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(GERAL)
Pau-de-balsa: uma “mina de ouro”
Uma verdadeira mina de ouro está plantada no fundo do quintal do pescador aposentado Divino Florentino Santana, 65. São mais de 50 mil mudas de uma árvore chamada pau-de-balsa, cientificamente ochroma pyramidale. A propriedade está avaliada em cerca de R$ 250 mil. Cultivada em uma área de apenas 10 metros de comprimento por 15 metros de largura, com investimento de R$ 1 mil, essa produção já está sendo negociada pelo aposentado.
Muitos agricultores estão procurando pela semente, mas há falta no mercado. “O interesse é grande para produzir muda, mas não consegue semente, só Divino que tem aqui no Estado”, diz o engenheiro agrônomo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Décio Miyajima, que vem acompanhando e pesquisando o cultivo.
Miyajima afirma que no ano passado a demanda para exportação era de 12 mil metros cúbicos por mês, mas não havia a madeira no Brasil para vender. “Pesquisando na internet o máximo que consegui comprar foram apenas 10 gramas de sementes, mesmo assim com finalidade científica. Não existe a exploração comercial embora seja muito procurada por países estrangeiros”, comentou o engenheiro.
O pescador César Calmom, 28, também quer entrar nesse negócio e já comprou mil mudas do seu Divino por R$ 5 mil. As mudas são comercializadas entre R$ 5 a R$ 10 dependendo do tamanho da planta. “Pretendo também produzir sementes na comunidade de Pai André”, contou.
Segundo seu Divino, as vendas acontecem todos os dias. No atacado, já comercializou duas de mil mudas e está para fechar um negócio com outras 50 mil unidades. A espécie, afirma o engenheiro agrônomo, é muito requisitada no mundo por vários motivos entre os quais é ambientalmente correta e tem um ciclo produtivo acelerado.
A madeira é semelhante a teca, usada, principalmente, para produzir celulose com a vantagem “de ser 50 vezes melhor devido ao retorno muito rápido”, frisa seu Divino. Enquanto a teca demora 25 anos para ficar apta a produção de papel, a pau-de-balsa em apenas três anos pode ser cortada para esse fim. A madeira também é muito usada para fabricação de jangada, balsa, com durabilidade de 30 anos.
No primeiro ano, a planta cresce até um metro por mês. Em 25 meses já chega a 16 metros de comprimento. Em um hectare é possível plantar mil árvore, em três anos o produtor terá 1 mil metros cúbicos por hectares de madeira. Porém, informa o agrônomo, a pau-de-balsa pode ser cortada já no primeiro ano para fabricar avião aeromodelo, colete salva-vida, artesanatos entre outros. “Tudo da árvore é aproveitado, até mesmo o ramo”, destaca seu Divino, que comemora o resultado do seu novo negócio.
Aposentado tem planos de expandir logo seu negócio
O negócio com a produção de sementes de pau-de-balsa do aposentado Divino Florentino Santana está apenas começando, mas já tem sonho de ampliar o cultivo de mudas só falta a propriedade. “Com a venda das 50 mil mudas espera comprar um pedaço de terra e aumentar a minha produção”, afirma seu Divino que deseja apenas uma área de 10 hectares para plantar 11 mil mudas.
Além das 50 mil mudas todas já comercializadas, seu Divino iniciou outra safra com mais 20 mil mudas para serem comercializadas e nove árvores adultas, as quais são usadas para a produção das sementes. “Ele já tem condições de cultivar 100 mil mudas por ano dentro do seu quintal”, ressalta o agrônomo da Empaer, Décio Miyajima. Com essa quantidade, a renda de seu Divino é estimada em R$ 500 mil por ano ou pouco mais de R$ 41,6 mil por mês. Divino Florentino também pretende firmar parceria com pequenos produtores e assentados para produzir em escala comercial.
