Notícias
Área plantada começa a expandir além do Vale da Celulose e pode chegar a 2,7 milhões de hectares em 2026
O estado de Mato Grosso do Sul já consolidou a sua posição como o maior produtor de eucalipto e celulose no Brasil e deve chegar à liderança nacional da produção de eucalipto.
Impulsionada pela expansão das indústrias, a área plantada de eucalipto deve alcançar 2,7 milhões de hectares até o fim de 2026. O Estado está atrás apenas de Minas Gerais, que lidera com 2,1 milhões de hectares plantados.
O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destacou o crescimento exponencial do setor florestal e a sua importância para a economia e a sustentabilidade de Mato Grosso do Sul.
“Estamos chegando agora em 2 milhões de hectares. Contando com esse conjunto de novas indústrias, nós teríamos um estado de 2,5 milhões, 2,7 milhões de hectares de floresta”, afirmou Verruck, apontando para a expansão impulsionada por novos investimentos da Bracell e da Arauco e a possível duplicação da Eldorado Brasil.
Com a meta de alcançar 2,7 milhões de hectares de eucalipto até 2026, Mato Grosso do Sul está no caminho para superar Minas Gerais e se tornar o maior polo florestal do País.
“Nós acreditamos inclusive que a gente agregue ainda mais de 500 mil hectares, ampliando um pouco”, projetou Verruck.
O setor florestal sul-mato-grossense tem crescido acima das expectativas. Conforme publicou o Correio do Estado em julho de 2023, a área de floresta plantada em MS era de 1,4 milhão de hectares, com projeções de alcançar 2 milhões até 2030 – um aumento de 42,8%. No entanto, o ritmo acelerado dos investimentos no chamado Vale da Celulose antecipou essas metas.
Em 2024, conforme dados da Semadesc, o Estado já contava com cerca de 1,6 milhão de hectares de eucalipto, consolidando a sua posição como o segundo maior produtor de madeira em tora para papel e celulose do Brasil, com 24% da produção nacional.
A expansão para 2,7 milhões de hectares, conforme estima a Pasta, reflete a chegada de grandes projetos industriais. A Arauco, empresa chilena que está construindo uma fábrica em Inocência, é um dos principais motores desse crescimento.
“Esse projeto especificamente da Arauco, que é um projeto de 3,5 milhões de toneladas de celulose, o maior projeto em planta única do mundo, ele por si só vai precisar de 400 mil hectares de eucalipto”, destacou o secretário.
Além disso, a Bracell, que já opera em Água Clara, planeja novos empreendimentos, enquanto a Eldorado Brasil, em Três Lagoas, avalia a duplicação de sua capacidade produtiva. E ainda a fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, inaugurada em 2024, é a maior planta de celulose de linha única do mundo, com capacidade para 2,55 milhões de toneladas por ano.
NOVAS REGIÕES
O crescimento da base florestal está levando o cultivo de eucalipto para além da tradicional costa leste, que engloba municípios como Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo e Água Clara.
Verruck observou que “vai ter que ter um pouquinho de expansão de floresta para aquela região de Figueirão, de Camapuã. Isso já está acontecendo, algumas empresas já começam a investir”.
O secretário ainda mencionou um “transbordamento” para áreas como Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Bandeirantes e Sonora, sinalizando uma diversificação geográfica que promete dinamizar a economia de novas regiões do Estado. Essa expansão é facilitada pela conversão de pastagens degradadas, uma estratégia que reduz custos e impactos ambientais.
Em fevereiro de 2024, o Correio do Estado noticiou que cerca de 4,9 milhões de hectares de pastagens poderiam ser convertidos para florestas plantadas, segundo Verruck, o que reforça o potencial de crescimento do setor sem comprometer áreas de vegetação nativa.
“A base florestal de eucalipto em Mato Grosso do Sul representa 4% da área total plantada na região, que tem 36 milhões de hectares”, destacou o secretário em um webinar promovido pelo Itaú BBA.
Um dos diferenciais do Vale da Celulose, segundo o titular da Semadesc, é o compromisso com a sustentabilidade.
“O primeiro ponto importante no desenvolvimento do Vale da Celulose é que essas indústrias são fortemente vinculadas a um conceito de sustentabilidade bastante amplo, gerar o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social e a sustentabilidade ambiental”, afirmou.
A silvicultura em Mato Grosso do Sul já contribui significativamente para a descarbonização.
“As indústrias de floresta com a produção de eucalipto, elas normalmente já são carbono neutro. Então, isso contribui inclusive para a nossa estratégia de médio prazo, que é chegar em 2030 já com a nossa estrutura e com as nossas metas de descarbonização da economia consolidada”, explicou Verruck.
IMPACTO
O avanço do setor florestal tem impactos diretos na economia de MS. A fábrica da Arauco, por exemplo, deve gerar um incremento de 4% a 5% no Produto Interno Bruto (PIB) estadual, com investimentos de US$ 4,6 bilhões.
“Uma indústria dessas impacta no PIB de Mato Grosso do Sul entre 5 a 6%”, afirmou Verruck.
Municípios como Inocência, que receberá a fábrica da Arauco, já sentem os efeitos positivos. Mesmo antes do início das obras, a atividade econômica local gerou mais de mil empregos, conforme noticiado pelo Correio do Estado em maio de 2024. A Suzano, outro gigante do setor, também contribui para o desenvolvimento regional.
Além do impacto econômico, o setor florestal promove benefícios sociais, como a melhoria da infraestrutura. O governo estadual planeja investir em rodovias, como a MS-377 e a MS-316, para atender ao crescimento de Inocência, além da construção de um aeroporto na região.
O setor também pressiona pela retomada das ferrovias em MS. Conforme já publicado pelo Correio do Estado, as empresas pretendem inclusive construir ramais próprios.
Informações: Correio do Estado.
Fonte: https://www.maisfloresta.com.br
Notícias em destaque





