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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
América do Sul tem a maior diversidade do planeta
Novo Mapa Global de Vegetação mostra que o continente abriga mais paisagens naturais
Pesquisadores de todos os continentes estiveram reunidos , em Ispra, na Itália, para os acertos finais do Mapa Global de Vegetação (ou Global Vegetation Map, GVM), feito com base no sensor Vegetation, do satélite francês Spot4. O mapa foi elaborado por uma rede de instituições de pesquisa de mais de 20 países - incluindo o Brasil - utilizando a mesma metodologia, sob coordenação do Joint Research Centre da Comissão Européia. Ele mostra o estado da vegetação de todo o mundo, em 2000, e permite classificações e análises inéditas, uniformes e com menor interferência de variáveis geofísicas indesejáveis, como efeitos da atmosfera ou mudanças na cor do solo em função da umidade.
Boa parte do mapa da América do Sul foi produzida pela Embrapa Monitoramento por Satélite e pela Ecoforça, duas instituições brasileiras sediadas em Campinas, no interior de São Paulo.
De acordo com os resultados finais, divulgados na Itália, os 17.778.207 km2 da América do Sul correspondem a 12% da superfície terrestre do planeta e abrigam a maior diversidade física, biológica e climática de todos os continentes, abrangendo de desertos áridos e florestas tropicais úmidas a geleiras, em 40 classes diferentes de uso do solo, para uma resolução de 1 km. Além da maior floresta tropical do mundo (Amazônia), do maior rio (Amazonas) e algumas das áreas com mais alta biodiversidade, estão na América do Sul: um quarto da terra mundial potencialmente arável, cerca de 12% das áreas cultivadas e 17% de todas as pastagens.
"O Vegetation não é um sensor capaz de detectar detalhes como um pequeno desmatamento ou extração seletiva de madeira, mas a interpretação temática é acurada e o monitoramento é homogêneo para todo o mundo", disse o coordenador do trabalho, Hugh Eva, na apresentação do documento. "Ou seja, o GVM é um instrumento para se detectar as principais mudanças de uso da terra, enquanto elas ocorrem, servindo de base para estudos mais detalhados e orientando programas de pesquisa, ajuda e desenvolvimento."
Nas regiões inundáveis ou onde ocorrem grandes alterações sazonais - como nas florestas de igapó da Amazônia, que permanecem inundadas até seis meses por ano - foram comparadas as imagens da estação seca e chuvosa e os dados do Vegetation foram complementados com imagens de radar do Japanese Earth Resources Satellite ou Jers. Desta forma, foi possível delimitar as áreas de inundação, freqüentemente mascaradas pela copa fechada das árvores, e dirimir dúvidas na classificação de florestas permanente e florestas decíduas (que perdem as folhas na estação seca).
Segundo o trabalho, a América do Sul atualmente tem 46% de seu território coberto por 11 tipos de floresta; 26% de campos e vegetação baixa ou esparsa, de 8 tipos diferentes; 24% dedicado à agricultura; 3% de solos descobertos (incluindo rochas) e 1% de corpos d´água (incluindo gelo e neves eternas). As florestas mais extensas são as ombrófilas densas, totalizando 6.218.476 km2 em todo o continente. Em seguida, vêm as florestas tropicais secas decíduas, com 1.115.736 km2. As de menor extensão são as florestas de mangue, com 17.290 km2 em toda a América. Os demais tipos de floresta somam 888.250 km2.
Biodiversidade - Os diversos tipos de campos e formações arbustivas, entre os quais se incluem as várias classes de cerrados, somam 3.236.150 km2 no continente, sendo que, destes, 333.898 km2 são áreas inundáveis, cuja conservação é extremamente importante para a biodiversidade e qualidade das águas. Existem ainda 1.232.829 km2 de estepes, campos típicos de regiões frias e secas, entre as formações baixas e abertas.
A agricultura intensiva ocupa 2.024.656 km2 e as florestas plantadas 3.360 km2. Mas existem, pelo menos, 2.248.922 km2 que foram classificados como áreas mistas, por conter mosaicos de agricultura com floresta ou agricultura com formações arbustivas, de tamanhos muito variados, inviabilizando a separação entre vegetação nativa e cultivada. Entre os três tipos área sem vegetação, a América do Sul tem 346.008 km2 de solos descobertos ou rochas, 194.540 km2 de desertos e 9.409 km2 de salinas.
