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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
Madeireiras correm risco de parar.
A falta de formulários de Autorização para o Transporte de Produto Florestal (ATPF) volta a preocupar o setor madeireiro em toda a região Norte do estado de Mato Grosso. O documento é necessário para a movimentação de cargas, desde a extração até a comercialização. Em toda região a demanda mensal neste período de safra – que abrange a estiagem – é de 16 mil ATPF´s. O Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmat), alega que os formulários não estão sendo entregues pelo Ibama.

O superintendente do Sindicato, Américo Pertile, lembra que depois do protesto dos madeireiros, no último dia 20, o Ibama liberou 10 mil formulários mas, a quantidade foi insuficiente.

“No caso das ATPF´s de saída, que valem tanto para a madeira beneficiada como para o produto acabado, são necessários formulários para cada destinatário da carga. Cada nota exige uma ATPF”, explica Pertile.

O gerente regional do Ibama em Sinop, Sebastião Barbosa, que tem sob sua jurisdição 31 municípios, explica que não há falta de formulários. “Todos os anos de julho a outubro há um aumento tremendo na demanda por ATPF. É a safra do setor, quando se aproveitam do período da seca para trabalhar e prover matéria-prima para os outros meses do ano. Como não podemos entregar documentos em branco, e sim com os nomes dos compradores e vendedores impressos, o ritmo de trabalho cai, mas estamos contando com a colaboração de colegas e estamos trabalhando até aos sábados para suprir esta necessidade”, destaca Barbosa.
O Sindusmad alega que algumas serrarias estão na eminência de parar as atividades e dispensar seus funcionários. Somente em Sinop o setor emprega cerca de 10 mil pessoas de forma direta em mais de 1,3 mil empresas.

“Em cifras ainda não é possível calcular o prejuízo dos contratos que não estão podendo ser honrados conforme o combinado, mas o comércio da região depende do volume monetário que circula por meio do setor”, observa Pertile.
Mas, por enquanto, o maior prejuízo contabilizado pelo Sindusmad é o prejuízo moral, principalmente com relação às exportações. “Existem contratos que levamos seis meses para fechar e por falta de documentação expedida pelo governo criamos um grande problema, pois quando a venda é externas, tudo tem de ser pontual. Os navios atracados não podem ficar esperando a mercadoria chegar”, revela Pertile.
A madeira é o terceiro produto mais exportado pelo Estado e de janeiro a julho deste ano obteve uma participação de 5,83%, com um volume de US$ 66 milhões e mais de 212 toneladas comercializadas.

Somente em Sinop a extração mensal é de 25 mil metros cúbicos, desde total, mais de 10 mil têm como destino a exportação.

"A situação é insustentável e o Ibama precisa compreender que o setor produtivo, no caso o madeireiro, não pode esperar indefinidamente pela burocracia que emperra o serviço público", disse o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso, Nereu Pasini.

Marianna Peres

Fonte: Diário de Cuiabá

05/set/03

Fonte:

Neuvoo Jooble