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Notícias

18
dez
2024
(GERAL)
Fundo Amazônia apoiará Sistema Agroflorestal para reflorestar terra degradada pela pecuária extensiva

Em uma decisão inédita e mais que oportuna o BNDES, com os recursos do Fundo Amazônia, vai doar dinheiro para projetos de implantação de Sistemas Agroflorestais, ou simplesmente SAF, em áreas selecionadas de terras destruídas pela pecuária extensiva.

Com robusto orçamento de 100 milhões de reais, alguns municípios localizados no arco do desmatamento foram selecionados para receber plantio de reflorestamento que agrega valor econômico e conservacionista em uma mesma área.

No caso do Acre, por exemplo, as cidades de Xapuri e Epitaciolândia, com foco na Reserva Extrativista Chico Mendes, a instalação de SAF pode reverter a tendência de destruição florestal em uma das unidades de conservação que mais recebe impacto pela ampliação do desmatamento para criação extensiva de boi.

Por sinal, a região do alto Rio Acre, indo do município de Capixaba até a fronteira em Assis Brasil, possui conhecimento acumulado excepcional na definição de consórcios de espécies florestais e agrícolas.

Foi ali, com o propósito de reverter um processo perigoso de desmatamento para disponibilizar solos para plantar capim e expandir a pecuária extensiva, que ainda no final do século passado mais de 250 produtores receberam o Projeto SAF & Açude.

Reconhecido legado do CTA, uma das organizações não governamentais mais proeminentes da Amazônia e que infelizmente foi extinta por volta de 2008, o SAF & Açude foi pioneiro no desenho de um consórcio adequado à realidade social, florestal e econômica da região.

Foi o único projeto a comprovar a profunda sintonia entre o que prevê o SAF e a piscicultura comercial em açudes, uma vez que o primeiro é pouco atrativo e o segundo uma reivindicação do produtor devido ao período cada vez mais longo de seca (saiba mais aqui: http://www.andiroba.org.br/artigos/?post_id=1663).

Não à toa quando os técnicos do CTA chegavam às propriedades para executarem o projeto SAF & AÇUDES, ainda em 1995, todos os produtores, sem exceção, ficavam muito animados com a ideia do açude e decepcionados com a do SAF.

Na verdade, o plantio das espécies consorciadas no SAF se transformou em condição para receber o tão almejado açude. E mais, o açude, desta feita de um hectare de lâmina de água, tinha que atender a demanda de cinco famílias. Todos aceitavam essas condições com alegria, pois o açude compensava o sacrifício coletivo do SAF.

A piscicultura iniciava assim sua fase de consolidação no Acre associada à instalação de SAF.

Segundo o edital do BNDES, somente uma organização não governamental poderá apresentar proposta de projeto de SAF para ser financiado a fundo perdido até 07 de fevereiro de 2025.

Uma iniciativa que coloca a economia de baixo carbono na Amazônia em um nível acima da pecuária extensiva, esse é o caminho, com certeza!

Ecio Rodrigues & Aurisa Paiva

Fonte: Andiroba

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