Voltar
Notícias
(GERAL)
Esquema europeu de créditos de carbono falha
Quando os executivos da União Européia criaram um mercado para negociar créditos de poluição, eles vangloriavam-se de que era um meio econômico de salvar o planeta do aquecimento global.
Cinco anos depois, a UE não está conseguindo encontrar as metas de redução de dióxido de carbono (CO2) estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto. Mais do que proteger o meio ambiente, o sistema de negociações tem aumentado o preço da eletricidade em mais de 50% e aumentado os lucros da RWE e outras companhias.
“Eu não suponho que o meio ambiente tenha notado o esquema de negociações de emissões europeu”, diz William Blyth, diretor da Associação de Energia Oxford, na Inglaterra. Os serviços de utilidade pública e os negociadores de emissões, ao contrário, “tem ido muito bem”.
O plano - estabelecido em outubro de 2001 - previa a concessão de 12 mil usinas de energia, fabricas e refinarias. Cada permissão representava o direito de produzir uma tonelada de CO2 e poderia ser negociada como uma commodity. O sistema deveria motivar empresas a reduzir emissões, vender suas permissões extras e ainda lucrar com isso.
Mas o mercado de U$ 44 bilhões por ano é “um fracasso ambiental e econômico”, garante a Open Europe, grupo que avalia as leis da UE.
Pelo menos 12 dos 25 membros da União Européia correm o risco de não cumprir suas promessas de Kyoto. Entre eles estão Alemanha, Itália e Espanha, três das cinco maiores economias da Europa.
O erro ocorreu quando a Comissão Européia consentiu que os 25 governantes da UE fornecessem permissões demais e exigissem poucas restrições no combate à poluição. O grupo acabou se atrasando em relação às metas do protocolo - de reduzir 8% as emissões de CO2 até 2012.
Os dados mais recentes disponíveis demonstram que, desde 2004, a UE cortou os níveis de CO2 em 0,9% em relação ao ano-base de 1990.
Um aumento recorde nos preços do gás natural encorajou os produtores de energia a queimar carvão, combustível muito mais sujo. Depois dessa troca, os preços das permissões de CO2 quintuplicaram – passando de U$ 6.05 em janeiro de 2005 para U$ 30.7 ou U$ 38.7 em abril deste ano.
Percebendo a oportunidade, bancos como Morgan Stanley e Barclays começaram a negociar as permissões. Especuladores como Citadel Investment Group, um fundo de salvaguarda de U$ 12 bilhões os seguiu.
Antes de afetar os lucros dos produtores de energia, o programa se tornou uma justificativa para a elevação dos preços da eletricidade, como se os custos da poluição por carbono tivesse passado para os consumidores.
Na Alemanha, a maior economia da Europa, o preço médio da eletricidade oscilou 61% no último ano. O ganho na Grã Bretanha foi de 66%. Ambos os pulos foram maiores do que os 46% de acréscimo no óleo bruto.
“Os serviços de utilidade pública têm aproveitado os lucros extras”, diz Tony White, pesquisador do Climate Change Capital e analista do Citigroup.
As companhias de energia dizem que o programa funcionará, a tempo. “Negociação de emissões é o melhor meio de destinar mais investimentos para a geração de baixo carbono pelo menor custo”, diz Leon Flexman, o porta-voz da unidade britânica da RWE, que está baseada na Alemanha e é a maior produtora de CO2 da Europa.
“Isto nos dá a certeza e a clareza que necessitamos para tomar decisões de fazer investimentos em geradores que podem custar bilhões de libras e durar por décadas”, acrescenta.
E os governos tornar-se-ão mais exigentes com a continuidade do programa, acredita Andrew Hanson, porta-voz da Windsor, uma unidade da Centrica – a maior fornecedora de energia da Grã-Bretanha.
“Existiam atribuições favoráveis demais ao CO2 na primeira fase, de três anos, do programa”, ele diz. “Nós acreditamos que a segunda e terceira fase serão mais sensatas”.
Os fundos de salvaguarda têm se beneficiado dos preços voláteis, e a previsão é de um retorno maior do que os de ações e bônus. Os preços das permissões de carbono subiram 90% desde o início de 2005, comparado a 27% de crescimento no índice do Morgan Stanley Capital International Europe, um ponto de referência regional.
O Citadel Investment Group, um fundo de salvaguarda com base em Chicago que rende 26% por ano, aderiu, no último mês, o câmbio europeu para as permissões de carbono. O Carbon Trading Fund, baseado em Londres, disse em maio que desejava crescer U$ 125 milhões para comprar e vender à UE opções de permissões de emissão de CO2 e ações de energias alternativas.
Uma unidade do Man Group, a maior empresa de fundo de salvaguarda do mundo, chamou o mercado de emissões de “um novo playground''.
O sistema de emissões da EU talvez nunca alcance a sua meta, a menos que a comissão Européia obrigue os estados membros a exigirem mais reduções de poluição, fala Per Lekander, da UBS, em Londres.
Cerca de três países britânicos, Áustria e Espanha aprovaram mais permissões do que o necessário na primeira fase do programa, levando os preços para baixo em 46%, comparando com o pico de abril, e diminuindo o incentivo para as empresas cortarem emissões.
