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Notícias
13
nov
2006
(GERAL)
PL que proíbe produção de carvão com mata nativa da bacia do São Francisco tramita na Câmara
Aguarda relator, há um mês, na Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal, o Projeto de Lei n.º 7478/06, do deputado federal Edson Duarte (PV/BA), que proíbe a produção de carvão com mata nativa da bacia do Rio São Francisco. A tramitação do PL passará também pelas Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Constituição e Justiça, e de Cidadania.
Uma das bases que sustenta o PL, o Código Florestal (Lei nº 4.771/65), diz que "as empresas siderúrgicas, de transporte e outras, à base de carvão vegetal, lenha ou outra matéria prima florestal, são obrigadas a manter florestas próprias para exploração racional ou a formar, diretamente ou por intermédio de empreendimentos dos quais participem, florestas destinadas ao seu suprimento".
Esse artigo, de 1965, do Código Florestal estabeleceu, ainda, o prazo de 5 a 10 anos para as empresas instaladas na época de aprovação da lei se adequarem a essas determinações. No entanto, até hoje o abastecimento dos fornos de indústrias de ferro gusa mineiras são abastecidas com carvão oriundo de mata nativa.
A justificativa do deputado Edson Duarte é embasada em alguns números e dados citados. "No Cerrado, a situação é especialmente grave, pois as carvoarias se beneficiam do desmatamento decorrente da expansão da soja. Estudos recentes mostram que esse bioma já perdeu 80% de sua cobertura original. Na parte mineira do rio São Francisco, mais de 80% da vegetação nativa foi retirada, o que é extremamente prejudicial para a conservação desse importante manancial brasileiro, uma vez que o Estado contribui com 70% da água de toda a bacia."
Apesar da necessidade de se interromper a derrubada de vegetação nativa, para manutenção da biodiversidade e preservação do meio ambiente natural, o assessor técnico do deputado Edson Duarte, Dioclécio Luz, não tem esperanças de que o PL passe por mais de uma comissão ainda neste ano. "Mesmo com os méritos do projeto, pontos dele podem ser polêmicos, como a questão social envolvida na produção de carvão – que conta com trabalho infantil e regimes de semi-escravidão – que pode travá-lo em alguma comissão. Há possibilidade, ainda, de algum parecer ser contrário a ele", lamenta.
Para Dioclécio, 2007 deverá ser o ano da discussão do PL. "Como tivemos eleições, muitas proposições foram retardadas, em um ano atípico", explicou.
A superintendente executiva da Amda, Maria Dalce Ricas, lamenta que a iniciativa de proteger os remanescentes de Cerrado e Mata Atlântica existentes na porção mineira da bacia do rio São Francisco, tenha partido de representante de outro estado da Federação e não do governo ou da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. "Proibir desmatamento, não somente para produção de carvão, e oferecer alternativas econômicas para quem depende realmente da atividade, é medida que deveria ter sido tomada há muito tempo, se a proteção do meio ambiente fosse prioridade."
Uma das bases que sustenta o PL, o Código Florestal (Lei nº 4.771/65), diz que "as empresas siderúrgicas, de transporte e outras, à base de carvão vegetal, lenha ou outra matéria prima florestal, são obrigadas a manter florestas próprias para exploração racional ou a formar, diretamente ou por intermédio de empreendimentos dos quais participem, florestas destinadas ao seu suprimento".
Esse artigo, de 1965, do Código Florestal estabeleceu, ainda, o prazo de 5 a 10 anos para as empresas instaladas na época de aprovação da lei se adequarem a essas determinações. No entanto, até hoje o abastecimento dos fornos de indústrias de ferro gusa mineiras são abastecidas com carvão oriundo de mata nativa.
A justificativa do deputado Edson Duarte é embasada em alguns números e dados citados. "No Cerrado, a situação é especialmente grave, pois as carvoarias se beneficiam do desmatamento decorrente da expansão da soja. Estudos recentes mostram que esse bioma já perdeu 80% de sua cobertura original. Na parte mineira do rio São Francisco, mais de 80% da vegetação nativa foi retirada, o que é extremamente prejudicial para a conservação desse importante manancial brasileiro, uma vez que o Estado contribui com 70% da água de toda a bacia."
Apesar da necessidade de se interromper a derrubada de vegetação nativa, para manutenção da biodiversidade e preservação do meio ambiente natural, o assessor técnico do deputado Edson Duarte, Dioclécio Luz, não tem esperanças de que o PL passe por mais de uma comissão ainda neste ano. "Mesmo com os méritos do projeto, pontos dele podem ser polêmicos, como a questão social envolvida na produção de carvão – que conta com trabalho infantil e regimes de semi-escravidão – que pode travá-lo em alguma comissão. Há possibilidade, ainda, de algum parecer ser contrário a ele", lamenta.
Para Dioclécio, 2007 deverá ser o ano da discussão do PL. "Como tivemos eleições, muitas proposições foram retardadas, em um ano atípico", explicou.
A superintendente executiva da Amda, Maria Dalce Ricas, lamenta que a iniciativa de proteger os remanescentes de Cerrado e Mata Atlântica existentes na porção mineira da bacia do rio São Francisco, tenha partido de representante de outro estado da Federação e não do governo ou da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. "Proibir desmatamento, não somente para produção de carvão, e oferecer alternativas econômicas para quem depende realmente da atividade, é medida que deveria ter sido tomada há muito tempo, se a proteção do meio ambiente fosse prioridade."
Fonte: Assessoria de Imprensa Amda
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