História
A semente apareceu na vida do seu Divino por meio da filha. Ela encomendou 100 gramas, o equivalente a 15 mil sementes, pela internet. O marido trabalhava com madeira e descobriu o potencial produtivo da pau-de-balsa, segredo que ele guardava a sete chaves. O genro pretendia explorá-la, mas por problemas pessoais não deu continuidade ao projeto.
Vinte sementes foram deixadas na casa do seu Divinomas, ele não sabia do que se tratava inicialmente. A planta começou crescer rapidamente em apenas um ano começou a germinar. Das 20 sementes apenas nove árvores sobreviveram e produziram outras 210 mil sementes, da quais 50 mil seu Divino perdeu aprendendo a cuidar das mudas.
Iniciativa abre um novo campo em MT
Sem querer, o pescador aposentado Divino Florentino Santana, na sua simplicidade, está mostrando ao Estado uma alternativa de produção e renda, principalmente à agricultura familiar e assentamentos. Além da cultura de pau-de-balsa carregar um forte valor agregado: é social e ambientalmente correta.
A Empresa de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) enxergou esse potencial sustentável da planta e firmou parceria com seu Divino para lhe prestar assistência técnica gratuita em contrapartida poder pesquisar o desenvolvimento, tratamento e controle de pragas dessa espécie, para divulgar os resultados a outros interessados. “É um ótimo produto para exploração comercial da madeira e não agredir a floresta. Ainda se adapta facilmente em solo com intensa umidade, luminosidade e calor, característico da Baixada Cuiabana”, afirmou o engenheiro agrônomo, Décio Miyajima.
Segundo ele, o conhecimento obtido até agora na produção da pau-de-balsa será difundido aos pequenos produtores durante a 1ª Feira da Agricultura Familiar do Estado de Mato Grosso (Agrifam), a ser realizado nos dias 29, 30 e 31 de março, no Centro Regional de Pesquisa e Difusão de Tecnologia da Empaer, no município de Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá). A tecnologia também será mostrada no Agrishow Cerrado, em abril. “Se tivéssemos essa madeira já estaríamos vendendo. Ela tem mercado e pode garantir sustentabilidade a assentamentos e pequenas propriedades”, afirmou o agrônomo.
Fonte: Joana Dantas (Agrolink)
Muitos agricultores estão procurando pela semente, mas há falta no mercado. “O interesse é grande para produzir muda, mas não consegue semente, só Divino que tem aqui no Estado”, diz o engenheiro agrônomo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Décio Miyajima, que vem acompanhando e pesquisando o cultivo.
Miyajima afirma que no ano passado a demanda para exportação era de 12 mil metros cúbicos por mês, mas não havia a madeira no Brasil para vender. “Pesquisando na internet o máximo que consegui comprar foram apenas 10 gramas de sementes, mesmo assim com finalidade científica. Não existe a exploração comercial embora seja muito procurada por países estrangeiros”, comentou o engenheiro.
O pescador César Calmom, 28, também quer entrar nesse negócio e já comprou mil mudas do seu Divino por R$ 5 mil. As mudas são comercializadas entre R$ 5 a R$ 10 dependendo do tamanho da planta. “Pretendo também produzir sementes na comunidade de Pai André”, contou.
Segundo seu Divino, as vendas acontecem todos os dias. No atacado, já comercializou duas de mil mudas e está para fechar um negócio com outras 50 mil unidades. A espécie, afirma o engenheiro agrônomo, é muito requisitada no mundo por vários motivos entre os quais é ambientalmente correta e tem um ciclo produtivo acelerado.
A madeira é semelhante a teca, usada, principalmente, para produzir celulose com a vantagem “de ser 50 vezes melhor devido ao retorno muito rápido”, frisa seu Divino. Enquanto a teca demora 25 anos para ficar apta a produção de papel, a pau-de-balsa em apenas três anos pode ser cortada para esse fim. A madeira também é muito usada para fabricação de jangada, balsa, com durabilidade de 30 anos.
