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Notícias
06
mai
2006
(GERAL)
China ultrapassa a Argentina e torna-se 2º maior vendedor
A China superou a Argentina, pela primeira vez, como segundo maior vendedor ao Brasil.
"Esta é uma tendência que deve se ampliar com o crescimento das importações da China por empresas brasileiras para cortar custos e compensar a defasagem cambial", diz o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
Somente em abril, as compras nacionais de produtos chineses cresceram 79%, frente o mesmo mês de 2005, totalizando US$ 617 milhões, ou 9,2% do total importado pelo Brasil - enquanto a Argentina representou 8,8%. Com isso, o País registrou déficit comercial com os chineses pelo segundo mês seguido. Já com a Argentina, completou o 35 mês consecutivo de superávit.
No acumulado do ano, as compras da China somam US$ 2,23 bilhões (32,1%), acima dos US$ 2,21 bilhões importados da Argentina. A participação da China nas importações brasileiras passou de 6,7%, no acumulado até abril de 2005, para 8,4%. Por outro lado, a Argentina manteve praticamente estável a sua participação, com leve queda de 0,5 ponto percentual para 8,3%.
Para o presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo (Camarbra), Alberto Alzueta, a troca de posições mostra que é necessário dar mais atenção ao Mercosul. "A concorrência com a China, que oferece preços nem sempre de mercado, está começando a afetar negócios com outros países, entre parceiros que estabelecem a reciprocidade e isso merece análise."
Alzueta diz que a Camarbra está avaliado se o aumento das compras brasileiras da China prejudica o comércio bilateral, mas sugere a aproximação de setores dos dois países prejudicados pela concorrência chinesa (como o têxtil, calçadista e de máquinas e equipamentos). "Não basta buscar soluções de comércio, produtores brasileiros e argentinos deveriam realizar ações conjuntas para se protegerem da concorrência chinesa, que debilita a produção e gera desemprego", afirma.
O diretor do Instituto de Estudos Para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Julio Gomes de Almeida, acrescenta que também internamente o Brasil deveria conter o crescimento das vendas chinesas ao País. "O governo é lento demais no processo de salvaguardas. Enquanto os Estados Unidos e União Européia já estão revendo seus acordos, o Brasil mal conseguiu estabelecer um primeiro. Não é assim que se faz comércio exterior", diz.
Ingo Plöger, da IP Consultoria, lembra que a expansão das compras da China é tendência mundial decorrente de sua alta competitividade. "No País, o câmbio favorece a entrada de produtos chineses, mas tende a se normalizar no segundo semestre."
Por Gazeta Mercantil
"Esta é uma tendência que deve se ampliar com o crescimento das importações da China por empresas brasileiras para cortar custos e compensar a defasagem cambial", diz o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
Somente em abril, as compras nacionais de produtos chineses cresceram 79%, frente o mesmo mês de 2005, totalizando US$ 617 milhões, ou 9,2% do total importado pelo Brasil - enquanto a Argentina representou 8,8%. Com isso, o País registrou déficit comercial com os chineses pelo segundo mês seguido. Já com a Argentina, completou o 35 mês consecutivo de superávit.
No acumulado do ano, as compras da China somam US$ 2,23 bilhões (32,1%), acima dos US$ 2,21 bilhões importados da Argentina. A participação da China nas importações brasileiras passou de 6,7%, no acumulado até abril de 2005, para 8,4%. Por outro lado, a Argentina manteve praticamente estável a sua participação, com leve queda de 0,5 ponto percentual para 8,3%.
Para o presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira de São Paulo (Camarbra), Alberto Alzueta, a troca de posições mostra que é necessário dar mais atenção ao Mercosul. "A concorrência com a China, que oferece preços nem sempre de mercado, está começando a afetar negócios com outros países, entre parceiros que estabelecem a reciprocidade e isso merece análise."
Alzueta diz que a Camarbra está avaliado se o aumento das compras brasileiras da China prejudica o comércio bilateral, mas sugere a aproximação de setores dos dois países prejudicados pela concorrência chinesa (como o têxtil, calçadista e de máquinas e equipamentos). "Não basta buscar soluções de comércio, produtores brasileiros e argentinos deveriam realizar ações conjuntas para se protegerem da concorrência chinesa, que debilita a produção e gera desemprego", afirma.
O diretor do Instituto de Estudos Para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Julio Gomes de Almeida, acrescenta que também internamente o Brasil deveria conter o crescimento das vendas chinesas ao País. "O governo é lento demais no processo de salvaguardas. Enquanto os Estados Unidos e União Européia já estão revendo seus acordos, o Brasil mal conseguiu estabelecer um primeiro. Não é assim que se faz comércio exterior", diz.
Ingo Plöger, da IP Consultoria, lembra que a expansão das compras da China é tendência mundial decorrente de sua alta competitividade. "No País, o câmbio favorece a entrada de produtos chineses, mas tende a se normalizar no segundo semestre."
Por Gazeta Mercantil
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