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(GERAL)
Sustentabilidade altera organograma empresarial
Projeto de voluntariado da Philips percorre escolas públicas para dar aulas de educação sexual para adolescentes: mais de 20 mil pessoas foram atendidas em 2005. Ações como estas fazem parte do conceito de sustentabilidade, que começa a ganhar força entre as empresas brasileiras. A idéia é difundir práticas responsáveis em cada uma das etapas da linha de produção, baseadas num tripé de responsabilidades nas áreas ambiental, econômica e social. .
A preocupação vai desde o relacionamento com os fornecedores, passando pela ergonomia dos equipamentos de trabalho, pelo investimento na educação e no desenvolvimento da sociedade, até o tratamento da água dispensada e a divulgação de informações para público e acionistas. .
Ao invés de estar voltado para demandas atuais, o novo conceito de práticas responsáveis abrange também uma preocupação com o futuro. Negócios sustentáveis devem satisfazer as necessidades da sociedade sem comprometer os recursos ambientais e o bem-estar das próximas gerações. .
Diversas empresas no Brasil já divulgam relatórios de sustentabilidade. E a difusão da idéia vem causando mudanças nos organogramas empresariais. A Philips, por exemplo, mudou o nome de sua antiga gerência de responsabilidade social para gerência de sustentabilidade. A Alcoa adicionou a palavra "sustentabilidade" à sua gerência de saúde, segurança e meio ambiente. .
A Aracruz Celulose mudou o nome de sua diretoria de meio ambiente e relações corporativas para diretoria de sustentabilidade e relações corporativas. A Natura criou, no ano passado, uma diretoria de sustentabilidade, como resultado da evolução do conceito de governança corporativa dentro da empresa. .
Mas não é preciso mudar títulos para promover práticas sustentáveis. Algumas empresas adotam iniciativas de sustentabilidade como responsabilidade corporativa ou empresarial. O Banco Itaú tem uma superintendência de responsabilidade socioambiental. .
Ao contrário de serem vistas de uma perspectiva não empresarial, as iniciativas de sustentabilidade passam a ser tomadas como parte fundamental da estratégia de negócio. "A responsabilidade empresarial não é mais vista como uma forma de compensação à sociedade, como algo separado dos desafios do negócio", diz o consultor Luís Eduardo Sartori Iseppe, sócio da Rever Consulting, especializada em sustentabilidade empresarial. .
"Há algum tempo, eu era vista como uma pessoa 'boazinha', que gosta de fazer ações sociais. Agora que a sustentabilidade passou a ser estratégia de negócio, as pessoas me procuram para saber como promover práticas responsáveis em suas divisões", diz a gerente-geral de sustentabilidade da Philips na América Latina, Flávia Moraes. .
Vinda de uma divisão inicialmente responsável por coordenar programas de responsabilidade social, a atual gerência de sustentabilidade passou a centralizar todas as ações envolvendo responsabilidade econômica, ambiental, social e individual - a última foi adicionada ao tradicional tripé de responsabilidades para deixar mais claro o compromisso da empresa com seus funcionários. "Estamos dizendo é que o nosso negócio tem como princípio uma filosofia de responsabilidade e sustentabilidade", diz Flávia Moraes. .
Os programas de responsabilidade individual da Philips incluem o incentivo à diversidade e à inclusão, a promoção do voluntariado, do voto consciente e de hábitos de vida mais saudáveis entre os funcionários. .
Na área de responsabilidade ambiental encontram-se medidas para tratamento de água, redução de consumo de energia e reciclagem de resíduos. A Philips tratou 87% das 8 mil toneladas de resíduos gerados por suas cinco fábricas no Brasil em 2005. A empresa também tem um programa voltado para o desenvolvimento de produtos com menos uso de substâncias tóxicas e menos consumo de energia, que possam ser reciclados e tenham maior tempo de vida útil. Em Manaus, a empresa criou um bosque ecológico para preservar o verde na área de sua fábrica. .
Os programas de responsabilidade social incluem projetos de educação ambiental em mais de 100 escolas públicas, com a participação de 253 voluntários. Um programa de aulas de informática e cidadania para funcionários, familiares e para a comunidade já formou 640 alunos dentro das unidades industriais da Philips. .
Outro projeto de voluntariado percorre escolas públicas para dar aulas de educação sexual para adolescentes, tendo atendido mais de 20 mil pessoas em 2005. Em Manaus, a Philips também é parceira da Casa Vhida, que atende crianças portadoras do HIV. Todos esses programas contam com a parceria de organizações não-governamentais ou agências do governo, para que possam causar maior impacto. Já na área de responsabilidade econômica, a Philips é listada em índices de sustentabilidade nas bolsas de Nova York, Londres e Amsterdã. .