No primeiro ano, a planta cresce até um metro por mês. Em 25 meses já chega a 16 metros de comprimento. Em um hectare é possível plantar mil árvore, em três anos o produtor terá 1 mil metros cúbicos por hectares de madeira. Porém, informa o agrônomo, a pau-de-balsa pode ser cortada já no primeiro ano para fabricar avião aeromodelo, colete salva-vida, artesanatos entre outros. “Tudo da árvore é aproveitado, até mesmo o ramo”, destaca seu Divino, que comemora o resultado do seu novo negócio.
Aposentado tem planos de expandir logo seu negócio
O negócio com a produção de sementes de pau-de-balsa do aposentado Divino Florentino Santana está apenas começando, mas já tem sonho de ampliar o cultivo de mudas só falta a propriedade. “Com a venda das 50 mil mudas espera comprar um pedaço de terra e aumentar a minha produção”, afirma seu Divino que deseja apenas uma área de 10 hectares para plantar 11 mil mudas.
Além das 50 mil mudas todas já comercializadas, seu Divino iniciou outra safra com mais 20 mil mudas para serem comercializadas e nove árvores adultas, as quais são usadas para a produção das sementes. “Ele já tem condições de cultivar 100 mil mudas por ano dentro do seu quintal”, ressalta o agrônomo da Empaer, Décio Miyajima. Com essa quantidade, a renda de seu Divino é estimada em R$ 500 mil por ano ou pouco mais de R$ 41,6 mil por mês. Divino Florentino também pretende firmar parceria com pequenos produtores e assentados para produzir em escala comercial.
História
A semente apareceu na vida do seu Divino por meio da filha. Ela encomendou 100 gramas, o equivalente a 15 mil sementes, pela internet. O marido trabalhava com madeira e descobriu o potencial produtivo da pau-de-balsa, segredo que ele guardava a sete chaves. O genro pretendia explorá-la, mas por problemas pessoais não deu continuidade ao projeto.
Vinte sementes foram deixadas na casa do seu Divinomas, ele não sabia do que se tratava inicialmente. A planta começou crescer rapidamente em apenas um ano começou a germinar. Das 20 sementes apenas nove árvores sobreviveram e produziram outras 210 mil sementes, da quais 50 mil seu Divino perdeu aprendendo a cuidar das mudas.
Iniciativa abre um novo campo em MT
Sem querer, o pescador aposentado Divino Florentino Santana, na sua simplicidade, está mostrando ao Estado uma alternativa de produção e renda, principalmente à agricultura familiar e assentamentos. Além da cultura de pau-de-balsa carregar um forte valor agregado: é social e ambientalmente correta.
A Empresa de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) enxergou esse potencial sustentável da planta e firmou parceria com seu Divino para lhe prestar assistência técnica gratuita em contrapartida poder pesquisar o desenvolvimento, tratamento e controle de pragas dessa espécie, para divulgar os resultados a outros interessados. “É um ótimo produto para exploração comercial da madeira e não agredir a floresta. Ainda se adapta facilmente em solo com intensa umidade, luminosidade e calor, característico da Baixada Cuiabana”, afirmou o engenheiro agrônomo, Décio Miyajima.
Segundo ele, o conhecimento obtido até agora na produção da pau-de-balsa será difundido aos pequenos produtores durante a 1ª Feira da Agricultura Familiar do Estado de Mato Grosso (Agrifam), a ser realizado nos dias 29, 30 e 31 de março, no Centro Regional de Pesquisa e Difusão de Tecnologia da Empaer, no município de Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá). A tecnologia também será mostrada no Agrishow Cerrado, em abril. “Se tivéssemos essa madeira já estaríamos vendendo. Ela tem mercado e pode garantir sustentabilidade a assentamentos e pequenas propriedades”, afirmou o agrônomo.
Fonte: Joana Dantas (Agrolink)
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