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Notícias
22
nov
2005
(GERAL)
São Paulo perde 34 Ibirapueras em uma década.
Loteamentos irregulares e adensamento populacional na periferia levam ao desmatamento de 5 mil hectares, na zona metropolitana.
Aos poucos, a vegetação vai perdendo lugar para a mancha urbana que avança em todas as direções do território da cidade. O que antes era uma região de mata nativa se transforma em um novo loteamento, muitas vezes clandestino. São Paulo perdeu nada menos que 5.357 hectares de cobertura vegetal na década passada, área algo equivalente a 34 Parques do Ibirapuera.
O levantamento faz parte do Atlas Ambiental do Município de São Paulo, que será lançado no próximo mês pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. No total, serão 250 páginas e 38 mapas com um amplo diagnóstico ambiental da cidade em relação ao clima, vegetação, formação geológica e à fauna espalhada no território de 1.500 quilômetros quadrados.
O material, que começou a ser elaborado em 1999 e foi antecipado com exclusividade ao Estado, revela uma cidade heterogênea e praticamente desconhecida da maioria dos paulistanos. Poucos sabem, por exemplo, dos registros que revelam a presença de onças no extremo sul da cidade. Ou da existência de pedaços de mata nativa remanescentes na área urbana que, se não forem preservados, correm o risco de desaparecer nos próximos anos.
A devastação é um dos pontos que mais preocupam os especialistas. A maior parte dos 5 mil hectares perdidos entre 1991 e 2000 foi transformada em loteamentos clandestinos. "O município cresceu menos na década de 90 do que em época passadas, mas houve uma migração muito forte para a periferia, provocada por aspectos econômicos", explica o agrônomo Luiz Roberto de Campos Jacintho, que participou da pesquisa.
Os números revelam a expansão da cidade clandestina. Os campeões de desmatamento são os distritos localizados nas regiões norte e sul da capital. Nos dez anos analisados, o distrito do Jardim Ângela, na zona sul, perdeu 410,7 hectares de cobertura vegetal, o que o coloca no topo do ranking da devastação. Em segundo lugar está o Tremembé, na zona norte, com 407, 6 hectares extintos.
A cidade também é desigual na distribuição do verde. Em 48% do território, há uma carência significativa de vegetação. Para se ter uma idéia, enquanto no Morumbi, zona sul, a proporção de áreas verdes é de 239 metros quadrados por habitante, no Brás, região central, o índice é quase zero. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 12 metros quadrados de área verde por habitante.
Clima - O problema acaba se refletindo até no clima da cidade, cuja variação pode chegar até a 10 graus, de uma região para outra. Além da presença da vegetação, outros fatores devem ser levados em consideração para a formação das "ilhas de calor", como poluição, densidade urbana e impermeabilização do solo.
Um exemplo é o que aconteceu em 3 de setembro de 1999. Naquele dia, a temperatura no Belém, zona leste, era de 31,5 graus. No mesmo horário, em um outro bairro localizado às margens da Represa de Guarapiranga, na zona sul, os termômetros registravam quase 10 graus a menos: 23,5.
Para o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Adriano Diogo, o Atlas não é apenas um diagnóstico sobre o meio ambiente paulistano. Ele também será útil para a definição de políticas públicas nos próximos anos.
Diogo admite que a degradação ambiental na cidade ainda é preocupante, mas medidas importantes foram tomadas pela atual administração. Uma delas foi a criação da Área de Preservação Ambiental (APA) de Capivari-Monos, na zona sul.
Fonte: Folha SP
27/ago/03
Aos poucos, a vegetação vai perdendo lugar para a mancha urbana que avança em todas as direções do território da cidade. O que antes era uma região de mata nativa se transforma em um novo loteamento, muitas vezes clandestino. São Paulo perdeu nada menos que 5.357 hectares de cobertura vegetal na década passada, área algo equivalente a 34 Parques do Ibirapuera.
O levantamento faz parte do Atlas Ambiental do Município de São Paulo, que será lançado no próximo mês pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. No total, serão 250 páginas e 38 mapas com um amplo diagnóstico ambiental da cidade em relação ao clima, vegetação, formação geológica e à fauna espalhada no território de 1.500 quilômetros quadrados.
O material, que começou a ser elaborado em 1999 e foi antecipado com exclusividade ao Estado, revela uma cidade heterogênea e praticamente desconhecida da maioria dos paulistanos. Poucos sabem, por exemplo, dos registros que revelam a presença de onças no extremo sul da cidade. Ou da existência de pedaços de mata nativa remanescentes na área urbana que, se não forem preservados, correm o risco de desaparecer nos próximos anos.
A devastação é um dos pontos que mais preocupam os especialistas. A maior parte dos 5 mil hectares perdidos entre 1991 e 2000 foi transformada em loteamentos clandestinos. "O município cresceu menos na década de 90 do que em época passadas, mas houve uma migração muito forte para a periferia, provocada por aspectos econômicos", explica o agrônomo Luiz Roberto de Campos Jacintho, que participou da pesquisa.
Os números revelam a expansão da cidade clandestina. Os campeões de desmatamento são os distritos localizados nas regiões norte e sul da capital. Nos dez anos analisados, o distrito do Jardim Ângela, na zona sul, perdeu 410,7 hectares de cobertura vegetal, o que o coloca no topo do ranking da devastação. Em segundo lugar está o Tremembé, na zona norte, com 407, 6 hectares extintos.
A cidade também é desigual na distribuição do verde. Em 48% do território, há uma carência significativa de vegetação. Para se ter uma idéia, enquanto no Morumbi, zona sul, a proporção de áreas verdes é de 239 metros quadrados por habitante, no Brás, região central, o índice é quase zero. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 12 metros quadrados de área verde por habitante.
Clima - O problema acaba se refletindo até no clima da cidade, cuja variação pode chegar até a 10 graus, de uma região para outra. Além da presença da vegetação, outros fatores devem ser levados em consideração para a formação das "ilhas de calor", como poluição, densidade urbana e impermeabilização do solo.
Um exemplo é o que aconteceu em 3 de setembro de 1999. Naquele dia, a temperatura no Belém, zona leste, era de 31,5 graus. No mesmo horário, em um outro bairro localizado às margens da Represa de Guarapiranga, na zona sul, os termômetros registravam quase 10 graus a menos: 23,5.
Para o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Adriano Diogo, o Atlas não é apenas um diagnóstico sobre o meio ambiente paulistano. Ele também será útil para a definição de políticas públicas nos próximos anos.
Diogo admite que a degradação ambiental na cidade ainda é preocupante, mas medidas importantes foram tomadas pela atual administração. Uma delas foi a criação da Área de Preservação Ambiental (APA) de Capivari-Monos, na zona sul.
Fonte: Folha SP
27/ago/03
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