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Notícias

20
nov
2024
(BIOENERGIA)
3tentos quer 27 mil hectares de florestas para caldeiras do etanol de milho

Companhia já arrendou áreas em Mato Grosso para plantar eucalipto, garantindo biomassa para a usina que está em construção no Vale do Araguaia

A entrada da 3tentos na produção de etanol de milho não depende apenas das obras de construção da usina, que estão a pleno vapor no Vale do Araguaia. As caldeiras que fazem a unidade funcionar vão precisar de 900 toneladas diárias de biomassa (usualmente, eucalipto), uma oferta nada trivial de preencher.

Para garantir tamanho suprimento, a 3tentos revelou nesta quinta-feira, 14, que está se movimentando em pelo menos três frentes, buscando o equivalente a 27 mil hectares de florestas no Mato Grosso. Essa área deve ser suficiente para fornecer um volume até maior do que a capacidade inicial da usina de etanol de milho de Porto Alegre do Norte (MT), a ser inaugurada em 2026.

A estratégia de suprimento de biomassa inclui o arrendamento de terras pela própria 3tentos para produzir eucalipto, contou o responsável pelas operações da 3tentos, João Marcelo Dumoncel, em entrevista a jornalistas durante o 3tentos Day, evento para investidores organizado na Vila Olímpia, em São Paulo (SP).

Dumoncel não detalhou o tamanho das áreas que vai arrendar, mas a ideia é contratar um operador especializado na gestão das florestas para cuidar dessas propriedades arrendadas. Como o ciclo de crescimento do eucalipto é de seis a sete anos, a 3tentos já deu início ao plantio em áreas que já foram arrendadas.

Além da produção própria, a 3tentos vai originar biomassa a partir de parcerias de fomento com agricultores do Vale do Araguaia, aproveitando áreas de menor aptidão para a soja e milho que estejam desocupadas.

“O produtor pode ter 5%, 10% da propriedade que não é adequada ao plantio e passa a destinar isso para a silvicultura, sendo mais rentável do que um plantio de cereais”, explicou. Para garantir a produção, a companhia vai firmar um contrato antecipado de compra e venda dessa matéria-prima, já fixando parâmetros de preços.

A terceira frente para garantir a biomassa é a assinatura de contratos com fundos florestais – tipicamente, investidores que captam recursos no mercado para arrendar terras e operar as fazendas.

Para a 3tentos, os contratos com fundos florestais representam a opção com menor custo de investimento, enquanto o arrendamento é o mais demandante em capital – do ponto de vista de suprimento, no entanto, é o mais seguro.

“Já começamos o plantio das terras arrendadas por nós. O fomento está começando, talvez a gente não consiga plantar neste ano, mas somente no próximo. E, quanto aos fundos, estamos em fase final de negociação”, adiantou Dumoncel, sem revelar o total dos investimentos em biomassa.

Por uma questão de viabilidade logística e econômica, a ideia é que as três frentes (arrendamentos, parcerias com agricultores e fundos florestais) sejam feitas a um raio de 100 quilômetros da usina de Porto Alegre do Norte.

Neste momento, ainda é mais fácil originar biomassa na região da BR-163, mas Dumoncel acredita que a inauguração de usina vai estimular a oferta da eucalipto na região do Vale do Araguaia, onde fica a nova unidade.

Quando estiver operando, a usina de etanol de milho de Porto Alegre do Norte deve produzir 21 MW de energia, sendo autossuficiente (o consumo interno é de 11 MW) e tendo energia mais de sobra para abastecer a cidade inteira, que consome cerca de 3 MW.

Listada na B3, a 3tentos é avaliada em R$ 6,9 bilhões. No acumulado deste ano, as ações da companhia da família Dumoncel sobem 14,7%.

Com informações da The AgriBiz / Karina Souza

Fonte: https://revistarpanews.com.br

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