o que mais levou representantes para debater. Desde às 7 horas, a sala de Interlegis estava completamente lotada para ouvir, além de Carlos Vicente, o secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Virgílio Vianna.
Falando sobre a Política Nacional de Florestas, Carlos Vicente disse que a Amazônia é responsável por 90 % do consumo de madeira natural do país. Sua importância é tão grande que responde por 18% do superávit nacional.
Todo esse potencial, na avaliação do secretário, não deve se ater apenas à sua importância ecológica, mas, sobretudo, a seu papel econômico e social.
Para que o potencial seja aproveitado, Vicente defende mudança no perfil predatório que historicamente foi empregado na região. Ele advoga que a madeira seja aproveitada de forma manejada, agregando valor à produção.
“Hoje, somente 4% de toda floresta é derrubada de maneira sustentável”, diz.
A maneira de enfrentar o desmatamento, para ele, é apoiando uma atividade econômica forte baseada na floresta. Esse apoio passa por abertura de linhas de crédito, assistência técnica, investimentos tecnológicos e incentivos fiscais.
Os objetivos traçados pelo Ministério do Meio Ambiente, segundo Vicente, prevêem a expansão da base florestal plantada consorciada com recuperação de áreas degradadas e expansão da área manejada consorciada com a proteção de áreas de alto valor para conservação.
“Também é necessário que o Plano Nacional de Florestas seja encarado como uma prioridade do governo federal”, defende Vicente.
Polanco defende mais ousadia
Para o deputado Ronald Polanco (PT), está claro que existe grandes oportunidades de negócios a partir do aproveitamento das riquezas da floresta. Ele salienta, no entanto, que é preciso ousadia do governo e dos produtores para que os espaço sejam efetivamente ocupados.
“Precisamos criar as estruturas para aproveitarmos toda a cadeia produtiva. Temos que atrair as indústrias para o Acre, a fim de gerarmos emprego e renda para a população”, salienta.
A atração de empreendedores passa, segundo o deputado, pela criação de um arcabouço institucional capaz de dar segurança a quem pretende investir na região.
Um dos passos importantes para oferecer segurança aos investidores é a aprovação de lei de concessão da floresta. Outros pontos importantes são a aberturas de linha de crédito, investimentos em infra-estrutura, pesquisa e assistência técnica.
“Precisamos evoluir da economia do contracheque para uma economia real”, defende.
Mudança de postura é a palavra-chave
Há três anos, os filhos de Adelaide de Fátima Oliveira tinham vergonha de revelar a profissão da mãe. Temiam ser alvos de crítica e preconceito por ela ser madeireira e derrubar árvores de forma predatória para manter seu negócio funcionando.
Adelaide resolveu mudar de postura em 2000, quando, orientada por técnicos do governo do Estado, decidiu apostar no manejo florestal. Fez a aposta certa. Hoje ganha dinheiro dentro da legalidade e recuperou o prestígio com os filhos.
Presidente da Associação das Indústrias de Manejo do Acre, Adelaide tornou sua madeireira, situada na BR-364, sentido Sena Madureira, uma das mais rentáveis do Acre.
“Antes vivia na ilegalidade. Nunca desmatava a quantidade que era autorizada, sempre era mais”, revela.
Com a mudança de postura, a empresária tornou sua madeireira uma referência. Montou uma estrutura que treina e capacita mão-de-obra até de profissionais bolivianos.
“Hoje me sinto feliz de trabalhar de forma legal e sustentável. Espero, no próximo ano, que nossa propriedade seja a primeira madeireira florestal sustentável particular do Acre”.
Essa floresta, segundo Adelaide, tem todas as espécies catalogadas e serve como uma espécie de almoxarifado. “Vou continua trabalhando para que o manejo no Acre continue sendo exemplo para o Brasil e para que nossa floresta seja usada com sabedoria.”
Extrativistas defendem o manejo
Nascido e criado no seringal Cachoeira, dentro da reserva Chico Mendes, o seringueiro Duda Mendes usou o microfone na Aleac para convidar os deputados para uma visita à sua comunidade.
O convite de Mendes tem objetivo de mostrar aos parlamentares como vivem as pessoas de uma comunidade que está conseguindo ótimos resultados por meio do manejo florestal sustentável.
Segundo Duda Mendes, as pessoas que moram na floresta querem preservá-la, mas também precisam viver com dignidade aproveitando com sabedoria as riquezas que a natureza lhes deu. “Também precisamos ganhar nosso dinheiro”.
Dizendo que os extrativistas são os “guardiões da floresta”, Duda Mendes advoga que é possível preservar e gerar riquezas ao mesmo tempo. Para tanto, basta pensar na sua exploração com sustentabilidade.
“Nós nascemos e crescemos na floresta. Não tivemos condições de estudar. Por isso, precisamos cuidar e ganhar dinheiro com ela”, salienta.