Outras empresas passaram por mudanças semelhantes às da Philips. Um exemplo é a Alcoa, que encontrou na idéia de sustentabilidade uma forma de unir iniciativas antes desvinculadas. "A Alcoa tem 40 anos no Brasil e já vinha promovendo ações sociais e práticas responsáveis, mas o que faltava era pensar na sustentabilidade como fio condutor de todas essas atividades", afirma o gerente de saúde, segurança, meio ambiente e sustentabilidade da Alcoa na América Latina, Maurício Born. .
Ele explica que a empresa passou a pensar sobre como tornar o seu principal negócio, o alumínio, algo sustentável. "Passamos a olhar para toda nossa cadeia e passamos a ver o alumínio como um material de uso sustentável, de sua reciclabilidade infinita"..
Em um de seus projetos mundiais, a Alcoa fez um investimento global de US$ 8,6 milhões em um programa de conservação e sustentabilidade em parceria com cinco universidades do mundo, entre elas a Universidade de São Paulo (USP). No Brasil, a Alcoa promove projetos de biodiversidade e desenvolvimento econômico. Outro programa importante apóia a reciclagem de embalagens Tetra Pak. Na área social, 61% dos funcionários da Alcoa no Brasil participam de atividades de voluntariado - um recorde se comparado aos outros países em que a Alcoa atua. .
"Pode até parecer uma diferença sutil, mas a mudança é grande na prática. Na aprovação de gastos de capital, por exemplo, olhamos não só para o retorno financeiro e a legislação, mas também para as comunidades onde atuamos e para nossas parcerias com clientes e fornecedores", afirma Born. .
Mas o que leva as empresas a adotarem a idéia de sustentabilidade? "A sociedade e as empresas perceberam que o modelo atual não é sustentável", diz Flávia, da Philips. "As empresas não têm como aumentar muito as vendas no topo da pirâmide. Tem que haver distribuição de renda", diz o presidente executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Fernando Almeida. .
Há também outras questões de interesse próprio, como o diferencial competitivo das empresas responsáveis. Tome-se por exemplo os fundos de investimento voltados apenas para empresas que adotam práticas de sustentabilidade. "Pesquisas indicam que 70% a 90% do valor de uma empresa está ligado a sua imagem, e boa parte da reputação das empresas está ligada à ausência de passivos sociais e ambientais", diz Almeida.
Fonte: Valor Econômico
A preocupação vai desde o relacionamento com os fornecedores, passando pela ergonomia dos equipamentos de trabalho, pelo investimento na educação e no desenvolvimento da sociedade, até o tratamento da água dispensada e a divulgação de informações para público e acionistas. .
Ao invés de estar voltado para demandas atuais, o novo conceito de práticas responsáveis abrange também uma preocupação com o futuro. Negócios sustentáveis devem satisfazer as necessidades da sociedade sem comprometer os recursos ambientais e o bem-estar das próximas gerações. .
Diversas empresas no Brasil já divulgam relatórios de sustentabilidade. E a difusão da idéia vem causando mudanças nos organogramas empresariais. A Philips, por exemplo, mudou o nome de sua antiga gerência de responsabilidade social para gerência de sustentabilidade. A Alcoa adicionou a palavra "sustentabilidade" à sua gerência de saúde, segurança e meio ambiente. .
A Aracruz Celulose mudou o nome de sua diretoria de meio ambiente e relações corporativas para diretoria de sustentabilidade e relações corporativas. A Natura criou, no ano passado, uma diretoria de sustentabilidade, como resultado da evolução do conceito de governança corporativa dentro da empresa. .
Mas não é preciso mudar títulos para promover práticas sustentáveis. Algumas empresas adotam iniciativas de sustentabilidade como responsabilidade corporativa ou empresarial. O Banco Itaú tem uma superintendência de responsabilidade socioambiental. .
Ao contrário de serem vistas de uma perspectiva não empresarial, as iniciativas de sustentabilidade passam a ser tomadas como parte fundamental da estratégia de negócio. "A responsabilidade empresarial não é mais vista como uma forma de compensação à sociedade, como algo separado dos desafios do negócio", diz o consultor Luís Eduardo Sartori Iseppe, sócio da Rever Consulting, especializada em sustentabilidade empresarial. .
