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Notícias

26
dez
2024
(GERAL)
Brics: árvore amazônica ‘sagrada’ é escolhida como novo símbolo do grupo

A árvore, que tem uma função natural de compartilhamento de recursos, deve ser símbolo de "cooperação" e "desenvolvimento compartilhado" entre os membros do Brics

A Sumaúma (Ceiba pentranda) é um símbolo sagrado da floresta amazônica. A árvore da família das bombacáceas, de grande porte — que  pode chegar a ter até 70 metros de altura —, é reconhecida por ter um tronco espesso de raízes tubulares e frutos fibrosos: pequenas esferas que contêm sementes em seu interior, envolvidas sob uma camada branca de paina, que pode ser usada como alternativa ao algodão.

Ela é uma árvore de múltiplas funções: além de ser sagrada para os povos nativos do continente sul-americano (apelidada de "guardiã da floresta" e "mãe das árvores", tem uma propriedade natural de grande significado: a sumaúma é capaz de retirar água do solo profundo, mesmo em tempos de seca, e de compartilhá-la com a vegetação circundante, deixando a floresta "alimentada".

Foi essa árvore nativa de regiões tropicais a escolhida, na última sexta-feira (20), para ser o símbolo dos Brics (grupo de países do Sul global cujos principais membros são Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

A sumaúma vai compor a logomarca da identidade visual dos Brics a partir de 2025, quando o Brasil deve assumir o posto de presidente temporário do grupo, seguindo a rotatividade da posição.

A árvore deve simbolizar a "cooperação" e o "desenvolvimento compartilhado" dos membros, justamente por sua função natural no compartilhamento de recursos.

No início de 2024, o presidente Lula plantou, no jardim da residência oficial do governo, o Palácio da Alvorada, em Brasília — cidade que sediará o encontro dos Brics no ano que vem — duas mudas de sumaúma.

Há diversos outros usos conhecidos para a árvore sagrada, cuja seiva tem propriedades medicinais. É a partir dela, informa o Instituto Osoka Amazônia, que se extrai o composto para o medicamento que trata a conjuntivite. 

A casca, por sua vez, tem propriedades diuréticas e pode ser usada para a produção de um chá que auxilia no tratamento da hidropisia do abdômen e da malária, além do combate a fungos e bactérias.

Na Floresta Nacional do Tapajós, no estado do Pará, está uma das mais antigas árvores de sumaúma, que tem entre 900 e 1000 anos de idade e mede mais de 45 metros de altura. A árvore gigante pode "umidificar" o arredor com até mil litros diários de água lançada à atmosfera, e é uma peça importante da regulação climática e do abastecimento de rios aéreos da região — e do planeta.

Por Anne Silva

 

Fonte: https://revistaforum.com.br/meioambiente

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