Leonildo Rosas
Fonte:Página 20
Dentre os vários temas que estão sendo debatidos na Aleac, o setor de floresta e indústria florestal foi o que mais levou representantes para debater. Desde às 7 horas, a sala de Interlegis estava completamente lotada para ouvir, além de Carlos Vicente, o secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Virgílio Vianna.
Falando sobre a Política Nacional de Florestas, Carlos Vicente disse que a Amazônia é responsável por 90 % do consumo de madeira natural do país. Sua importância é tão grande que responde por 18% do superávit nacional.
Todo esse potencial, na avaliação do secretário, não deve se ater apenas à sua importância ecológica, mas, sobretudo, a seu papel econômico e social.
Para que o potencial seja aproveitado, Vicente defende mudança no perfil predatório que historicamente foi empregado na região. Ele advoga que a madeira seja aproveitada de forma manejada, agregando valor à produção.
“Hoje, somente 4% de toda floresta é derrubada de maneira sustentável”, diz.
A maneira de enfrentar o desmatamento, para ele, é apoiando uma atividade econômica forte baseada na floresta. Esse apoio passa por abertura de linhas de crédito, assistência técnica, investimentos tecnológicos e incentivos fiscais.
Os objetivos traçados pelo Ministério do Meio Ambiente, segundo Vicente, prevêem a expansão da base florestal plantada consorciada com recuperação de áreas degradadas e expansão da área manejada consorciada com a proteção de áreas de alto valor para conservação.
“Também é necessário que o Plano Nacional de Florestas seja encarado como uma prioridade do governo federal”, defende Vicente.
Polanco defende mais ousadia
Para o deputado Ronald Polanco (PT), está claro que existe grandes oportunidades de negócios a partir do aproveitamento das riquezas da floresta. Ele salienta, no entanto, que é preciso ousadia do governo e dos produtores para que os espaço sejam efetivamente ocupados.
“Precisamos criar as estruturas para aproveitarmos toda a cadeia produtiva. Temos que atrair as indústrias para o Acre, a fim de gerarmos emprego e renda para a população”, salienta.
A atração de empreendedores passa, segundo o deputado, pela criação de um arcabouço institucional capaz de dar segurança a quem pretende investir na região.
Um dos passos importantes para oferecer segurança aos investidores é a aprovação de lei de concessão da floresta. Outros pontos importantes são a aberturas de linha de crédito, investimentos em infra-estrutura, pesquisa e assistência técnica.
“Precisamos evoluir da economia do contracheque para uma economia real”, defende.
Mudança de postura é a palavra-chave
Há três anos, os filhos de Adelaide de Fátima Oliveira tinham vergonha de revelar a profissão da mãe. Temiam ser alvos de crítica e preconceito por ela ser madeireira e derrubar árvores de forma predatória para manter seu negócio funcionando.
Adelaide resolveu mudar de postura em 2000, quando, orientada por técnicos do governo do Estado, decidiu apostar no manejo florestal. Fez a aposta certa. Hoje ganha dinheiro dentro da legalidade e recuperou o prestígio com os filhos.
Presidente da Associação das Indústrias de Manejo do Acre, Adelaide tornou sua madeireira, situada na BR-364, sentido Sena Madureira, uma das mais rentáveis do Acre.
“Antes vivia na ilegalidade. Nunca desmatava a quantidade que era autorizada, sempre era mais”, revela.
Com a mudança de postura, a empresária tornou sua madeireira uma referência. Montou uma estrutura que treina e capacita mão-de-obra até de profissionais bolivianos.
“Hoje me sinto feliz de trabalhar de forma legal e sustentável. Espero, no próximo ano, que nossa propriedade seja a primeira madeireira florestal sustentável particular do Acre”.
Essa floresta, segundo Adelaide, tem todas as espécies catalogadas e serve como uma espécie de almoxarifado. “Vou continua trabalhando para que o manejo no Acre continue sendo exemplo para o Brasil e para que nossa floresta seja usada com sabedoria.”
Extrativistas defendem o manejo
Nascido e criado no seringal Cachoeira, dentro da reserva Chico Mendes, o seringueiro Duda Mendes usou o microfone na Aleac para convidar os deputados para uma visita à sua comunidade.
O convite de Mendes tem objetivo de mostrar aos parlamentares como vivem as pessoas de uma comunidade que está conseguindo ótimos resultados por meio do manejo florestal sustentável.
Segundo Duda Mendes, as pessoas que moram na floresta querem preservá-la, mas também precisam viver com dignidade aproveitando com sabedoria as riquezas que a natureza lhes deu. “Também precisamos ganhar nosso dinheiro”.
Dizendo que os extrativistas são os “guardiões da floresta”, Duda Mendes advoga que é possível preservar e gerar riquezas ao mesmo tempo. Para tanto, basta pensar na sua exploração com sustentabilidade.
“Nós nascemos e crescemos na floresta. Não tivemos condições de estudar. Por isso, precisamos cuidar e ganhar dinheiro com ela”, salienta.
Leonildo Rosas
Fonte:Página 20
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