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(GERAL)
Eucalipto garante produção de carvão em MG
Garantir o cumprimento da legislação ambiental. Este é o objetivo do estudo topográfico desenvolvido em mais de 250 fazendas da Zona da Mata e do Sul de Minas. As propriedades estão cadastradas no programa de expansão do plantio de eucalipto para a produção de carvão vegetal, que vai abastecer os altos-fornos de uma siderúrgica. Nos próximos seis anos, os produtores parceiros do projeto irão plantar 24 mil hectares de eucalipto.

Com aparelhos GPS (Global Positing System) Geodésico, que fornece as coordenadas de uma região com precisão de centímetros, técnicos de uma empresa contratada para o trabalho vão identificar nascentes, cursos d’água e as matas das fazendas. "Faremos um raio-x da propriedade para que o meio ambiente não seja agredido", informou Júlio Valério, geógrafo e diretor da Plangeo, empresa parceira da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), responsável pelo mapeamento.

Com as informações, que poderão ser acessadas via internet, a Companhia Agrícola Florestal Santa Bárbara (CAF), do grupo Arcelor Belgo-Mineira, parceira dos produtores, poderá fazer o plantio do eucalipto dentro dos limites legais, respeitando, por exemplo, a distância mínima de 50 metros das nascentes e 30 metros de córregos, riachos e ribeirões que tenham até dez metros de extensão entre as margens. Segundo Júlio, o estudo vai abranger 70 mil hectares e deve durar até dois anos.

"A intenção é conhecer os atributos físicos e ambientais da propriedade, garantindo o planejamento dentro do princípio da sustentabilidade", ressalta Élio Nunes, gerente da CAF, que responde pelo projeto de estímulo ao plantio de eucaliptos. O mapeamento é oferecido gratuitamente aos produtores rurais parceiros da iniciativa. Além de fornecer os detalhes do meio ambiente, a pesquisa indica onde estão localizadas as benfeitorias e a rede elétrica da fazenda. "É um retrato real e atual da propriedade", esclarece.

Ao estabelecer que não haverá cultivo de eucalipto em reservas ambientais e em áreas de preservação permanente, o projeto contribui para criar uma cultura de manutenção dos bens naturais entre os fazendeiros. "Se ele quiser descumprir, rompemos o contrato", alerta do gerente da CAF, enfatizando que o acordo entre a empresa e os produtores rurais é pautada no respeito à natureza. Por isso, produtores que se mostraram dispostos a promover desmatamento nas fazendas foram recusados no projeto, que só pretende usar áreas de pastagem subutilizadas ou em processo de degradação causado pelo pastoreio intensivo.

Com o Programa Produtor Florestal, que originou o mapeamento, a siderúrgica espera criar uma alternativa de oferta de madeira, melhorando, paralelamente, a distribuição de renda no campo. "Em vez de adquirirmos propriedades e plantarmos floresta, estamos chamando a sociedade para participar", disse Élio. Atualmente, 90% da madeira usada pelas siderúrgicas vêm das grandes empresas de silvicultura.

Fonte: Ricardo Beghini (Estado de Minas)

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