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Notícias

22
nov
2005
(GERAL)
Sobras de madeira podem virar mobiliário.
O setor madeireiro é a segunda atividade econômica do município de Vera, [490 km ao Norte de Cuiabá, em plena floresta Amazônica], respondendo por 48% da arrecadação. São 58 empresas madeireiras, sendo 13 laminadoras. O contraditório é que, se por um lado o setor gera emprego e renda, tem também provocado muitos problemas ambientais. Segundo a prefeita, Isani Luiza Konerat, 50% da madeira extraída é desperdiçada, e é preciso altos investimentos para contornar o problema do acúmulo de restos de madeira. A prefeitura comprou uma área de 10 hectares para fazer um lixão, mas o espaço já está totalmente lotado, obrigando a queima de parte do resíduo, comprometendo o meio ambiente.

Buscar uma solução para o problema e oportunizar o desenvolvimento sustentável do município é o objetivo do Projeto de Utilização de Resíduo de Madeira, que está sendo implantado no município a partir de uma parceria entre o Sebrae e a Prefeitura de Vera. Trata-se de um projeto piloto e pioneiro focado na produção empresarial e artesanal, que será desenvolvido, inicialmente em 10 células de produção. A intenção é fabricar uma linha de móveis de cozinha, quarto, piscina e pequenos objetos de decoração, além de brinquedos pedagógicos feitos a partir de resíduos de madeira. Para a prefeita, o projeto vai permitir a consolidação de negócios sustentáveis no município com a fabricação de móveis e objetos industriais, além de artesanato, com grande potencial no mercado nacional e internacional. 'É a busca de novas alternativas para resolver problemas ambientais e de ocupação de mão-de-obra', revela.

José Valdir Santiago Júnior, da unidade de Tecnologia do Sebrae, explica que o trabalho terá duração de um ano e será desenvolvido em várias etapas. Começa com um diagnóstico do resíduo produzido, passa pela prospecção de mercado em sete capitais - Cuiabá, Florianópolis, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Brasília -, pela preparação do ambiente na área de cooperação, definição de portfólio de produtos, avaliação do design, produção das peças e ações de promoção comercial como confecção de catálogo, participação em feiras e rodadas de negócios. Todo o trabalho terá acompanhamento técnico do Cetmam/PR – Centro Tecnológico de Madeira e do Mobiliário do Paraná.

Pedro Andreolli, diretor da Cetmam, afirma que 55% da madeira de uma árvore são desperdiçados. Com base neste dado será feito um diagnóstico para identificar os tipos de produtos que podem ser feitos com os resíduos da madeira. Ele comenta que esse projeto vai servir de exemplo para muitos outros estados que ainda desperdiçam a madeira. A partir do dia 18 de agosto, o diagnóstico começa a ser feito quantificando e qualificando os resíduos do município. 'Esse projeto vai gerar novos trabalhos e vai evitar o aumento dos bolsões de sobras madeira em Vera'. Segundo Andreolli, a falta de utilização dos restos da madeira tem causado grandes perdas, que vão do desperdício da matéria-prima até a questões de meio ambiente e de saúde, já que os restos são queimados provocando poluição do ar.

Fonte: Diário de Cuiabá

29/ago/03

Fonte:

Jooble Neuvoo