(Sabrina Domingos/ CarbonoBrasil)
Cinco anos depois, a UE não está conseguindo encontrar as metas de redução de dióxido de carbono (CO2) estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto. Mais do que proteger o meio ambiente, o sistema de negociações tem aumentado o preço da eletricidade em mais de 50% e aumentado os lucros da RWE e outras companhias.
“Eu não suponho que o meio ambiente tenha notado o esquema de negociações de emissões europeu”, diz William Blyth, diretor da Associação de Energia Oxford, na Inglaterra. Os serviços de utilidade pública e os negociadores de emissões, ao contrário, “tem ido muito bem”.
O plano - estabelecido em outubro de 2001 - previa a concessão de 12 mil usinas de energia, fabricas e refinarias. Cada permissão representava o direito de produzir uma tonelada de CO2 e poderia ser negociada como uma commodity. O sistema deveria motivar empresas a reduzir emissões, vender suas permissões extras e ainda lucrar com isso.
Mas o mercado de U$ 44 bilhões por ano é “um fracasso ambiental e econômico”, garante a Open Europe, grupo que avalia as leis da UE.
Pelo menos 12 dos 25 membros da União Européia correm o risco de não cumprir suas promessas de Kyoto. Entre eles estão Alemanha, Itália e Espanha, três das cinco maiores economias da Europa.
O erro ocorreu quando a Comissão Européia consentiu que os 25 governantes da UE fornecessem permissões demais e exigissem poucas restrições no combate à poluição. O grupo acabou se atrasando em relação às metas do protocolo - de reduzir 8% as emissões de CO2 até 2012.
Os dados mais recentes disponíveis demonstram que, desde 2004, a UE cortou os níveis de CO2 em 0,9% em relação ao ano-base de 1990.
Um aumento recorde nos preços do gás natural encorajou os produtores de energia a queimar carvão, combustível muito mais sujo. Depois dessa troca, os preços das permissões de CO2 quintuplicaram – passando de U$ 6.05 em janeiro de 2005 para U$ 30.7 ou U$ 38.7 em abril deste ano.
Percebendo a oportunidade, bancos como Morgan Stanley e Barclays começaram a negociar as permissões. Especuladores como Citadel Investment Group, um fundo de salvaguarda de U$ 12 bilhões os seguiu.
Antes de afetar os lucros dos produtores de energia, o programa se tornou uma justificativa para a elevação dos preços da eletricidade, como se os custos da poluição por carbono tivesse passado para os consumidores.
Na Alemanha, a maior economia da Europa, o preço médio da eletricidade oscilou 61% no último ano. O ganho na Grã Bretanha foi de 66%. Ambos os pulos foram maiores do que os 46% de acréscimo no óleo bruto.
“Os serviços de utilidade pública têm aproveitado os lucros extras”, diz Tony White, pesquisador do Climate Change Capital e analista do Citigroup.
As companhias de energia dizem que o programa funcionará, a tempo. “Negociação de emissões é o melhor meio de destinar mais investimentos para a geração de baixo carbono pelo menor custo”, diz Leon Flexman, o porta-voz da unidade britânica da RWE, que está baseada na Alemanha e é a maior produtora de CO2 da Europa.
“Isto nos dá a certeza e a clareza que necessitamos para tomar decisões de fazer investimentos em geradores que podem custar bilhões de libras e durar por décadas”, acrescenta.
E os governos tornar-se-ão mais exigentes com a continuidade do programa, acredita Andrew Hanson, porta-voz da Windsor, uma unidade da Centrica – a maior fornecedora de energia da Grã-Bretanha.
“Existiam atribuições favoráveis demais ao CO2 na primeira fase, de três anos, do programa”, ele diz. “Nós acreditamos que a segunda e terceira fase serão mais sensatas”.
Os fundos de salvaguarda têm se beneficiado dos preços voláteis, e a previsão é de um retorno maior do que os de ações e bônus. Os preços das permissões de carbono subiram 90% desde o início de 2005, comparado a 27% de crescimento no índice do Morgan Stanley Capital International Europe, um ponto de referência regional.
O Citadel Investment Group, um fundo de salvaguarda com base em Chicago que rende 26% por ano, aderiu, no último mês, o câmbio europeu para as permissões de carbono. O Carbon Trading Fund, baseado em Londres, disse em maio que desejava crescer U$ 125 milhões para comprar e vender à UE opções de permissões de emissão de CO2 e ações de energias alternativas.
Uma unidade do Man Group, a maior empresa de fundo de salvaguarda do mundo, chamou o mercado de emissões de “um novo playground''.
O sistema de emissões da EU talvez nunca alcance a sua meta, a menos que a comissão Européia obrigue os estados membros a exigirem mais reduções de poluição, fala Per Lekander, da UBS, em Londres.
Cerca de três países britânicos, Áustria e Espanha aprovaram mais permissões do que o necessário na primeira fase do programa, levando os preços para baixo em 46%, comparando com o pico de abril, e diminuindo o incentivo para as empresas cortarem emissões.
(Sabrina Domingos/ CarbonoBrasil)
Fonte:
Notícias em destaque

