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04
ago
2006
(GERAL)
Brasil deve se tornar o segundo maior exportador de móveis.
Responsável pelo consumo de mais de 40% dos móveis produzidos no mundo, o mercado europeu é um dos alvos potenciais para a produção brasileira e, por isso, foi um dos temas de destaque no Congresso Nacional Moveleiro, realizado pela Abimóvel (Associação Nacional das Indústrias do Mobiliário) em parceria com o Sebrae Nacional nos dias 28 e 29, de junho passado. O evento aconteceu pela primeira vez durante a FIQ - Feira Internacional da Qualidade em Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira -, no Expoara, em Arapongas, um dos maiores pólos moveleiros brasileiros.

Para apresentar as especificidades desse mercado e suas exigências, visando estimular a expansão do mobiliário brasileiro, esteve presente um dos maiores especialistas mundiais no mercado europeu: o irlandês Willian Vernon, que coordena uma equipe de consultores sobre o assunto espalhados em 86 países nos cinco continentes, orientando sobre tecnologia e marketing na indústria moveleira.

"Os membros da União Européia consomem 55 bilhões de dólares de móveis a cada ano, que significa US$122 por cada homem, mulher, e criança da comunidade.", informa Vernon, que tem experiência de 22 anos em consultorias internacionais e há 40 anos administra uma empresa de fabricação.

Segundo ele, mesmo com o mercado aberto do ponto de vista de tarifas e legislação, a comunidade é um desafio devido às particularidades de cada país. "Ao contrário do que se pode supor, a Europa não é um mercado comum, cujos gostos são convergentes e desenho de produtos é harmonizado, mas sim um mercado muito disperso, com muitas preferências regionais e grande divergência nos gostos do consumidor.", avalia Vernon.

Made in Brasil

Para vencer a concorrência da China e Vietnam e os desafios de incremento do design, gestão e superação de barreiras logísticas - que, de acordo com Vernon, seriam os principais entraves à expansão do produto moveleiro brasileiro na Europa -, o consultor orienta os empresários brasileiros a investirem em modelos e desenhos focados em cada localidade e na manutenção de canais de distribuição nos países importadores, além de "destreza logística" para acesso a esse mercado.

"É preciso lembrar ainda que a Europa é ainda um fabricante muito substancial de móveis, com uma capacidade competitiva e um mercado interno e externo muito grande.", destaca ele, lembrando que o velho continente produz hoje mais de 42% dos móveis consumidos em todo o mundo.

Apesar do potencial de crescimento, hoje os móveis brasileiros são vistos como produtos de linha baixa no mercado europeu, com boa qualidade, mas vendidos por lojas de descontos e cadeias lojistas, com baixo valor agregado. "O Brasil tem uma vantagem enorme em termos de acesso a matérias-primas. Tem uma cultura rica em desenho decorativo, um povo que fala uma língua européia e um litoral que o dá acesso ao leste dos Estados Unidos e ao oeste de Europa. Essa qualidade da madeira e o preço são pontos positivos."

Esses aspectos, de acordo com a visão do consultor, devem levar o Brasil em breve à condição de um dos maiores exportadores de móveis do mundo: "Baseado nos recursos naturais vastos e tendência empreendedora do povo, creio que o Brasil nos próximos anos finalmente será superado apenas pela China e Vietnam em volume de exportação de móveis.

Entretanto, não vai acontecer por acidente. É muito importante que a indústria desenvolva uma estratégia para sustentar sua posição crescente de exportador.", comenta. O primeiro passo está dado: nunca o setor se envolveu numa discussão tão aprofundada sobre os desafios, como feito no Congresso Nacional Moveleiro.

Autor: CR Com

Fonte: CR Com

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