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Notícias

29
set
2006
(GERAL)
Eucalipto dá mais lucro que agricultura
Milhares de pequenos e médios produtores rurais estão aderindo aos fomentos de grandes empresas globalizadas como a Aracruz, Klabin, Masisa e Votorantin Celulose e Papel (VCP) e plantando novas florestas. A Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS) estima que eles já sejam um contingente de mais de 50 mil pequenos e médios proprietários rurais e que deverão ser 100 mil em quatro ou cinco anos.

O momento é altamente propício: a tora de madeira é um mercado estável e, desde 2000 subiu mais de 150% para uma inflação acumulada de 50% em igual período. Diante de um quadro de matéria-prima e receio de um “apagão” florestal, um hectare pode render entre R$ 3 mil a R$ 5 mil ao ano, montante que nenhuma outra cultura oferece hoje em dia, quando soja e milho rendem perto de R$ 700 o hectare/ano. Esses dados foram divulgados pelo Jornal Gazeta Mercantil.

Para o Brasil manter o ritmo crescente de exportações de papel e celulose, calcula-se que é necessário plantar pelo menos 500 mil hectare de novas florestas por ano. Em 2005, o setor plantou 553 mil hectares graças a explosão de projetos de fomento, que foram responsáveis por 130 mil hectares desde total. Em 2006 o setor promete manter-se neste patamar.

O setor de base florestal brasileiro projeta investimentos de US$ 20 bilhões até 2012, o que deve provocar um novo impulso no mercado de madeira de corte no País. Do total de recursos que serão aplicados pelo setor, acredita-se que 40% ou US$ 8 bilhões serão destinados ao plantio, principalmente de pinus e eucalipto, para atender a demanda da indústria.

O país possui hoje uma área plantada de 5,2 milhões de hectares, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf). Somente no ano passado foram plantados 553 mil hectares, entre aumento de área e replantio (reforma, no jargão do setor), área 19% maior do que em 2004. A expectativa para 2006 é plantar 600 mil hectares.

Segundo o diretor da empresa Fertilizar Ivan Biasotto, o aumento do plantio vem embalado pelo crescimento do consumo de madeira plantada. Ele informa que os novos projetos industriais e a substituição gradual da madeira nativa fizeram a demanda crescer 5,6% ao ano, entre 1990 e 2005.

Em 1990, o País consumia 66,3 milhões de metros cúbicos. Em 2005, esse volume chegou a 150,8 milhões de cúbicos. De acordo com a Abraf, o setor de celulose e papel absorve 30% da demanda, seguido pelo segmento de carvão, com 21% madeira serrada, com 19% painéis reconstituídos e compensados, com 5% cada.

O Brasil ocupa hoje o sétimo lugar no ranking mundial de florestas plantadas, atrás de países como China, Índia, Rússia, Estados Unidos, Japão e Indonésia. O eucalipto predomina em área, com um total de 3,4 milhões de hectares, espalhados sobretudo pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Espírito Santo. Outros 1,83 milhão de hectares são formados por florestas de pinus, localizados principalmente no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Em setes anos, a indústria de compensado de pinus aumentou sua produção de 1,3 milhão de metros cúbicos, para 2,5 milhões de metros cúbicos. O clima é o fator condicionante da adaptabilidade das espécies/procedências a determinada área. Os demais fatores regulam a produtividade em função de suas limitações.

Utilidade

A madeira de eucaliptos apresenta múltiplas utilidades: fabricação de móveis, portas, assoalhos, armações, postes, dormentes, mourões, esteios, palanques de cerca, caixas, nas construções civis; matéria prima para produção de papel, celulose, chapas e aglomerados; produção de carvão para grandes usinas siderúrgicas, fundições, padarias, churrascarias e uso doméstico.

Fonte: Jocelaine Simão (Diário da Serra)

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