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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
Paraná já perdeu 80% das suas florestas originais.
Levantamento recente realizado pela Sema - Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos indica que dos 80% de florestas originais do Estado restam hoje apenas 20% de florestas primitivas, concentrados basicamente na Serra do Mar, Parque Nacional do Iguaçu e região centro sul.

A situação é mais crítica quando são contabilizados apenas os remanescentes de florestas em estágios mais desenvolvidos. A vegetação em estágio médio de sucessão - podendo chegar até 20 metros de altura – aparece em 14,64% do Estado e em estágio avançado, que podem chegar até 40 metros de altura e 2 metros de diâmetro, totalizam apenas 3,40% do total.

“De todos os sérios problemas ambientais que temos no Paraná, seguramente a falta de cobertura florestal é a mais trágica. A falta de árvores leva ao empobrecimento do solo, assoreamento dos rios, a redução da biodiversidade animal, a extinção de espécies, e a alteração da velocidade dos ventos e do clima. São danos irreparáveis”, alertou o Secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luis Eduardo Cheida. Segundo ele, estes são alguns dos motivos pelos quais a recomposição da cobertura florestal é a tarefa mais importante para as pessoas que trabalham com o Meio Ambiente. “O futuro do Paraná está na sua natureza”, afirmou o secretário.

Para deter o avanço do desmatamento no Paraná, o governo do Estado, através da Secretaria estadual do meio Ambiente e Recursos Hídricos, está investindo cerca de R$ 82 milhões em ações ambientais destinadas a recomposição da cobertura florestal. “Nenhum Estado está investindo tanto na recomposição de florestas como o Paraná”, informou Cheida.

A Secretaria do Meio Ambiente tem trabalhado na elaboração de programas voltados a preservação, educação ambiental e conservação de florestas, assim como o IAP - Instituto Ambiental do Paraná tem redobrado a fiscalização para evitar o desmatamento ilegal. De janeiro a agosto deste ano o IAP já aplicou 2.483 multas, 32% a mais do que foi aplicado no mesmo período de 2002 quando o IAP lavrou 1.700 autuações, o que demonstra uma maior fiscalização e a postura do governo em relação à questão ambiental. O dinheiro arrecadado com as multas é destinado ao Fundo Estadual do Meio Ambiente que investe em ações e projetos ambientais.

Ainda este ano a Secretaria de Meio Ambiente e o IAP deverão adquirir, com recursos do fundo, dois aviões motoplanadores com 10 horas e meia de vôo diários para monitoramento da Bacia do Iguaçu, que é o cinturão verde do estado. “Apesar do grande esforço do IAP no sentido de coibir o desmatamento, ainda nos deparamos diversos tipos de transgressões ambientais que degradam radicalmente as florestas do Estado”, declarou o diretor- presidente do IAP, Rasca Rodrigues. Segundo ele, os desmatamentos estão sendo constatados devido ao grande esforço da SEMA e do IAP no sentido de aumentar a fiscalização e a divulgação destes crimes ambientais.

Áreas de atuação - O próximo programa a ser lançado pela Secretaria do Meio Ambiente, em parceria com a Secretaria de Agricultura, é de recuperação das matas ciliares existentes no Estado. “O que nós temos bem claro é que um programa de mata ciliar não pode durar apenas três anos, ele deve ser contínuo”, destacou Cheida.

Para os três primeiros anos a Sema está trabalhando com metas de ação em torno dos rios, unidades de conservação, reservatórios de hidrelétricas e mananciais de abastecimento público. Uma das regiões prioritárias para recuperação é a região noroeste e norte do Estado, no domínio da floresta estacional semidecidual, onde se concentra hoje a maior parte dos empreendimentos agropecuários.

Para a proteção da floresta atlântica do Paraná a Sema está executando um dos maiores programas exclusivamente ambientais – Programa Pró Atlântica - com recursos externos em parceria com o Banco Alemão KFW. O objetivo é consolidar a gestão e o controle ambiental na Floresta Atlântica, abrangendo uma área com pouco mais de 11 mil km2 de extensão, que inclui a Serra do Mar, planície litorânea e Vale do Ribeira, totalizando 15 municípios.

Outra preocupação da Secretaria do Meio Ambiente está voltada para a conservação da biodiversidade do Estado. O Programa Paraná Biodiversidade já atraiu pesquisadores escoceses e Universidades Estaduais que oferecerão recursos extras e apoio científico para a Sema na conservação de importantes remanescentes dos ecossistemas originais do Estado, localizados principalmente em Unidades de Conservação e nas margens dos principais rios do Paraná (corredores da biodiversidade).

Para que o trabalho seja completo e atinja o maior número de segmentos da sociedade, a Assessoria de Educação Ambiental da Sema promoverá cursos de mobilização social e educação ambiental para agricultores e professores das escolas públicas do meio urbano e rural, localizadas nas áreas de abrangência de cada um dos programas. "Precisamos influenciar e modificar as formas de pensar e agir da sociedade para a conservação da natureza, afirmou a Assessora de Educação Ambiental da Sema, Rosa Riskalla.

Araucária - O Paraná foi o primeiro estado da região Sul a apresentar uma proposta de preservação e recuperação das florestas de araucárias, preocupado com o avanço do desmatamento desta árvore símbolo do estado.

Por meio da Sema, e junto ao Grupo de Trabalho Araucária Sul, fórum de discussões do Ministério do Meio Ambiente, o governo do Paraná está propondo para discussão junto a produtores rurais, empresários ligados ao setor madereiro e entidades ambientalistas, um projeto que visa estimular o agricultor a plantar a araucária com objetivo de consumo aliado ao reflorestamento. O projeto Araucária prevê o plantio puro da da espécie, enriquecimento de áreas degradadas e o estímulo ao plantio em áreas ociosas. Ele poderá ser implantado em 8,5 milhões de hectares, abrangendo 215 municípios do Estado.

Com isso o governo quer mostrar à população a real situação da Floresta de Araucária, que já ocupou 49% do território paranaense e hoje se encontra em situação de perigo. Classificada cientificamente como floresta ombrófila mista – ela faz parte do domínio da Mata Atlântica, a araucária é um fóssil vivo, pertencente a um dos gêneros mais antigos da flora do planeta, cujos primeiros registros datam do período jurássico (190-150 milhões de anos).

A defesa dos últimos remanescentes da Floresta com Araucária é essencial para assegurar uma amostra mínima da biodiversidade regional. É, também, uma garantia para manter viva a memória da paisagem original para que as futuras gerações possam saber porque o pinheiro, a imbuia e a erva mate fazem parte dos símbolos regionais.

Fonte:Sema - Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

23/set/03

Fonte:

Jooble Neuvoo