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(GERAL)
Madeira escassa limita crescimento de móveis
A redução na oferta de painéis de madeira, devido à maior utilização das áreas de replantio por parte dos setores de celulose e de aço, começa a ameaçar os negócios dos fabricantes de móveis. De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Mobiliário (Abimóvel), Domingos Sávio Rigoni, caso as vendas em 2006 apresentem crescimento superior a 15%, a oferta por madeira será pressionada além da capacidade de produção nacional e o setor moveleiro terá problemas com o abastecimento da matéria-prima.
Ele acredita que o setor crescerá entre 10% e 15% este ano. No entanto, um resultado mais expressivo, ao invés de ampliar a margem de lucro, acarretaria às empresas gastos excedentes com os reajustes de preços promovidos por madeireiras e fabricantes de painéis de madeira. Rigoni destaca que, desde o início do ano, o preço do MDF (Medium Density Fiberboard, em inglês) teve alta de 7% e que o poder aquisitivo dos compradores, principalmente da classe média, está prejudicado.
“Queremos acreditar que não haverá novos aumentos, afinal o setor está trabalhando em situação delicada desde o começo de 2005 e uma elevação do custo da chapa afetaria os negócios”, diz. Os repasses para o consumidor final foram efetuados a partir de março e devem ser promovidos pelos fabricantes até o final deste mês.
O grande empecilho para o fornecimento de madeira ao setor moveleiro é a concorrência dos segmentos de celulose e papel e siderurgia (na fabricação do carvão vegetal). No ano passado, por exemplo, a área de plantio florestal registrado pelo Programa Nacional de Florestas (PNF) teve acréscimo de 553 mil hectares, entre novas áreas e renovação de florestas já plantadas.
Apesar do resultado ser 18,9% superior à área de replantio do ano anterior, cerca de 51% é destinado para celulose e papel e siderurgia. Já as florestas voltadas à fabricação de painéis de madeira, utilizados na indústria moveleira, totalizaram apenas 10% do total, ou 55 mil hectares.
O diretor florestal da Masisa , Adhemar Villela Filho, destaca que o aumento dos preços é um sinal de escassez do produto. Por isso, a empresa, uma das maiores produtoras de painéis do Brasil, investiu na ampliação de sua linha produtiva e defende o aumento da área plantada em território nacional. “Investimos US$ 4,5 milhões na compra de uma segunda prensa de melamina no ano passado. Com isso, duplicamos nossa linha de produção de 110 mil para 220 mil metros cúbicos por ano”, afirma. A melamina (painéis de MDF e aglomerado com revestimento melamínico) é utilizada em móveis de banheiro, cozinha e escritório, entre outros.
A demanda do mercado interno nos próximos anos deve ser ampliada e o executivo da Masisa já prevê o aumento da importação de madeira de países vizinhos ao Brasil. De acordo com Villela Filho, a demanda por MDF cru será de aproximadamente 1,70 milhão de metros cúbicos em 2006. A produção nacional, no entanto, será de 1,68 milhão de metros cúbicos. Esse déficit será ampliado nos próximos anos. “A demanda em 2009 deve alcançar 2,40 milhões de metros cúbicos por ano, o que representaria um déficit anual de 280 mil metros cúbicos dentro de três anos”, enfatiza o executivo.
Além da manutenção das importações de madeira da Argentina e do Chile, o Uruguai também deverá abastecer o mercado interno. A produção poderá vir das plantações de eucalipto que abastecerão a fábrica de celulose da finlandesa Metsa-Botnia, a ser construída no Uruguai. A obra, no entanto, está paralisada devido a discussões políticas entre o governo local e a vizinha Argentina. Enquanto a produção de celulose não for iniciada, parte da madeira poderá ser direcionada para o mercado brasileiro.
A importação de madeira, no entanto, não é interessante para os fabricantes de móveis nacionais. Rigoni lembra que o preço no exterior é próximo ao custo brasileiro. Além disso, os moveleiros precisariam trabalhar com amplos estoques de MDF e aglomerados, o que inviabiliza a compra direta em outros países. Villela Filho, da Masisa, também destaca que o preço da madeira nacional é próximo aos valores internacionais, mas se torna mais interessante para as fabricantes de painéis.
O problema de abastecimento de madeira poderia ter acontecido já em 2005, quando a Abimóvel previa crescimento entre 25% e 30% das vendas. No entanto, o setor encolheu 3,92%, com faturamento em queda de R$ 12,54 bilhões para R$ 12,05 bilhões. A superintendente executiva da Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa), Rosane Donati, acredita que não há nenhum tipo de problema de abastecimento de painéis de madeira no momento.
No entanto, ela destaca a importância dos fabricantes de móveis também participarem do processo de plantação de florestas. Já Rigoni defende que as fabricantes de móveis invistam em novas linhas produtivas, e não na plantação de florestas, um processo, segundo ele, “muito caro e onde o retorno é de longo prazo”, já que o produtor precisa aguardar o amadurecimento da floresta para só então negociar a venda da madeira.
Rigoni destaca que a falta de insumos também inviabiliza ao Brasil ampliar as exportações no segmento de madeiras maciças. “Esses produtos têm maior valor agregado e poderiam abrir novos mercados para os fabricantes nacionais”, afirma.
