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Notícias
29
jul
2006
(GERAL)
Empresa familiar se moderniza e cresce
As maiores empresas abertas nacionais de origem familiar estão trocando a hereditariedade pelas boas práticas de governança corporativa como critério para perpetuação do negócio. É o que revela o mais completo estudo sobre o tema, ao qual a Gazeta Mercantil teve acesso, que o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) vai lançar em agosto.
Foram investigadas as experiências de 15 das maiores companhias de origem familiar com ações listadas na Bovespa (Klabin, Gol, Suzano Petroquímica, Itaú, NET, Gerdau, Ultrapar, Natura, Localiza, Marcopolo, Pão de Açúcar, Sadia, Saraiva, Randon e Weg) que, juntas, apresentam um valor de mercado de cerca de R$ 156 bilhões, ou mais de 10% da capitalização de mercado da Bolsa e cerca de 8,5% do PIB nacional.
Segundo Alexandre di Miceli, pesquisador-chefe do IBGC e coordenador do estudo, além do objetivo de perenizar a empresa, a adoção das práticas também teve como motivação a necessidade de viabilizar a expansão e a internacionalização, por meio da captação de recursos mais baratos. O levantamento aponta avanços importantes em assuntos considerados nevrálgicos pelo mercado de capitais. Um deles é a presença de membros independentes no Conselho de Administração, que já é realidade em todas.
Na média, um terço do CA dessas companhias é composto por profissionais não ligados aos controladores. Em 80% delas, o mandato dos conselheiros é uni-ficado, com prazo de um ano. Outro ponto é o tag along, mecanismo que estende aos minoritários o direito de receber valor igual ou próximo ao pago pelas ações do controlador, em caso de alientação do controle. A maioria (60%) já concede 100% para ordinaristas.
Com exceção do Pão de Açúcar, todas as outras também têm uma política de tag along para preferencialistas. O estudo mostra ainda que 80% das empresas pesquisadas usam modelos contábeis internacionais. Nenhuma delas foi alvo de qualquer condenação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por violação de regras do mercado nos últimos cinco anos.
Mesmo com esses diferenciais, o levantamento aponta que ainda há avanços importantes a serem conquistados. Em 40% delas, por exemplo, a presidência do CA e a direção executiva é ocupada pela mesma pessoa. Em quase todas, os acionistas não sabem qual é a remuneração dos diretores e conselheiros da companhia. Menos da metade proíbe, em estatuto, empréstimos ao controlador e a partes relacionadas. Além disso, só uma em cada quatro dispõe de um plano atualizado para sucessão do presidente-executivo.
"Em alguns assuntos, as práticas das companhias estão distantes da recomendação do código do IBGC, mas podem ser consideradas razoáveis, levando-se em consideração o estágio atual da governança corporativa no Brasil", avalia o pesquisador.
Ainda assim, pontua, as empresas de controle familiar analisadas no estudo são, em média, maiores, mais valiosas, com maiores múltiplos de mercado, mais rentáveis operacionalmente, mais líquidas, pagadoras de maiores dividendos, mais solventes no curto prazo, além de conseguir mais crédito no longo prazo do que a mediana de todas as empresas listadas na Bovespa. Um dos indicadores da melhor percepção dessas companhias pelo mercado, segundo o estudo, é o índice preço-lucro (PL) de 15,4, ante mediana de 8,1 de todas as empresas listadas na Bolsa. "Há uma correlação positiva entre a qualidade da governança dessas empresas e seu sucesso operacional e no mercado", diz ele.
Fonte: Aluísio Alves (Gazeta Mercantil)
Foram investigadas as experiências de 15 das maiores companhias de origem familiar com ações listadas na Bovespa (Klabin, Gol, Suzano Petroquímica, Itaú, NET, Gerdau, Ultrapar, Natura, Localiza, Marcopolo, Pão de Açúcar, Sadia, Saraiva, Randon e Weg) que, juntas, apresentam um valor de mercado de cerca de R$ 156 bilhões, ou mais de 10% da capitalização de mercado da Bolsa e cerca de 8,5% do PIB nacional.
Segundo Alexandre di Miceli, pesquisador-chefe do IBGC e coordenador do estudo, além do objetivo de perenizar a empresa, a adoção das práticas também teve como motivação a necessidade de viabilizar a expansão e a internacionalização, por meio da captação de recursos mais baratos. O levantamento aponta avanços importantes em assuntos considerados nevrálgicos pelo mercado de capitais. Um deles é a presença de membros independentes no Conselho de Administração, que já é realidade em todas.
Na média, um terço do CA dessas companhias é composto por profissionais não ligados aos controladores. Em 80% delas, o mandato dos conselheiros é uni-ficado, com prazo de um ano. Outro ponto é o tag along, mecanismo que estende aos minoritários o direito de receber valor igual ou próximo ao pago pelas ações do controlador, em caso de alientação do controle. A maioria (60%) já concede 100% para ordinaristas.
Com exceção do Pão de Açúcar, todas as outras também têm uma política de tag along para preferencialistas. O estudo mostra ainda que 80% das empresas pesquisadas usam modelos contábeis internacionais. Nenhuma delas foi alvo de qualquer condenação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por violação de regras do mercado nos últimos cinco anos.
Mesmo com esses diferenciais, o levantamento aponta que ainda há avanços importantes a serem conquistados. Em 40% delas, por exemplo, a presidência do CA e a direção executiva é ocupada pela mesma pessoa. Em quase todas, os acionistas não sabem qual é a remuneração dos diretores e conselheiros da companhia. Menos da metade proíbe, em estatuto, empréstimos ao controlador e a partes relacionadas. Além disso, só uma em cada quatro dispõe de um plano atualizado para sucessão do presidente-executivo.
"Em alguns assuntos, as práticas das companhias estão distantes da recomendação do código do IBGC, mas podem ser consideradas razoáveis, levando-se em consideração o estágio atual da governança corporativa no Brasil", avalia o pesquisador.
Ainda assim, pontua, as empresas de controle familiar analisadas no estudo são, em média, maiores, mais valiosas, com maiores múltiplos de mercado, mais rentáveis operacionalmente, mais líquidas, pagadoras de maiores dividendos, mais solventes no curto prazo, além de conseguir mais crédito no longo prazo do que a mediana de todas as empresas listadas na Bovespa. Um dos indicadores da melhor percepção dessas companhias pelo mercado, segundo o estudo, é o índice preço-lucro (PL) de 15,4, ante mediana de 8,1 de todas as empresas listadas na Bolsa. "Há uma correlação positiva entre a qualidade da governança dessas empresas e seu sucesso operacional e no mercado", diz ele.
Fonte: Aluísio Alves (Gazeta Mercantil)
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