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Notícias
23
dez
2005
(GERAL)
Desmatamento no sul do Amazonas é 31% menor
Os desmatamentos no sul do Amazonas no período de janeiro a novembro deste ano foram 31,88% menores do que no mesmo período do ano passado, segundo dados do Programa de Monitoramento de Desflorestamento da Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Prodes/Inpe).
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) anunciou nesta terça-feira que em 2004 foram desmatados 764,21 quilômetros quadrados de mata, ante 520,59 quilômetros quadrados neste ano.
Em julho, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) apontou um aumento de 16% na área desmatada no sul do Estado no ano passado em relação a 2003. A pesquisa apontou que a área destruída em 2004 foi de 8.238 quilômetros quadrados, ante os 6.926 quilômetros quadrados perdidos em 2003.
De acordo com o coordenador de operações integradas do Sipam, Bruno Monteiro, a metodologia usada pelo Inpe e pelo Sipam são diferentes.
"Os número do desmatamento deste ano no sul do Amazonas só devem ser divulgados pelo Sipam no primeiro trimestre de 2006, mas quem divulga os índices oficiais de desmatamento no País é o Inpe: o Sipam faz monitoramento mais detalhados, sobre tudo o que é visto no solo, com outra metodologia", explicou Monteiro.
O Sipam contabiliza, ainda, como desmatadas, as áreas naturais com vegetação rasteira, de Campinas.
Cenas de satélite
Os dados apresentados nesta terça pela SDS foram captados, segundo Virgílio Viana, por 11 cenas de satélite, medindo a área desmatada no chamado "arco do desmatamento", sobre os 12 municípios mais devastados do sul do Estado: Boca do Acre, Pauni, Lábrea, Atalaia do Norte, Guajará, Ipixuna, Apuí, Borba, Manicoré, Novo Aripuanã, Humaitá e Canutama.
O secretário apontou como causas para a diminuição desses índices uma maior fiscalização no licenciamento para manejo florestal, a facilitação da exploração da castanha, com a eliminação do ICMs para os pequenos produtores, e uma maior repressão aos grileiros e madeireiros ilícitos.
"Embora os índices de desmatamento tenham diminuído, com maior interação da SDS, com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Federal, nas operações Uiraçu durante o ano, os números apontam um dado triste: do desmatamento detectado pelos satélites, cerca de 90% é ilegal, apenas 10% é o permitido para o manejo", afirmou o gerente executivo do Ibama no Amazonas, Henrique Pereira.
Segundo Viana, dez postos avançados para abrigar os fiscais das operações Uiraçu devem ser construídos em 2006. Dois, um em Humaitá, a 600 quilômetros de Manaus, e outro em Apuí, a 220 quilômetros da capital, já estão sendo construídos.
Também está sendo estudada a possibilidade de as blitze de fiscalização sejam feitas em conjunto com o Acre, Rondônia e Pará, para evitar que os grileiros "fujam" de um Estado para outro durante as buscas por ilícitos.
Estiagem
Um dado curioso é o aumento no número de focos de calor (incêndios em pastagens) terem aumentado no sul do Amazonas, mesmo com a diminuição no índice de desmatamento. Segundo dados do Inpe/Proarco (que mede os focos de calor), no ano passado foram detectados 3.096 focos de calor e 4.941 neste ano.
"A explicação é simples: a estiagem deste ano. Com a umidade relativa do ar em baixa, os pastos já desmatados tinham muita facilidade em produzir pequenos incêndios, produzindo os focos de calor, que aumentaram 167,8 % em relação ao ano passado", justificou Viana.
De acordo com o prefeito de Lábrea, Gean Barros (PSL), um dos municípios do "arco do desmatamento", para diminuir os focos de calor e o desmatamento na área é necessária a presença contínua de fiscais do Ibama e policiais federais.
"O município não tem estrutura para proteger os ribeirinhos e os pequenos produtores de castanha dos grileiros. Na época de colheita, de janeiro a junho, os grileiros ficam inibidos, mas depois desse período, eles atacam os locais porque sabem que não há fiscalização, daí desmatam e levam as castanheiras e outras árvores", conta o prefeito.
