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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
Aracruz não ampliará antiga fábrica da Riocell.
A possibilidade de breve duplicação da produção de celulose da unidade de Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre, foi descartada ontem pelo diretor presidente da Aracruz Celulose, Carlos Aguiar. O aumento da produção da fábrica, para perto das 900 mil toneladas por ano, havia sido anunciado pela direção da Klabin Riocell, que vendeu a unidade para a Aracruz, no final de junho, por US$ 570 milhões. "Não temos mercado e nem matéria prima para este volume de produção. Isso deve acontecer com o tempo, no momento certo, mas não agora", disse Aguiar.

Para ele, o anúncio da duplicação da produção foi muito mais uma tentativa de valorização do negócio da Klabin Riocell. "Antes de qualquer coisa, precisamos renovar a floresta (40 mil hectares plantados com eucaliptos, no Rio Grande do Sul) com clones de maior densidade para uma celulose branqueada com a qualidade Aracruz. Melhorar a qualidade desta floresta, com fomento de tecnologia junto aos produtores, e estudar o mercado são necessidades que vêm antes de se pensar em duplicar a produção desta unidade. Vamos agir, como sempre fazemos, com total transparência", disse o presidente da Aracruz.

A partir de janeiro do próximo ano, a floresta que abastece a unidade de Guaíba começará a sua renovação e, em sete anos, toda ela deverá estar produzindo madeira com densidade adequada aos padrões da Aracruz. "Em todas as nossas florestas (que totalizam cerca de 214 mil hectares plantados com eucaliptos nos estados do Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul) promovemos renovação constante de boa parte da área plantada. Aqui no Rio Grande do Sul isso não estava acontecendo. E, por causa disso, boa parte desta floresta produz madeira de baixa densidade, o que atendia a necessidade daquela produção, mas que não nos serve."

Desaparece o nome Riocell

Depois de pesquisa junto ao mercado consumidor nacional e internacional e a comunidade local, a nova controladora resolveu denominar a fábrica da Riocell como Unidade de Guaíba da Aracruz. Nos últimos dois meses, essa fábrica bateu recordes de produção, passando a responder por cerca de 20% da produção atual do grupo Aracruz, que é de 2,4 milhões de toneladas por ano. Antes, a unidade produzia em média 375 mil toneladas por ano de celulose branqueada e outras 25 mil toneladas ano de não branqueada. Agora, a produção é somente de celulose branqueada, obedecendo ao padrão de toda produção da Aracruz.

A unidade de Guaíba deve, no próximo ano, receber investimentos entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões para aumentar em cerca de 8% a 10% a atual produção de cerca de 400 mil toneladas ano. Para isso, já está em andamento um estudo de engenharia de produção e para a compra de novas áreas para o aumento da oferta de matéria-prima.

A exportação de toras de madeira, principalmente para a produção de celulose no Marrocos (240 mil metros cúbicos no ano passado), promovida pela antiga proprietária da unidade de Guaíba, deve ser suspensa. "Filosoficamente, sou contrário a exportação de madeira para a fabricação de celulose. Aquilo que antes era exportado daqui deve, em breve, ser oferecido à indústrias locais para utilização como fonte de energia", disse Aguiar.

Em análises da empresa, que hoje produz no Espírito Santo e no Rio Grande do Sul, o mercado internacional de celulose tem boas perspectivas para os próximos dois anos. "Para atender esse crescimento de demanda internacional, a nossa produção total deve superar as 3 milhões de toneladas por ano, principalmente com o início da operação da nova fábrica da Bahia em 2005" - a Veracel Celulose, no município de Eunápolis, com capacidade de produção de 900 mil toneladas ano, em parceria com a sueco-finlandesa Stora Enso.

A Aracruz Celulose é a maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, vendida a empresas produtoras de papéis sanitários, de imprimir e escrever, e de papéis especiais. Tem apresentado crescimento anual em torno dos 7%. Exporta cerca de 98% de sua produção para compradores europeus (40%), norte americanos (38%) e asiáticos (22%). O restante é negociado no mercado interno brasileiro e vendido para compradores sul americanos. "Por questões logísticas, a produção da unidade de Guaíba deverá ser direcionada principalmente para o mercado asiático", disse Aguiar.

Vitor Paz

Fonte: Gazeta

04/set/03

Fonte:

Neuvoo Jooble