A entrada do MDF (Médium Density Fiberboard) no mercado de móveis não tem volta, porque o produto apresenta várias vantagens sobre a madeira maciça e o aglomerado. A opinião é do arquiteto e designer de interiores Matheus Belloto.“Ao contrário da madeira, que é vendida em pranchas, o MDF é mais fácil de ser trabalhado porque é comercializado em placas”, afirma. Além disso, é mais resistente à flexibilidade e não entorta com a mesma facilidade que a madeira.

Outra característica do produto é que aceita muito bem pinturas e tingimentos. “O único cuidado é que, por ser poroso, absorve com mais facilidade a água, favorecendo a umidade. Por isso mesmo deve ser protegido com algum acabamento”, explica.

Destinado principalmente à indústria moveleira, o MDF é uma chapa fabricada a partir da aglutinação de fibras de madeira com resinas sintéticas e ação conjunta de temperatura e pressão. A madeira é cortada em pequenos cavacos que, em seguida, são triturados por equipamentos chamados desfibradores, para a obtenção das fibras.

Fabricado pela primeira vez nos Estados Unidos no início dos anos 60, o MDF chegou à Europa em meados da década de 70. No Brasil, a primeira indústria iniciou sua produção no segundo semestre de 1997. O MDF possui consistência e algumas características mecânicas que se aproximam às da madeira maciça. A maioria de seus parâmetros físicos de resistência é superior aos da madeira aglomerada, caracterizando-se, também, por possuir boa estabilidade dimensional e grande capacidade de usinagem.

A homogeneidade proporcionada pela distribuição uniforme das fibras possibilita ao MDF acabamentos do tipo envernizado, pinturas em geral ou revestimentos com papéis decorativos, lâminas de madeira ou PVC. Podem também ser executadas junções com vantagens em relação à madeira natural, já que não possui nós, veios reversos e imperfeições típicas do produto natural.

As espessuras das chapas variam de 3 milímetros até 60 milímetros, sendo as mais grossas utilizadas em elementos estruturais ou decorativos de arquitetura e móveis (pés torneados para mesas, por exemplo). O MDF é oferecido ao mercado basicamente com três acabamentos: chapas cruas, chapas com revestimento laminado de baixa pressão e chapas com revestimento finish foil.

A principal matéria-prima utilizada pelas fábricas de MDF é a madeira. No Brasil, esta é obtida de reflorestamento, utilizando-se espécies selecionadas de pinus em função do melhor rendimento agro-industrial. Além desse aspecto, as fibras de pinus proporcionam uma chapa de cor clara, mais valorizada pelo mercado.

Toque feminino

O jogo de cintura, a organização, o respeito ao prazo de entrega e o bom atendimento foram os principais objetivos escolhidos pela designer de interiores Maria Fernanda Carvalho Guidotti e pela engenheira civil Silvana Lourenço de Aguiar na hora de abrir um novo negócio. Com o mercado carente nessa área, elas optaram por montar uma marcenaria e hoje, três anos depois, comemoram a marca de mais de 200 projetos executados.

Pode parecer, no mínimo, diferente duas mulheres ingressarem no ramo da marcenaria, mas foi justamente o fato de pertencerem ao universo feminino que fez a diferença: ao contrário das fábricas tradicionais, a Sumauma Marcenaria Especializada é extremamente organizada, sem aquela confusão normal de um ambiente voltado a esse tipo de trabalho. O nome escolhido foi emprestado de uma árvore típica da região amazônica, bastante utilizada na fabricação de móveis e a opção pela marcenaria veio da facilidade que Fernanda tem para trabalhar com a madeira.

“Desde que entrei para a área de design de interiores, já gostava de marcenaria, mas percebi que é difícil aliar a execução de peças com a administração do negócio”, explica. Por isso, hoje ela é responsável pelos projetos e pelo acompanhamento dos pedidos. A execução fica por conta de oito funcionários, todos altamente qualificados e treinados para dar conta dos mais diferentes projetos enviados pelos mais renomados arquitetos e designers de Piracicaba.

Em constante busca por materiais e lançamentos, as duas profissionais percorrem as feiras da área que acontecem em todo o país e trabalham com 90% da fabricação de seus produtos com painéis em MDF, nos mais variados padrões, além de ferragens e acessórios nacionais e importados. “Antigamente, a madeira maciça era bastante utilizada mas hoje, além de ser mais cara, foi substituída por uma questão ecológica”, afirma Fernanda.

O MDF é um painel fabricado com pinus de reflorestamento e revestido de melamínico, produto que imita perfeitamente diversos tipos de madeira, como imbuia, mogno, ipê amarelo, peroba do campo, sucupira-açu, marfim linheiro, noce milano, entre outros. Também existem os tipos fórmica como o branco, almendra e azul do chile. “O MDF é mais barato que a madeira e a vantagem é que oferece boa resistência”, explica.

Cozinhas, banheiros, home theaters, dormitórios e toda a casa podem ganhar um ar especial com móveis feitos sob medida, outro diferencial oferecido pelas profissionais, já que a marcenaria projetada de acordo com a medida do ambiente aproveita todo o espaço disponível, como paredes curvas, chanfradas e outros detalhes de uma construção. “Procuramos oferecer aos nossos clientes a vantagem de seu projeto atender exatamente a medida do ambiente, sendo padrão ou não, evitando assim perdas de espaços ocasionados por fechamentos indevidos, como ocorre com móveis padronizados”, diz Fernanda.

A designer de interiores lembra que hoje a marcenaria não se restringe somente à madeira mas, aliam-se a ela, ferragens e vidros diferenciados. Nesse sentido, é preocupação constante das profissionais o aprimoramento e o uso de materiais novos no mercado. Assim como a madeira, as ferragens – dobradiças, corrediças, puxadores e aramados – devem estar integrados ao ambiente levando em conta piso, parede, etc. “Acredito que considerando todos os aspectos que envolvem um ambiente, com certeza o produto final será ótimo”, declara. Prova disso é que nesses três anos de atividades, a empresa teve um crescimento acima das perspectivas das proprietárias.

Fonte: Jornal de Piracicaba

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