Fonte: Estadão
Pesquisadores de todos os continentes estiveram reunidos , em Ispra, na Itália, para os acertos finais do Mapa Global de Vegetação (ou Global Vegetation Map, GVM), feito com base no sensor Vegetation, do satélite francês Spot4. O mapa foi elaborado por uma rede de instituições de pesquisa de mais de 20 países - incluindo o Brasil - utilizando a mesma metodologia, sob coordenação do Joint Research Centre da Comissão Européia. Ele mostra o estado da vegetação de todo o mundo, em 2000, e permite classificações e análises inéditas, uniformes e com menor interferência de variáveis geofísicas indesejáveis, como efeitos da atmosfera ou mudanças na cor do solo em função da umidade.
Boa parte do mapa da América do Sul foi produzida pela Embrapa Monitoramento por Satélite e pela Ecoforça, duas instituições brasileiras sediadas em Campinas, no interior de São Paulo.
De acordo com os resultados finais, divulgados na Itália, os 17.778.207 km2 da América do Sul correspondem a 12% da superfície terrestre do planeta e abrigam a maior diversidade física, biológica e climática de todos os continentes, abrangendo de desertos áridos e florestas tropicais úmidas a geleiras, em 40 classes diferentes de uso do solo, para uma resolução de 1 km. Além da maior floresta tropical do mundo (Amazônia), do maior rio (Amazonas) e algumas das áreas com mais alta biodiversidade, estão na América do Sul: um quarto da terra mundial potencialmente arável, cerca de 12% das áreas cultivadas e 17% de todas as pastagens.
"O Vegetation não é um sensor capaz de detectar detalhes como um pequeno desmatamento ou extração seletiva de madeira, mas a interpretação temática é acurada e o monitoramento é homogêneo para todo o mundo", disse o coordenador do trabalho, Hugh Eva, na apresentação do documento. "Ou seja, o GVM é um instrumento para se detectar as principais mudanças de uso da terra, enquanto elas ocorrem, servindo de base para estudos mais detalhados e orientando programas de pesquisa, ajuda e desenvolvimento."
Nas regiões inundáveis ou onde ocorrem grandes alterações sazonais - como nas florestas de igapó da Amazônia, que permanecem inundadas até seis meses por ano - foram comparadas as imagens da estação seca e chuvosa e os dados do Vegetation foram complementados com imagens de radar do Japanese Earth Resources Satellite ou Jers. Desta forma, foi possível delimitar as áreas de inundação, freqüentemente mascaradas pela copa fechada das árvores, e dirimir dúvidas na classificação de florestas permanente e florestas decíduas (que perdem as folhas na estação seca).
Segundo o trabalho, a América do Sul atualmente tem 46% de seu território coberto por 11 tipos de floresta; 26% de campos e vegetação baixa ou esparsa, de 8 tipos diferentes; 24% dedicado à agricultura; 3% de solos descobertos (incluindo rochas) e 1% de corpos d´água (incluindo gelo e neves eternas). As florestas mais extensas são as ombrófilas densas, totalizando 6.218.476 km2 em todo o continente. Em seguida, vêm as florestas tropicais secas decíduas, com 1.115.736 km2. As de menor extensão são as florestas de mangue, com 17.290 km2 em toda a América. Os demais tipos de floresta somam 888.250 km2.
Biodiversidade - Os diversos tipos de campos e formações arbustivas, entre os quais se incluem as várias classes de cerrados, somam 3.236.150 km2 no continente, sendo que, destes, 333.898 km2 são áreas inundáveis, cuja conservação é extremamente importante para a biodiversidade e qualidade das águas. Existem ainda 1.232.829 km2 de estepes, campos típicos de regiões frias e secas, entre as formações baixas e abertas.
A agricultura intensiva ocupa 2.024.656 km2 e as florestas plantadas 3.360 km2. Mas existem, pelo menos, 2.248.922 km2 que foram classificados como áreas mistas, por conter mosaicos de agricultura com floresta ou agricultura com formações arbustivas, de tamanhos muito variados, inviabilizando a separação entre vegetação nativa e cultivada. Entre os três tipos área sem vegetação, a América do Sul tem 346.008 km2 de solos descobertos ou rochas, 194.540 km2 de desertos e 9.409 km2 de salinas.
Fonte: Estadão
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