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Notícias
14
mar
2006
(GERAL)
Industrias vão elevar autoprodução de energia
Os setores de papel e celulose, siderurgia e petroquímica irão impulsionar os aportes em autoprodução de energia no País nos próximos dez anos. É o que aponta o documento Projeções do Mercado de Energia Elétrica 2005-2015 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). De acordo com o estudo, a perspectiva reflete a perspectiva de crescimento na produção. Estimativas apontam que a produção será incrementada em 64% até 2016 no setor de siderurgia, 81% em papel e celulose e 158% em petroquímica.
Dados mostram que a tendência já se verifica. Dos cerca de 17,1 terawatts/hora (TW/h) produzidos pelos autoprodutores clássicos (instalação própria de geração de energia sem usar rede das distribuidoras e transmissoras) em 2004, 14,9 TW/h, ou seja, 88%, estão concentrados em siderurgia, petroquímica e papel e celulose. A EPE projeta que, em 2016, a participação desses setores subirá para 94%, quando, somados, irão produzir 33,9 TW/h de um total de 36,08 TW/h.
Dadas as características do processo industrial destes segmentos — empregam quantidade de vapor e significativa disponibilidade de subprodutos (licor negro, bagaço de cana, etc.) —, os investimentos em autoprodução devem se concentrar em cogeração de energia (produção de calor e eletricidade). Contribui para isso a dificuldade crescente em viabilizar novas hidroelétricas no Brasil.
Segundo o estudo, a procura dos agentes de consumo pela autoprodução se justificará pela busca por diminuir “a vulnerabilidade da sua competitividade no que se refere aos custos da energia elétrica”, e por garantir a “qualidade e a continuidade do suprimento e a auto-suficiência energética.”
É o caso, por exemplo, da Suzano Papel e Celulose. A empresa investiu R$ 121 milhões, de um total de R$ 182 milhões, na construção do complexo Capim Branco, que compreende as usinas Capim Branco I e II. Somadas, as hidroelétricas totalizam 450 MW de capacidade instalada. A Companhia Vale do Rio Doce , a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Votorantim Metais integram o consórcio do empreendimento, orçado em R$ 817 milhões. A expectativa é que até março de 2007 o complexo esteja em plena operação.
A participação de 22,3% no projeto garante a Suzano o direito de 80,5 MW do complexo. Segundo André Dorf, diretor da unidade de negócios papel, o montante é o necessário para garantir a auto-suficiência da Unidade Suzano, no Estado de São Paulo. “As usinas têm uma importância econômica de possibilitar uma redução significativa nos gastos com energia e estratégica, uma vez que diminui a exposição da empresa aos efeitos da oscilação do preço da energia”, explica o executivo.
Atualmente, 35 MW, cerca de 50% da energia consumida no local, é proveniente da própria unidade, por meio de uma planta de cogeração. Os outros 50% são adquiridos da Tractebel no mercado livre, a um preço mais competitivo do que o praticado pelas distribuidoras. Ainda assim, Dorf esclarece que no contrato com a geradora de origem belga há a cláusula de redução do montante de energia contratado com o início de operação de Capim Branco. “Hoje, o preço no mercado livre é atraente. Mas em períodos anteriores o valor já chegou a ser dez vezes maior. A usina vai diminuir a nossa exposição a essas oscilações”, justifica o executivo. A sobra dos 80,5 MW será comercializada na rede básica.
Em relação aos outros grandes consumidores de energia, o estudo admite que “não haverá expansão significativa da autoprodução clássica”. O documento ressalva “que alguns dos setores industriais, grandes consumidores de energia elétrica, já estão operando com níveis de utilização próximos da sua capacidade instalada, como é o caso, por exemplo, do alumínio, da siderurgia, da indústria de soda-cloro e da petroquímica. Nesse sentido, é de se esperar que ocorram investimentos em expansões da capacidade instalada de produção desses setores nos próximos anos, alguns deles já em implantação e outros anunciados”.
Em 2015, os autoprodutores irão consumir 34,8 TW/h de energia, ante 17,05 TW/h verificados em 2004, um crescimento médio de 7% ao ano. De maneira geral, os grandes consumidores demandarão 133,6 TW/h em 2015, ante 80,4 TW/h em 2004. O consumo industrial passará de 156,7 TW/h para 244,6 TW/h, variação anual média de 4,3% — este valor exclui os autoprodutores clássicos.
Na projeção por classe consumidora, a classe industrial vê reduzida a sua participação no consumo total: de 46,5% em 2005 para 43,2% em 2015. Em contrapartida, a classe comercial passará dos atuais 15,3% para 18% e residencial de 23,8% para 25,1%. A EPE projeta que o consumo no Brasil chegará a 566,8 TW/h em 2015, ante 331,4 TW/h em 2004, um incremento médio de 5,1% ao ano. O sistema isolado é o que mais crescerá no período, 8,3% ao ano.