Fonte: Estadão
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) anunciou nesta terça-feira que em 2004 foram desmatados 764,21 quilômetros quadrados de mata, ante 520,59 quilômetros quadrados neste ano.
Em julho, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) apontou um aumento de 16% na área desmatada no sul do Estado no ano passado em relação a 2003. A pesquisa apontou que a área destruída em 2004 foi de 8.238 quilômetros quadrados, ante os 6.926 quilômetros quadrados perdidos em 2003.
De acordo com o coordenador de operações integradas do Sipam, Bruno Monteiro, a metodologia usada pelo Inpe e pelo Sipam são diferentes.
"Os número do desmatamento deste ano no sul do Amazonas só devem ser divulgados pelo Sipam no primeiro trimestre de 2006, mas quem divulga os índices oficiais de desmatamento no País é o Inpe: o Sipam faz monitoramento mais detalhados, sobre tudo o que é visto no solo, com outra metodologia", explicou Monteiro.
O Sipam contabiliza, ainda, como desmatadas, as áreas naturais com vegetação rasteira, de Campinas.
Cenas de satélite
Os dados apresentados nesta terça pela SDS foram captados, segundo Virgílio Viana, por 11 cenas de satélite, medindo a área desmatada no chamado "arco do desmatamento", sobre os 12 municípios mais devastados do sul do Estado: Boca do Acre, Pauni, Lábrea, Atalaia do Norte, Guajará, Ipixuna, Apuí, Borba, Manicoré, Novo Aripuanã, Humaitá e Canutama.
O secretário apontou como causas para a diminuição desses índices uma maior fiscalização no licenciamento para manejo florestal, a facilitação da exploração da castanha, com a eliminação do ICMs para os pequenos produtores, e uma maior repressão aos grileiros e madeireiros ilícitos.
"Embora os índices de desmatamento tenham diminuído, com maior interação da SDS, com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Federal, nas operações Uiraçu durante o ano, os números apontam um dado triste: do desmatamento detectado pelos satélites, cerca de 90% é ilegal, apenas 10% é o permitido para o manejo", afirmou o gerente executivo do Ibama no Amazonas, Henrique Pereira.
Segundo Viana, dez postos avançados para abrigar os fiscais das operações Uiraçu devem ser construídos em 2006. Dois, um em Humaitá, a 600 quilômetros de Manaus, e outro em Apuí, a 220 quilômetros da capital, já estão sendo construídos.
Também está sendo estudada a possibilidade de as blitze de fiscalização sejam feitas em conjunto com o Acre, Rondônia e Pará, para evitar que os grileiros "fujam" de um Estado para outro durante as buscas por ilícitos.
Estiagem
Um dado curioso é o aumento no número de focos de calor (incêndios em pastagens) terem aumentado no sul do Amazonas, mesmo com a diminuição no índice de desmatamento. Segundo dados do Inpe/Proarco (que mede os focos de calor), no ano passado foram detectados 3.096 focos de calor e 4.941 neste ano.
"A explicação é simples: a estiagem deste ano. Com a umidade relativa do ar em baixa, os pastos já desmatados tinham muita facilidade em produzir pequenos incêndios, produzindo os focos de calor, que aumentaram 167,8 % em relação ao ano passado", justificou Viana.
De acordo com o prefeito de Lábrea, Gean Barros (PSL), um dos municípios do "arco do desmatamento", para diminuir os focos de calor e o desmatamento na área é necessária a presença contínua de fiscais do Ibama e policiais federais.
"O município não tem estrutura para proteger os ribeirinhos e os pequenos produtores de castanha dos grileiros. Na época de colheita, de janeiro a junho, os grileiros ficam inibidos, mas depois desse período, eles atacam os locais porque sabem que não há fiscalização, daí desmatam e levam as castanheiras e outras árvores", conta o prefeito.
Fonte: Estadão
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