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Poucos reconhecem e menos ainda compreendem a magnitude do problema para a região, o Brasil e o mundo, mas a Amazônia depende do desmatamento zero para sua existência.
Detalhando mais um pouco, o desmatamento zero somente será alcançado de maneira permanente se e quando deixar de ser resultado da ação de fiscais de órgãos ambientais estaduais e do Ibama ao se tornar referência econômica para a região.
Somente uma alteração drástica da visão sobre a economia regional, de modo a superar o nefasto e insistente ciclo econômico da pecuária extensiva, a Amazônia poderá retomar os rumos de uma sustentabilidade esperada mundo afora.
O raciocínio pode ser resumido assim.
Sempre que uma ação de política pública, quer venha de uma prefeitura considerada insignificante no contexto econômico regional, quer venha do poderoso governo federal, promova a consolidação e ampliação do rebanho de gado criado solto no pasto na Amazônia, o desmatamento aumenta e a região perde em sustentabilidade.
Em contrapartida, sempre que a ação de política pública reduz o estímulo à pecuária extensiva, o desmatamento tende a cair e a Amazônia poderá voltar ao caminho da sustentabilidade.
Importante alertar que não está na extração mineral, que é realizada de modo localizado e que no fim das contas ajuda ampliar a riqueza na região, o gargalo da sustentabilidade da Amazônia.
Da mesma forma que não está na construção de uma barragem para produção de energia elétrica que reside o entrave para a sustentabilidade regional, pelo contrário, estocar água em grandes quantidades tem sido apontado como solução para a seca, a maior de muitas das mazelas ecológicas e econômica da Amazônia.
É o desmatamento estúpido, sempre o desmatamento o problema.
Quando a fiscalização funciona e as taxas despencam de maneira excelente e que merece todos os elogios como aconteceu em 2024, a Amazônia pode retomar o caminho de um desenvolvimento que conserva a floresta.
Quando o mercado de carbono, regulado pela Organização das Nações Unidas, foi aprovado na COP 29, a expectativa é de que no curto prazo alterações sensíveis na transformação produtiva da Amazônia em direção a uma economia de baixo carbono seja iniciada com muita força.
Uma semana antes da ONU, o Congresso Nacional em Brasília, fez o dever de casa e aprovou o mercado nacional regulado de carbono, uma iniciativa que merece aplausos e que fornecerá maior credibilidade também ao mercado voluntário.
Pode ser que o ciclo nefasto do desmatamento para criar um boi em dois hectares de pasto onde havia a biodiversidade da maior floresta tropical do mundo esteja no fim, é esperar para ver.
O melhor, chegaremos na COP30, em Belém no Pará ano que vem, com a credibilidade da retomada de meta do desmatamento zero e um mercado de carbono em franca expansão.
A todos um 2025 repleto de sustentabilidade na Amazônia.
Ecio Rodrigues & Aurisa Paiva,
Fonte: Andiroba
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