Natureza honra extrativismo do pinhão
Estimativas iniciais da Emater/RS, com base em dados fornecidos por famílias que trabalham na coleta, projetam uma safra de 860 toneladas...
(GERAL)

Serviço Florestal abre inscrições para curso de identificação de madeira
Capacitação gratuita será realizada de 2 a 6 de junho, em Brasília, com ênfase no combate ao comércio...
(EVENTOS)

Árvores brasileiras: 18 espécies que você precisa conhecer ou não sabia que eram nacionais
Espécies de árvores presentes na Mata Atlântica, no Cerrado e na Amazônia revelam a diversidade e riqueza da flora...
(MADEIRA E PRODUTOS)

Minas Gerais tem recorde histórico nas exportações do agro
Exportação de ovos cresce 266% em Minas Gerais
As exportações do agronegócio de Minas Gerais...
(AGRO)

Conheça a cidade onde só é permitido construir em madeira
Trondheim. Créditos: depositphotos.com / kyolshin
Na charmosa Trondheim, no norte da Noruega, o passado vive...
(GERAL)

Madeira nativa de Mato Grosso se destaca como solução sustentável para a construção civil
O setor florestal de Mato Grosso participa da Feicon 2025, em São Paulo, com um objetivo claro de mostrar que a madeira nativa pode e deve...
(MADEIRA E PRODUTOS)