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Notícias

28
ago
2006
(GERAL)
PR destaca a importância da silvicultura
O cultivo de eucaliptos e pinus no Estado do Paraná já ocupa uma área de 620 mil hectares, sendo 110 mil somente com o plantio de eucalipto. O plano da Seab para os próximos 20 anos é que essa área aumente para dois milhões de hectares. Segundo Amauri Ferreira Pinto, chefe da Divisão de Cultivos da Seab de Curitiba, o crescimento do cultivo de madeira e o desenvolvimento rápido no Estado se dá pelo excelente clima, solo adequado, tecnologia disponível e empenho do trabalhador rural da região no trato com a terra e com o cultivo das mudas.

Foi realizado na Amsop (Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná) nos dias 23 e 24 um curso sobre o cultivo de pinus e eucalipto e sobre as formas de desbaste e desrame (conhecido também como desgalha ou poda de galhos) com promoção da Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento), e AEAFB (Associação dos Engenheiros Agrônomos de Francisco Beltrão).

O palestrante Amauri Ferreira Pinto destacou um programa que a Seab está implantando em todo o Estado e falou do forte potencial da região de Francisco Beltrão para esse tipo de atividade como alternativa de renda e diversificação nas propriedades rurais.

“A Seab implantou uma divisão de cultivos florestais que tem como principal atividade a implantação e execução do Programa Florestal Produtivo, o PFM–100, que visa planejar as atividades florestais do Estado pelos próximos 100 anos”, explica Amauri.

A principal atividade desse programa fica por conta da instalação do componente florestal produtivo aos sistemas de produção já existentes nas pequenas propriedades rurais para que passem a efetuar o cultivo de florestais. Na região atualmente estão sendo plantados cerca de mil hectares por ano. “Esse plano que temos para vinte anos é um prazo auspicioso”, fala Amauri.

Desrama

Um dos principais focos do curso foi a questão referente à desrama dos galhos neste tipo de cultura, que é muito importante para o combate aos nós, que desvalorizam a madeira produzida para móveis e laminados. A madeira com nós é vendida mais barata para o setor de energia.

A desrama dispõe hoje de tecnologia para a produção de madeira livre de nós. O que forma o nó é o galho da planta e na desrama os nós são todos concentrados na parte central da planta, chamada de núcleo da tora, que tem uma densidade inferior às outras partes da planta. Com isso evita-se a concentração de nós nas partes nobres da madeira. Os outros objetivos da desrama, além de evitar os nós e empenamento da madeira são a garantia de melhor qualidade e preço e a produção de madeira de alta qualidade para serra e laminação.

O produtor deve ter certos cuidados na hora de efetuar o desrame, como retirar galhos até 60% da altura total da árvore, não desramar onde o tronco tenha menos de cinco centímetros de diâmetro e cortar os galhos com um serrote de poda bem rente ao tronco, mas sem ferir a árvore. A orientação da Seab é para que a desrama seja efetuada no período do inverno, quando o crescimento da planta é mais lento do que nos períodos de temperaturas elevadas.

Ontem os participantes do seminário e do curso sobre cultivos florestais estiveram na propriedade da família Scalco, interior de Francisco Beltrão, onde o engenheiro agrônomo Amauri Ferreira Pinto demonstrou na prática como o desrame deve ser efeutuado e alguns produtores se arriscaram a podar alguns galhos. Existem tabelas para o controle deste tipo de prática. Amauri demonstrou um exemplo de planilha para controle em que o primeiro desbaste acontece quando o pinus tem de três a quatro anos e até 2,5 metros de altura.

Nesse caso todas as árvores devem ser desramadas. A segunda desrama acontece quando a árvore tem de cinco a seis anos e até 4,5 metros. Nesse caso somente as 450 melhores árvores. De sete a oito anos escolhe-se as 350 melhores árvores para o corte final.

A produção de madeira no Paraná supera em qualidade a madeira produzida na região da Amazônia. “A área da Amazônia é maior, mas o nosso rendimento aqui no Paraná é muito maior”, afirmou Amauri.

Fonte: Jornal de Beltrão

Neuvoo Jooble