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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
Cinco setores puxam alta da exportação.
Nos primeiros sete meses de 2004, o Brasil exportou US$ 7,8 bilhões a mais que em igual período de 2002. Apenas cinco setores responderam, sozinhos, por 68% deste crescimento. Entre janeiro e julho, os embarques do complexo soja, da siderurgia, do setor automotivo, de petróleo e derivados e de papel e celulose somaram US$ 15,7 bilhões, US$ 5 bilhões acima de igual período do ano passado.
Essa concentração pode trazer resultados benéficos para o país em 2004. Quatro destes cinco segmentos planejam, no mínimo, manter o volume de exportações alcançado em 2003 no próximo ano, mesmo que a economia retome o caminho do crescimento.
Dois segmentos - soja e complexo automotivo - se preparam para aumentar as vendas externas em 2004. Juntos, podem garantir mais US$ 2 bilhões às exportações, em relação às de 2003. O setor de papel de celulose planeja, no mínimo, manter os embarques, mas não descarta uma pequena alta.
O problema esta na siderurgia e nas vendas externas de petróleo e derivados. O setor siderúrgico deve reduzir em 6,5% o volume de seus embarques para o exterior, segundo projeção recém concluída pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS). No setor de petróleo, o problema é preço, que deve cair de US$ 28,0 (médio do barril até agora) para cerca de US$ 25, segundo estimativas de analistas de comércio exterior. Mas, a queda no preço também reduzirá a importação.
A Petrobras deve manter o volume de vendas de petróleo no exterior em torno do alcançado em 2002 (230 mil barris/dia), diz o gerente-geral de comércio externo, Edgard Manta. "Não haverá mudanças no perfil das atividades externas da companhia em relação a 2003", diz ele. O volume de barris/dia será inferior a 240 mil e superior a 200 mil, informa. Preço e condições do mercado mundial afetam a decisão do maior ou menor volume exportado, explica.
Os cinco setores respondem, juntos, por 40% das exportações brasileiras. No jogo de perdas e ganhos de 2004, sua contribuição ainda deve ser positiva para as exportações. As estimativas para o saldo da balança comercial de 2004 cresceram junto com as projeções para 2003. Analistas esperam um superávit superior a US$ 20 bilhões este ano (entre US$ 20 bi e US$ 22 bilhões) e um valor próximo a US$ 18 bilhões em 2004. A retração da demanda interna em 2003, deu mais fôlego a setores no limite da capacidade.
O setor siderúrgico tem planos de investimento de US$ 4,1 bilhões até 2007, diz o vice-presidente executivo do IBS, Marco Polo de Mello Lopes. Esse investimento permitirá manter as exportações atuais, em volume, mas sustentará o aumento da demanda interna. Desde a privatização, explica o executivo, o setor privilegiou a modernização produtiva e a melhoria do mix de produção e investiu US$ 12,2 bilhões. Enquanto a capacidade instalada foi ampliada em 20%, o consumo aparente cresceu 40%.
No novo ciclo de investimentos, as usinas vão privilegiar o aumento da capacidade, que deve chegar a 2007 em 39,9 milhões de toneladas, 18% mais que a atual. Como o consumo de aço cresce a uma velocidade 2,2 vezes superior a do PIB, esse aumento tende a ser todo absorvido pelo mercado interno.
Em 2003, as exportações de aço vão ficar perto de 13,6 milhões de toneladas - 43% da produção estimada para o ano. Já para 2004, esse volume exportado deve cair para 12,8 milhões de toneladas, informa Lopes. Uma queda de 6,5%.
O volume de vendas externas tende a ser mantido nos níveis de 2003/2004. "Mas novos investimentos visando a exportação podem ser feitos. Para isso, é preciso que o governo deixe a retórica de que aumento de exportações é prioridade e faça uma reforma tributária que desonere a produção e o investimento produtivo", defende o executivo do IBS.
No setor de papel e celulose, ao contrário, já há investimentos mapeados no valor de US$ 14,4 bilhões para os próximos 10 anos. "Esse valor permitirá dobrar a capacidade de exportação de celulose", informa o empresário Bóris Tabacof, presidente do conselho de Administração da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Entre 2002 e 2003, a capacidade de produção já aumentou em um milhão de toneladas e foi toda direcionada ao exterior, informa Tabacof. É o que explica o aumento de 50% no volume exportado de celulose, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O aumento previsto pelo setor considera uma demanda interna crescente na proporção de 1,5 vezes o tamanho do PIB. "OS US$ 14,4 bilhões permitirão dobrar o volume vendido no exterior e atender um crescimento do PIB de até 5% ao ano", explica Tabacof. O gargalo deste projeto está, diz ele, nas florestas. O setor quer que o governo federal adote um programa de fomento ao plantio de árvores destinadas à produção de celulose.
O complexo soja foi o setor que, individualmente, mais contribuiu para o aumento das exportações em 2003: 25% dos US$ 7,8 extras veio do embarque de grãos, farelo e óleo de soja. Além de um aumento de 48% no volume, o preço do produto subiu pela quebra da safra americana. O resultado foi um aumento de 73% nas exportações totais do complexo até junho.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), Carlo Lovatelli, diz que está vendo o pessoal animado no campo e acredita que o país terá, em 2004, o quarto ano consecutivo de excelentes resultados nas exportações do agronegócio. Pessoalmente ele acredita que o complexo soja pode chegar, em 2004, a US$ 9 bilhões de exportações - US$ 1 bilhão acima de 2003.