Na prática, diz ele, os produtores asiáticos, além de comprar o insumo brasileiro, são os principais concorrentes das empresas nacionais na busca de novos mercados no exterior.
Fonte: DCI
Ele acredita que o setor crescerá entre 10% e 15% este ano. No entanto, um resultado mais expressivo, ao invés de ampliar a margem de lucro, acarretaria às empresas gastos excedentes com os reajustes de preços promovidos por madeireiras e fabricantes de painéis de madeira. Rigoni destaca que, desde o início do ano, o preço do MDF (Medium Density Fiberboard, em inglês) teve alta de 7% e que o poder aquisitivo dos compradores, principalmente da classe média, está prejudicado.
“Queremos acreditar que não haverá novos aumentos, afinal o setor está trabalhando em situação delicada desde o começo de 2005 e uma elevação do custo da chapa afetaria os negócios”, diz. Os repasses para o consumidor final foram efetuados a partir de março e devem ser promovidos pelos fabricantes até o final deste mês.
O grande empecilho para o fornecimento de madeira ao setor moveleiro é a concorrência dos segmentos de celulose e papel e siderurgia (na fabricação do carvão vegetal). No ano passado, por exemplo, a área de plantio florestal registrado pelo Programa Nacional de Florestas (PNF) teve acréscimo de 553 mil hectares, entre novas áreas e renovação de florestas já plantadas.
Apesar do resultado ser 18,9% superior à área de replantio do ano anterior, cerca de 51% é destinado para celulose e papel e siderurgia. Já as florestas voltadas à fabricação de painéis de madeira, utilizados na indústria moveleira, totalizaram apenas 10% do total, ou 55 mil hectares.
O diretor florestal da Masisa , Adhemar Villela Filho, destaca que o aumento dos preços é um sinal de escassez do produto. Por isso, a empresa, uma das maiores produtoras de painéis do Brasil, investiu na ampliação de sua linha produtiva e defende o aumento da área plantada em território nacional. “Investimos US$ 4,5 milhões na compra de uma segunda prensa de melamina no ano passado. Com isso, duplicamos nossa linha de produção de 110 mil para 220 mil metros cúbicos por ano”, afirma. A melamina (painéis de MDF e aglomerado com revestimento melamínico) é utilizada em móveis de banheiro, cozinha e escritório, entre outros.
A demanda do mercado interno nos próximos anos deve ser ampliada e o executivo da Masisa já prevê o aumento da importação de madeira de países vizinhos ao Brasil. De acordo com Villela Filho, a demanda por MDF cru será de aproximadamente 1,70 milhão de metros cúbicos em 2006. A produção nacional, no entanto, será de 1,68 milhão de metros cúbicos. Esse déficit será ampliado nos próximos anos. “A demanda em 2009 deve alcançar 2,40 milhões de metros cúbicos por ano, o que representaria um déficit anual de 280 mil metros cúbicos dentro de três anos”, enfatiza o executivo.
Além da manutenção das importações de madeira da Argentina e do Chile, o Uruguai também deverá abastecer o mercado interno. A produção poderá vir das plantações de eucalipto que abastecerão a fábrica de celulose da finlandesa Metsa-Botnia, a ser construída no Uruguai. A obra, no entanto, está paralisada devido a discussões políticas entre o governo local e a vizinha Argentina. Enquanto a produção de celulose não for iniciada, parte da madeira poderá ser direcionada para o mercado brasileiro.
A importação de madeira, no entanto, não é interessante para os fabricantes de móveis nacionais. Rigoni lembra que o preço no exterior é próximo ao custo brasileiro. Além disso, os moveleiros precisariam trabalhar com amplos estoques de MDF e aglomerados, o que inviabiliza a compra direta em outros países. Villela Filho, da Masisa, também destaca que o preço da madeira nacional é próximo aos valores internacionais, mas se torna mais interessante para as fabricantes de painéis.
O problema de abastecimento de madeira poderia ter acontecido já em 2005, quando a Abimóvel previa crescimento entre 25% e 30% das vendas. No entanto, o setor encolheu 3,92%, com faturamento em queda de R$ 12,54 bilhões para R$ 12,05 bilhões. A superintendente executiva da Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa), Rosane Donati, acredita que não há nenhum tipo de problema de abastecimento de painéis de madeira no momento.
No entanto, ela destaca a importância dos fabricantes de móveis também participarem do processo de plantação de florestas. Já Rigoni defende que as fabricantes de móveis invistam em novas linhas produtivas, e não na plantação de florestas, um processo, segundo ele, “muito caro e onde o retorno é de longo prazo”, já que o produtor precisa aguardar o amadurecimento da floresta para só então negociar a venda da madeira.
Rigoni destaca que a falta de insumos também inviabiliza ao Brasil ampliar as exportações no segmento de madeiras maciças. “Esses produtos têm maior valor agregado e poderiam abrir novos mercados para os fabricantes nacionais”, afirma.
Na prática, diz ele, os produtores asiáticos, além de comprar o insumo brasileiro, são os principais concorrentes das empresas nacionais na busca de novos mercados no exterior.
Fonte: DCI
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