Fonte: Wellington Bahnemann (DCI)
Dados mostram que a tendência já se verifica. Dos cerca de 17,1 terawatts/hora (TW/h) produzidos pelos autoprodutores clássicos (instalação própria de geração de energia sem usar rede das distribuidoras e transmissoras) em 2004, 14,9 TW/h, ou seja, 88%, estão concentrados em siderurgia, petroquímica e papel e celulose. A EPE projeta que, em 2016, a participação desses setores subirá para 94%, quando, somados, irão produzir 33,9 TW/h de um total de 36,08 TW/h.
Dadas as características do processo industrial destes segmentos — empregam quantidade de vapor e significativa disponibilidade de subprodutos (licor negro, bagaço de cana, etc.) —, os investimentos em autoprodução devem se concentrar em cogeração de energia (produção de calor e eletricidade). Contribui para isso a dificuldade crescente em viabilizar novas hidroelétricas no Brasil.
Segundo o estudo, a procura dos agentes de consumo pela autoprodução se justificará pela busca por diminuir “a vulnerabilidade da sua competitividade no que se refere aos custos da energia elétrica”, e por garantir a “qualidade e a continuidade do suprimento e a auto-suficiência energética.”
É o caso, por exemplo, da Suzano Papel e Celulose. A empresa investiu R$ 121 milhões, de um total de R$ 182 milhões, na construção do complexo Capim Branco, que compreende as usinas Capim Branco I e II. Somadas, as hidroelétricas totalizam 450 MW de capacidade instalada. A Companhia Vale do Rio Doce , a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Votorantim Metais integram o consórcio do empreendimento, orçado em R$ 817 milhões. A expectativa é que até março de 2007 o complexo esteja em plena operação.
A participação de 22,3% no projeto garante a Suzano o direito de 80,5 MW do complexo. Segundo André Dorf, diretor da unidade de negócios papel, o montante é o necessário para garantir a auto-suficiência da Unidade Suzano, no Estado de São Paulo. “As usinas têm uma importância econômica de possibilitar uma redução significativa nos gastos com energia e estratégica, uma vez que diminui a exposição da empresa aos efeitos da oscilação do preço da energia”, explica o executivo.
Atualmente, 35 MW, cerca de 50% da energia consumida no local, é proveniente da própria unidade, por meio de uma planta de cogeração. Os outros 50% são adquiridos da Tractebel no mercado livre, a um preço mais competitivo do que o praticado pelas distribuidoras. Ainda assim, Dorf esclarece que no contrato com a geradora de origem belga há a cláusula de redução do montante de energia contratado com o início de operação de Capim Branco. “Hoje, o preço no mercado livre é atraente. Mas em períodos anteriores o valor já chegou a ser dez vezes maior. A usina vai diminuir a nossa exposição a essas oscilações”, justifica o executivo. A sobra dos 80,5 MW será comercializada na rede básica.
Em relação aos outros grandes consumidores de energia, o estudo admite que “não haverá expansão significativa da autoprodução clássica”. O documento ressalva “que alguns dos setores industriais, grandes consumidores de energia elétrica, já estão operando com níveis de utilização próximos da sua capacidade instalada, como é o caso, por exemplo, do alumínio, da siderurgia, da indústria de soda-cloro e da petroquímica. Nesse sentido, é de se esperar que ocorram investimentos em expansões da capacidade instalada de produção desses setores nos próximos anos, alguns deles já em implantação e outros anunciados”.
Em 2015, os autoprodutores irão consumir 34,8 TW/h de energia, ante 17,05 TW/h verificados em 2004, um crescimento médio de 7% ao ano. De maneira geral, os grandes consumidores demandarão 133,6 TW/h em 2015, ante 80,4 TW/h em 2004. O consumo industrial passará de 156,7 TW/h para 244,6 TW/h, variação anual média de 4,3% — este valor exclui os autoprodutores clássicos.
Na projeção por classe consumidora, a classe industrial vê reduzida a sua participação no consumo total: de 46,5% em 2005 para 43,2% em 2015. Em contrapartida, a classe comercial passará dos atuais 15,3% para 18% e residencial de 23,8% para 25,1%. A EPE projeta que o consumo no Brasil chegará a 566,8 TW/h em 2015, ante 331,4 TW/h em 2004, um incremento médio de 5,1% ao ano. O sistema isolado é o que mais crescerá no período, 8,3% ao ano.
Fonte: Wellington Bahnemann (DCI)
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