O setor de esmagamento de grãos, acrescenta, ainda opera com capacidade ociosa e pode aumentar a produção de óleo de soja sem investimento adicional. "Mas já há empresas investindo em ampliação da capacidade e também em novos projetos", observa.
Denise Neumann
Fonte: Valor Online
22/set/03
Essa concentração pode trazer resultados benéficos para o país em 2004. Quatro destes cinco segmentos planejam, no mínimo, manter o volume de exportações alcançado em 2003 no próximo ano, mesmo que a economia retome o caminho do crescimento.
Dois segmentos - soja e complexo automotivo - se preparam para aumentar as vendas externas em 2004. Juntos, podem garantir mais US$ 2 bilhões às exportações, em relação às de 2003. O setor de papel de celulose planeja, no mínimo, manter os embarques, mas não descarta uma pequena alta.
O problema esta na siderurgia e nas vendas externas de petróleo e derivados. O setor siderúrgico deve reduzir em 6,5% o volume de seus embarques para o exterior, segundo projeção recém concluída pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS). No setor de petróleo, o problema é preço, que deve cair de US$ 28,0 (médio do barril até agora) para cerca de US$ 25, segundo estimativas de analistas de comércio exterior. Mas, a queda no preço também reduzirá a importação.
A Petrobras deve manter o volume de vendas de petróleo no exterior em torno do alcançado em 2002 (230 mil barris/dia), diz o gerente-geral de comércio externo, Edgard Manta. "Não haverá mudanças no perfil das atividades externas da companhia em relação a 2003", diz ele. O volume de barris/dia será inferior a 240 mil e superior a 200 mil, informa. Preço e condições do mercado mundial afetam a decisão do maior ou menor volume exportado, explica.
Os cinco setores respondem, juntos, por 40% das exportações brasileiras. No jogo de perdas e ganhos de 2004, sua contribuição ainda deve ser positiva para as exportações. As estimativas para o saldo da balança comercial de 2004 cresceram junto com as projeções para 2003. Analistas esperam um superávit superior a US$ 20 bilhões este ano (entre US$ 20 bi e US$ 22 bilhões) e um valor próximo a US$ 18 bilhões em 2004. A retração da demanda interna em 2003, deu mais fôlego a setores no limite da capacidade.
O setor siderúrgico tem planos de investimento de US$ 4,1 bilhões até 2007, diz o vice-presidente executivo do IBS, Marco Polo de Mello Lopes. Esse investimento permitirá manter as exportações atuais, em volume, mas sustentará o aumento da demanda interna. Desde a privatização, explica o executivo, o setor privilegiou a modernização produtiva e a melhoria do mix de produção e investiu US$ 12,2 bilhões. Enquanto a capacidade instalada foi ampliada em 20%, o consumo aparente cresceu 40%.
No novo ciclo de investimentos, as usinas vão privilegiar o aumento da capacidade, que deve chegar a 2007 em 39,9 milhões de toneladas, 18% mais que a atual. Como o consumo de aço cresce a uma velocidade 2,2 vezes superior a do PIB, esse aumento tende a ser todo absorvido pelo mercado interno.
Em 2003, as exportações de aço vão ficar perto de 13,6 milhões de toneladas - 43% da produção estimada para o ano. Já para 2004, esse volume exportado deve cair para 12,8 milhões de toneladas, informa Lopes. Uma queda de 6,5%.
O volume de vendas externas tende a ser mantido nos níveis de 2003/2004. "Mas novos investimentos visando a exportação podem ser feitos. Para isso, é preciso que o governo deixe a retórica de que aumento de exportações é prioridade e faça uma reforma tributária que desonere a produção e o investimento produtivo", defende o executivo do IBS.
No setor de papel e celulose, ao contrário, já há investimentos mapeados no valor de US$ 14,4 bilhões para os próximos 10 anos. "Esse valor permitirá dobrar a capacidade de exportação de celulose", informa o empresário Bóris Tabacof, presidente do conselho de Administração da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Entre 2002 e 2003, a capacidade de produção já aumentou em um milhão de toneladas e foi toda direcionada ao exterior, informa Tabacof. É o que explica o aumento de 50% no volume exportado de celulose, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O aumento previsto pelo setor considera uma demanda interna crescente na proporção de 1,5 vezes o tamanho do PIB. "OS US$ 14,4 bilhões permitirão dobrar o volume vendido no exterior e atender um crescimento do PIB de até 5% ao ano", explica Tabacof. O gargalo deste projeto está, diz ele, nas florestas. O setor quer que o governo federal adote um programa de fomento ao plantio de árvores destinadas à produção de celulose.
O complexo soja foi o setor que, individualmente, mais contribuiu para o aumento das exportações em 2003: 25% dos US$ 7,8 extras veio do embarque de grãos, farelo e óleo de soja. Além de um aumento de 48% no volume, o preço do produto subiu pela quebra da safra americana. O resultado foi um aumento de 73% nas exportações totais do complexo até junho.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), Carlo Lovatelli, diz que está vendo o pessoal animado no campo e acredita que o país terá, em 2004, o quarto ano consecutivo de excelentes resultados nas exportações do agronegócio. Pessoalmente ele acredita que o complexo soja pode chegar, em 2004, a US$ 9 bilhões de exportações - US$ 1 bilhão acima de 2003.
O setor de esmagamento de grãos, acrescenta, ainda opera com capacidade ociosa e pode aumentar a produção de óleo de soja sem investimento adicional. "Mas já há empresas investindo em ampliação da capacidade e também em novos projetos", observa.
Denise Neumann
Fonte: Valor Online
22/set/03
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