"Há algum tempo, eu era vista como uma pessoa 'boazinha', que gosta de fazer ações sociais. Agora que a sustentabilidade passou a ser estratégia de negócio, as pessoas me procuram para saber como promover práticas responsáveis em suas divisões", diz a gerente-geral de sustentabilidade da Philips na América Latina, Flávia Moraes. .
Vinda de uma divisão inicialmente responsável por coordenar programas de responsabilidade social, a atual gerência de sustentabilidade passou a centralizar todas as ações envolvendo responsabilidade econômica, ambiental, social e individual - a última foi adicionada ao tradicional tripé de responsabilidades para deixar mais claro o compromisso da empresa com seus funcionários. "Estamos dizendo é que o nosso negócio tem como princípio uma filosofia de responsabilidade e sustentabilidade", diz Flávia Moraes. .
Os programas de responsabilidade individual da Philips incluem o incentivo à diversidade e à inclusão, a promoção do voluntariado, do voto consciente e de hábitos de vida mais saudáveis entre os funcionários. .
Na área de responsabilidade ambiental encontram-se medidas para tratamento de água, redução de consumo de energia e reciclagem de resíduos. A Philips tratou 87% das 8 mil toneladas de resíduos gerados por suas cinco fábricas no Brasil em 2005. A empresa também tem um programa voltado para o desenvolvimento de produtos com menos uso de substâncias tóxicas e menos consumo de energia, que possam ser reciclados e tenham maior tempo de vida útil. Em Manaus, a empresa criou um bosque ecológico para preservar o verde na área de sua fábrica. .
Os programas de responsabilidade social incluem projetos de educação ambiental em mais de 100 escolas públicas, com a participação de 253 voluntários. Um programa de aulas de informática e cidadania para funcionários, familiares e para a comunidade já formou 640 alunos dentro das unidades industriais da Philips. .
Outro projeto de voluntariado percorre escolas públicas para dar aulas de educação sexual para adolescentes, tendo atendido mais de 20 mil pessoas em 2005. Em Manaus, a Philips também é parceira da Casa Vhida, que atende crianças portadoras do HIV. Todos esses programas contam com a parceria de organizações não-governamentais ou agências do governo, para que possam causar maior impacto. Já na área de responsabilidade econômica, a Philips é listada em índices de sustentabilidade nas bolsas de Nova York, Londres e Amsterdã. .
Outras empresas passaram por mudanças semelhantes às da Philips. Um exemplo é a Alcoa, que encontrou na idéia de sustentabilidade uma forma de unir iniciativas antes desvinculadas. "A Alcoa tem 40 anos no Brasil e já vinha promovendo ações sociais e práticas responsáveis, mas o que faltava era pensar na sustentabilidade como fio condutor de todas essas atividades", afirma o gerente de saúde, segurança, meio ambiente e sustentabilidade da Alcoa na América Latina, Maurício Born. .
Ele explica que a empresa passou a pensar sobre como tornar o seu principal negócio, o alumínio, algo sustentável. "Passamos a olhar para toda nossa cadeia e passamos a ver o alumínio como um material de uso sustentável, de sua reciclabilidade infinita"..
Em um de seus projetos mundiais, a Alcoa fez um investimento global de US$ 8,6 milhões em um programa de conservação e sustentabilidade em parceria com cinco universidades do mundo, entre elas a Universidade de São Paulo (USP). No Brasil, a Alcoa promove projetos de biodiversidade e desenvolvimento econômico. Outro programa importante apóia a reciclagem de embalagens Tetra Pak. Na área social, 61% dos funcionários da Alcoa no Brasil participam de atividades de voluntariado - um recorde se comparado aos outros países em que a Alcoa atua. .
"Pode até parecer uma diferença sutil, mas a mudança é grande na prática. Na aprovação de gastos de capital, por exemplo, olhamos não só para o retorno financeiro e a legislação, mas também para as comunidades onde atuamos e para nossas parcerias com clientes e fornecedores", afirma Born. .
Mas o que leva as empresas a adotarem a idéia de sustentabilidade? "A sociedade e as empresas perceberam que o modelo atual não é sustentável", diz Flávia, da Philips. "As empresas não têm como aumentar muito as vendas no topo da pirâmide. Tem que haver distribuição de renda", diz o presidente executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Fernando Almeida. .
Há também outras questões de interesse próprio, como o diferencial competitivo das empresas responsáveis. Tome-se por exemplo os fundos de investimento voltados apenas para empresas que adotam práticas de sustentabilidade. "Pesquisas indicam que 70% a 90% do valor de uma empresa está ligado a sua imagem, e boa parte da reputação das empresas está ligada à ausência de passivos sociais e ambientais", diz Almeida.
Fonte: Valor Econômico
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